Posted: 04 Dec 2014 03:43 AM PST
Ela conta que teve dificuldade para embarcar por falta de equipamentos. Katya da Silva disse que relatou caso para que estrutura seja melhorada.
A cadeirante Katya Hemelrijk da Silva diz que precisou se arrastar pelas escadas de uma aeronave da GOL Linhas Aéreas Inteligentes para poder embarcar na manhã de segunda-feira (1º), quando seguia de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, para São Paulo. Segundo Katya, que é coordenadora de comunicação, o transtorno foi causado por falta de equipamentos adequados para o embarque de deficientes. O problema foi relatado em uma postagem na internet.
Portadora de Osteogenisis Imperfeita, doença conhecida como ‘Ossos de Vidro’, ela relatou que no momento do embarque a companhia não contava com uma stair trac ou uma ambulift – equipamentos utilizados para o transporte de deficientes até o interior dos aviões. “Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive a resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça”, escreveu.
“O fato de ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo meu marido em uma situação como essa (escada íngreme, com piso de alumínio e úmida devido ao sereno da madrugada), gera um risco que eu não estou disposta a correr”, afirmou ao explicar que a doença provoca fragilidade nos ossos. A subida sozinha, garante, foi a melhor opção encontrada já que “os movimentos estão sob meu controle e eu conheço meus limites”, completou.
O caso provocou polêmica e Katya fez uma nova postagem nesta terça (2) destacando que não pretende processar a companhia e que apenas queria chamar a atenção para que a estrutura para deficientes fosse melhorada. “Já conversei com a Cia Aérea GOL e disse que não tenho a mínima intenção em processar ou fazer nenhum tipo de sensacionalismo com a situação. Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento”, disse. “O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for.”
O G1 tentou contato com Katya, mas até a publicação desta matéria ela não havia retornado para comentar sobre o caso.
Melhorias
Em nota, a Gol diz lamentar o ocorrido e informou que o Stair Trac da base de Foz de Iguaçu não estava disponível para uso na manhã de segunda-feira e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076. “A companhia tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível, e ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia”, destacou ao dizer ainda que “tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer”.
Já a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela administração do aeroporto de Foz do Iguaçu, observou que todas as obras feitas no terminal de passageiros recentemente foram executadas com base em requisitos de acessibilidade e que os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros são de responsabilidade das empresas aéreas, podendo a Infraero oferecer suporte de infraestrutura quando necessário.”
A assessoria de imprensa da estatal adiantou ainda que a resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que a partir de 2015 a administração dos aeroportos deverá oferecer o equipamento para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “No momento não há previsão de instalação de pontes de embarque no aeroporto de Foz do Iguaçu. Entretanto foi concluído o processo de aquisição de 15 ambulifts”, melhoria que deve atender também o terminal da fronteira.
Fonte: G1
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