quarta-feira, 10 de junho de 2015

Professora dá uma de cupido e casal com Down se casa

Primeiro casamento de pessoas com síndorme de Down no Piauí (Foto: Amanda Dourado/G1)

Primeiro casamento de pessoas com síndorme de Down no Piauí (Foto: Amanda Dourado/G1)
O casal se conheceu através de uma professora da noiva. Após a união, recémcasados vão morar com os pais de Vinicius.
Uma história de amor digna de conto de fadas com direito até a cupido. Assim pode ser definido o relacionamento de Fátima Sousa e Vinicius Saraiva, que casaram no último fim de semana, em um buffet de Teresina. A união mais do que especial tem um detalhe que deixa a história ainda mais interessante: foi o primeiro casamento de pessoas com a síndrome de Down na capital, segundo a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (Apae).
Eles se conheceram através da professora Leonice Leia, que dá aula para Fátima. “Eu conheci a mãe do Vinicius durante a aula de hidroginástica. Ela comentou comigo que estava à procura de uma namorada para ele há alguma tempo e na mesma hora eu lembrei da Fátima. Agora posso ver que acertei”, disse a professora.
O primeiro encontro do casal aconteceu em um shopping center de Teresina, após as mães combinarem por telefone. “Quando Leonice me deu o telefone da mãe da Fátima, eu liguei na mesma hora e combinei com ela um encontro entre os dois. No dia eles estavam muito empolgados e quando se viram pela primeira vez, nós notamos que rolou uma afinidade”, conta a funcionária pública, Sônia Saraiva mãe de Vinicius.
Fátima e Vinicius namoraram por dois anos, até que o rapaz decidiu pedir a mão da moça em casamento para o pai dela. A relação seguiu a ordem dos romances tradicionais. Os dois se conheceram namoraram, noivaram e, finalmente, “casaram”.
“Eu falei para o pai dela que tinha um assunto sério para falar com ele, que queria casar com a filha dele e cuidar dela”, afirmou Vinicius Saraiva.
Leonice Leia, professora que apresentou o casal (Foto: Amanda Dourado/G1)
Leonice Leia, professora que apresentou o casal
(Foto: Amanda Dourado/G1)
O tão esperado “casamento” aconteceu no último fim de semana e os pais estavam mais nervosos que os noivos. “Esse é um momento de vitória para todos nós, é um resultado de um trabalho de uma vida toda dedicada a um filho. Eu estou extremamente emocionado e satisfeito com a nova vida do meu filho”, diz o pai do noivo, Manuel Saraiva.
Casamento de pessoas com síndrome de Down é permitido no Brasil, mas para isso é necessário que os noivos não sejam interditados judicialmente pela família.
No caso de Vinicius e Fátima o casamento foi somente simbólico, realizado por uma pastor evangélico. “Resolvemos interditar o Vinicius há sete anos, só por precaução, mas tanto ele como a Fátima são bastante independentes”, disse o pai do noivo, Manoel Saraíva.
O casal vai morar na casa dos pais de Vinicius, mas passarão os fins de semana com os pais de Fátima “Eu já estou para morrer de saudades da minha filha, a gente sempre foi muito apegada, mas estou tão feliz por essa nova fase da vida dela”, conta dona Danieli Sousa, mãe de Fátima.
Fátima e Vinicius namoraram por dois anos até casar (Foto: Reprodução/Facebook)
Fátima e Vinicius namoraram por dois anos até casar (Foto: Reprodução/Facebook)
Sindrome de Down
As pessoas com síndrome de Down possuem 47 cromossomos e não 46, como acontece normalmente. A presença de um cromossomo a mais é determinada por uma ocorrência genética e pode ocorrer com qualquer casal, independente da faixa etária, e herdada em poucos.
O efeito do material genético em excesso varia de indivíduo para indivíduo, mas pode-se dizer que uma das características é o desenvolvimento, em geral, se dar em um ritmo mais lento.
O pai de Vinicius, Manoel, afirma que a condição do casal não o impede de fazer qualquer tipo de atividade. Vinicius trabalha diariamente na Assembleia Legislativa do Piauí.
“Sempre fiz de tudo para meu filho viver como uma pessoa normal. Antes de conhecer a Fátima ele vivia em festas com os amigos, agora virou um homem comportado. Mas é importante essa independência deles”, avalia.
Fonte: G1

Nenhum comentário: