Cursos ajudam professores a estarem melhor preparados para receberem os alunos com necessidades especiais
Meu filho chegou em casa, após o primeiro dia de aula, quando estava na sexta série do ensino fundamental, com uma grande novidade: tinha um coleguinha “especial”. O menino era autista, e a mãe dele e uma da professoras explicaram para a turma _ com linguajar apropriado para a idade, lógico _ o que era o autismo e de como era importante todos receberem bem o novo amigo. Depois disso, diariamente meu filho chegava em casa com uma novidade para contar: “Sabe que hoje ele jogou bola com a gente?”, “Ele é muito engraçado, sai no meio da aula para ir no pátio olhar as borboletas”, “Hoje nós trocamos os nossos lanches”…
Conviver com uma criança especial se tornou normal _ e um grande aprendizado, não só para o meu filho como para todo o colégio. Depois, vieram outros: cadeirantes, portadores de Síndrome de Down, e a instituição de ensino ficou cada vez mais plural, mais inclusiva e, por consequência, mais interessante para todos. Hoje meu filho é adulto, não encontra mais o colega autista, mas o tem até hoje como uma grande referência _ alguém que lhe abriu os olhos para um mundo que ele não conhecia e que aprendeu a respeitar e, mais do que isso, a admirar.
Escrevo isso para ilustrar a importância de abrirmos nossas escolas para todos. Durante esta semana, a Secretaria de Educação de Florianópolis realizou o “Seminário de Educação Inclusiva: direito à diversidade”, trazendo especialistas nacionais e estrangeiros para debater o tema com os professores. É isto o que precisamos: capacitar os professores para que proporcionem também aos “especiais” um aprendizado de qualidade, dentro das possibilidades de cada um, e um futuro digno.
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