“Este alimento faz mal à saúde”
Da Gazeta do Povo
O documento da Anvisa prevê notificação, interdição e até o pagamento de multa (entre R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão) para empresas, anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação que descumprirem as exigências.
Protesto
As entidades que assinam o manifesto, no entanto, dizem que a propaganda brasileira tem um sistema misto de controle – o Código de Defesa do Consumidor e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) – que “funciona muito bem”.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), uma das signatárias do documento, ressaltou em nota que “a Anvisa excede em suas atribuições ao propor regras à publicidade’’ e que o processo legislativo é atribuição do Congresso Nacional, com base no artigo 220 da Constituição. Ainda na semana passada, com o mesmo argumento, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia) anunciou que vai entrar na Justiça contra a resolução.
Em entrevista esta semana, o procurador-chefe da Anvisa, Maxiliano D’Ávila de Souza, disse que já esperava uma reação em cadeia das entidades. “O papel da Anvisa é muito difícil, não dá para agradar a todos. Por um lado, eles acharam ruim. Por outro, entidades ligadas à saúde e aos direitos das crianças acharam a norma frouxa”, diz. Segundo Souza, todos os itens da resolução foram avaliados pela AGU e não há inconstitucionalidade, já que a Anvisa tem atribuição legal para regular a publicidade de produtos nocivos à saúde. O procurador argumentou ainda que a resolução não restringe a liberdade de expressão, apenas amplia a quantidade de informações para o consumidor. “Não há dúvidas de que as gorduras trans e saturada, presentes nos alimentos, são prejudiciais à saúde. E a Anvisa, como representante legal do poder público, tem a obrigação de informar o consumidor”, alega.
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