domingo, 22 de abril de 2012 7:07
Campeão faz último mergulho em Londres
O atleta que mais trouxe medalhas para o Brasil em paraolimpíadas anunciou que irá se aposentar neste ano. O nadador Clodoaldo Silva, 33 anos, se prepara para participar, pela última vez, dos Jogos Paraolímpicos, disputados entre agosto e setembro em Londres.
O potiguar é dono de seis medalhas de ouro, cinco de prata e duas de bronze, conquistadas nas edições de Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008). Apesar da contribuição que trouxe para o esporte paraolímpico brasileiro, Clodoaldo não mostra apego à profissão e já pensa em diversos planos para o futuro.
"Esta é a minha quarta e última paraolimpíada. É lá que vou pendurar minha sunga, óculos e touca. Dediquei minha vida ao esporte desde 1998, contribuí para um olhar diferente para o atleta paraolímpico dentro da água. Agora, quero ajudar fora", contou o atleta.
Com a aposentadoria após Londres, o atleta, que mora em Niterói, deve voltar para Natal, no Rio Grande do Norte, onde pretende inaugurar e administrar o Instituto Clodoaldo Silva. Segundo o nadador, o objetivo do projeto é proporcionar acesso ao esporte para crianças e adolescentes com e sem deficiência, promovendo a inclusão entre os jovens. O carro-chefe do instituto será a natação.
"Sempre me preocupei a cuidar da minha carreira pós-atleta. Eu me preparei para parar. A gente vê exemplos de diversos jogadores de futebol que foram grandes ídolos e hoje vivem na mendingância. Fiz um planejamento. Já ganhei tudo na piscina e não tenho grandes desafios dentro dela, mas tenho muitos fora”, explicou Clodoaldo.
Até ontem, o nadador participou de uma semana de treinos da Seleção Brasileira com outros 17 atletas no complexo aquático Leonardo Sperate (Lauro Gomes) em São Caetano. Atualmente, além da natação, o atleta dá palestras motivacionais em empresas
PREPARAÇÃO
No início do mês, o atleta disputou o Campeonato Mundial de Paranatação, na Inglaterra. O potiguar faturou uma medalha de ouro, uma de prata e três bronzes. “Isso me mostrou que estou no caminho certo e até Londres estarei na forma ideal. Quero fechar a carreira com chave de ouro”, projetou.
O Comitê Paraolímpico Brasileiro ainda não recebeu a confirmação de quantos atletas da modalidade participarão dos Jogos. Apenas Edenia Garcia, Daniel Dias e André Brasil têm vaga garantida, pois foram medalhistas no Mundial Paraolímpico de Natação em Eindhoven, na Holanda. Clodoaldo tem índice paraolímpico e sua participação na competição mais importante da modalidade é quase certa. Em Pequim, há quatro anos, a Seleção contou com 24 atletas.
Antes de partir para Londres, a equipe brasileira terá um período de treinos e concentração em Manchester, já no país sede dos Jogos. A Paraolimpíada ocorre entre 29 de agosto a 9 de setembro.
Estudos e documentário são projetos
Além de administrar um projeto social, o nadador Clodoaldo Silva também deseja voltar às salas de aula após os Jogos Paraolímpicos de Londres, entre agosto e setembro. O potiguar pretende fazer curso de jornalismo para trabalhar na divulgação do esporte para deficientes físicos.
Entre os planos pós-Londres também está a divulgação do documentário Clodoaldo Silva – o tubarão das piscinas, que conta a trajetória do nadador. Uma produtora do Rio é responsável pela execução do filme. Clodoaldo tem a intenção de rodar a produção em escolas públicas brasileiras.
A paraolimpíada de Atenas, em 2004, foi um divisor de águas. Porque pela primeira vez as pessoas passaram a nos enxergar não com olhos de dó, mas de respeito. Por isso, quero trabalhar fora da piscina para a consolidação do esporte paraolímpico”, contou o atleta, que na edição conquistou seis medalhas de ouro e uma de prata
O atleta afirmou que foi alvo de preconceito quando era mais jovem e que o Brasil mantém uma postura longe da ideal com relação aos deficientes. “Hoje, não sofro preconceito verbal. O maior problema é a falta de acessibilidade, ou quando alguém não respeita a vaga para deficientes ou os nossos direitos”, explicou.
Clodoaldo nasceu com paralisia cerebral, após faltar oxigênio na região. O problema afetou o movimento das pernas. LV
Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
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