quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Relação completa de classificação funcional paraolímpica - Biblioteca Digital

Relação completa de classificação funcional paraolímpica - Biblioteca Digital



RELAÇÃO COMPLETA DE CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL PARAOLÍMPICA
CPB - Comitê Paraolímpico Brasileiro - Olimpíada - 15/09/2008
Antes de participar de qualquer competição, o atleta com deficiência deve obrigatoriamente passar por uma classificação funcional. Conceitualmente, a classificação constitui-se em um fator de nivelamento entre os aspectos da capacidade física e competitiva, colocando as deficiências semelhantes em um grupo determinado. Isso permite igualar a competição entre indivíduos com várias seqüelas de deficiência, pois o sistema de classificação eficiente é o pré-requisito para uma competição mais equiparada.
Podemos considerar que a classificação do esporte paraolímpico é dividida em classificação médica (oftalmológica) para deficientes visuais e classificação funcional para deficientes físicos. Cada esporte determina seu próprio sistema de classificação, baseado nas habilidades funcionais identificando as áreas chaves que afetam o desempenho para a performance básica do esporte escolhido. A habilidade funcional necessária independe do nível de habilidade ou treinamento adquirido.
Nesse sentido os números de classes são determinados de acordo com o respectivo esporte e possíveis habilidades funcionais em atletas com diferentes deficiências. Torna-se então essencial que um atleta que compete em dois ou mais esportes receba uma classificação diferenciada para cada um. A necessidade de troca de classe precisa ser continuamente revista com base nas diferenças funcionais e na performance.
Na maioria dos esportes, o comitê de classificação é composto por três profissionais da área de saúde: médico, fisioterapeuta e professor de educação física. As regras de classificação são parte das regras técnicas do esporte.
Atletismo - Classificação Funcional
Para provas de campo - arremesso, lançamentos e saltos
F – Field (campo)
  • F11 a F13 – deficientes visuais
  • F20 – deficientes mentais
  • F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
  • F40 - anões
  • F41 a F46 – amputados e Les autres
  • F51 a F58 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)Para provas de pista - corridas de velocidade e fundo
T – track (pista)
  • T11 a T13 – deficientes visuais
  • T20 – deficientes mentais
  • T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 - cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
  • T41 a T46 – amputados e les autres
  • T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)
OBS: A classificação é a mesma para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos implementos utilizados no arremesso de peso e nos lançamentos de dardo e disco variam de acordo com a classe de cada atleta.
Basquetebol em Cadeira de Rodas - Classificação Funcional
Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Para facilitar a classificação e participação dos atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.
Bocha - Classificação Funcional
Os jogadores podem ser classificados em quatro classes:
  • BC1: Tanto para arremessadores CP1 como para jogadores CP2. Atletas podem competir com o auxílio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido.
  • BC2: Para todos os arremessadores CP2. Os jogadores não podem receber assistência.
  • BC3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que deve permanecer na área de jogo do atleta mas deve se manter de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo.
  • BC4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas que não podem receber auxílio.
Ciclismo - Classificação Funcional
LC - Locomotor Cycling (Pessoas com dificuldade de locomoção)
  • LC1 - Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.
  • LC2 - Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.
  • LC3 - Atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.
  • LC4 - Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.
Tandem
Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás o atleta com deficiência visual.
Handbike
Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.
Futebol de Cinco - Classificação Funcional
Em Jogos Paraolímpicos, esta modalidade é exclusivamente praticada por atletas da classe B1 (cegos totais) que não têm nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos; ou têm percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
Futebol de Sete - Classificação Funcional
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento. Novamente, vale a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento físico do atleta. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor.
Goalball - Classificação Funcional
Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, inclusive das classes B2 e B3 (com visão parcial), utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade.
  • B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
  • B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
  • B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Halterofilismo - Classificação Funcional
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São eligíveis para competir atletas amputados, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras.
Hipismo - Classificação Funcional
Existem quatro classificações para os cavaleiros:
  • Classe I: Predominantemente cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores.
  • Classe II: Predominantemente cadeirantes ou aqueles com severa debilitação envolvendo o tronco e de leve a bom equilíbrio do tronco ou severa debilitação unilateral.
  • Classe III: Predominantemente capaz de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral. Podem requerer o uso de cadeira de rodas para longas distâncias ou devido à pouca força. Atletas que têm total perda de vista em ambos olhos.
  • Classe IV: Debilitação de um ou mais membros ou algum grau de deficiência visual.
Judô - Classificação Funcional
Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial.
  • B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
  • B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
  • B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Natação - Classificação Funcional
O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número da classe. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).
  • S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – nadadores com limitações físico-motoras.
  • S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com deficiência visual (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco).
  • S14, SB14, SM14 – nadadores com deficiência mental.
Remo - Classificação Funcional
São quatro categorias de competição: Single Skiff Masculino, Single Skiff Feminino, Doublé Skiff Misto Quatro Com Misto. Cada uma delas pode ser composta por atletas com diferentes tipos de deficiências que são classificados de acordo com a capacidade funcional empregada:
A – Grupamento funcional utilizado: braço.
TA – Grupamento funcional utilizado: tronco e braço.
LTA - Grupamento funcional utilizado: perna, tronco e braço.
Tênis em Cadeira de Rodas - Classificação Funcional
O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticada uma deficiência relacionada com a locomoção, em outras palavras, deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se como resultado dessa limitação funcional a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.
Tênis de Mesa - Classificação Funcional
Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.
  • TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes
  • TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes
  • TT11 - atletas andantes com deficiência mental
Tiro - Classificação Funcional
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no Tiro, os atletas são divididos em três classes: SH1, SH2 e SH3 (as competições paraolímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2). A diferença básica entre a SH1 e SH2 é que os atletas da SH2 podem usar um suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC. Os atletas da SH3 possuem debilitação visual.
A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:
SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.
SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma.
SH3: Atiradores de Rifle com deficiência visual.
Vela - Classificação Funcional
Na classe de barcos SKUD-18, os velejadores são classificados como TPA ou TPB. São TPA quando eles são adjudicados em um ponto pela classificação funcional, ou quando completando mais de um ponto, têm a pontuação funcional do membro superior em 80 pontos ou menos na combinação de ambos os braços, juntamente com uma perda de 30 pontos no melhor braço.
Os velejadores são classificados como TPB quando eles têm ao menos uma deficiência mínima que os torna elegíveis para velejar. Pelo menos um dos velejadores precisa ser mulher. Para a classe de barcos 2.4mR os velejadores apenas precisam possuir uma deficiência mínima.
Voleibol - Classificação Funcional
O sistema de classificação funcional do voleibol é dividido, portanto, entre amputados e les autres. Para amputados, são nove classes básicas baseadas nos seguintes códigos:
AK - Acima ou através da articulação do joelho (above knee)
BK - Abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear (below knee)
AE - Acima ou através da articulação do cotovelo (above elbow)
BE - Abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso (below elbow)
Código básico de classificação para amputados:
  • Classe A1 = Duplo AK
  • Classe A2 = AK Simples
  • Classe A3 = Duplo BK
  • Classe A4 = BK Simples
  • Classe A5 = Duplo AE
  • Classe A6 = AE Simples
  • Classe A7 = Duplo BE
  • Classe A8 = BE Simples
  • Classe A9 = Amputações combinadas de membros inferiores e superiores
Em les autres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora. Atletas pertencentes a categorias de amputados, paralisados cerebrais ou afetados na medula espinhal (paratetra-pólio) podem participar de alguns eventos pela classificação les autres.

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