PROFESSORES:
Alunos com dificuldades de aprendizagem, déficit de atenção, hiperatividade ou dislexia podem ser beneficiados pela Lei da Inclusão.
A Lei nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996 (LDB) estabelece:
Artigo 12, inciso V e artigo 13, incisos III e LV:
“os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
V – prover meios de recuperação dos alunos de menor rendimento:
Os docentes incumbir-se-ão de:
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.
Artigo 24, inciso V, letra a: prevê a avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo período.
Em conformidade à Lei, algumas orientações se fazem necessárias:
1) Colocar o aluno próximo à lousa e ao professor, dispondo num lugar onde não tenha reflexos (por causa da dificuldade ótica do disléxico) e por conta da dispersão acentuada que o TDAH e a DISLEXIA PROVOCA NA CRIANÇA/ADOLESCENTE;2) O professor pode explicar a matéria exemplificando, interpretando os textos (o vocabulário do disléxico é bem pequeno, assim muitas palavras que aparecem nos livros e textos não são familiares e não tem sentido a eles), portanto há necessidade de interpretar inclusive palavras, associando e fazendo analogias com o dia deles;
3) O professor poderá no final de cada aula pedir que em uma palavra ou frase, indique o que aprendeu ou entendeu. Para o disléxico é difícil expor suas experiências por conta da dificuldade de integração e do vocabulário restrito. Muitas vezes sabem a matéria, mas não conseguem colocar em palavras (explicar). Com essa prática, no início terá dificuldade, mas com o passar do tempo vai entender o jogo;
4) Em matérias como geografia, história e ciências, o professor poderá fazer questionários, fornecer resumos e pedir que faça pesquisa e trabalhos sobre o assunto (como forma de sistematização);
5) Nos dias de prova o professor poderá ler e ajudá-lo a interpretar o que está sendo pedido;
6) Apresentando dificuldade de interpretação na prova, podem ajudá-lo dando-lhe pistas que fará com que se recorde da matéria dada em sala de aula;
7) Caso o aluno não consiga um bom desempenho nas provas feitas em sala de aula poderá realizá-las em outro período a ser combinado, sendo acompanhado por um coordenador ou poderão ter um tempo maior para realizá-las;
8) As provas poderão ser em forma de teste, oral ou questionário. Em casos graves, caso não tenha ainda um bom desempenho, um outro recurso poderá ser oferecido como trabalhos ou pesquisas sobre a matéria dada, valendo nota, com a autorização da coordenação e orientação;
9) O professor pode grifar os verbos nos textos e provas, pedindo para que fique atento a ação ou seja, “o que está sendo pedido”;
10) O professor deve poupá-lo de ler em voz alta na classe e mandá-lo para a lousa, pois uma das características do distúrbio é a desorganização de espaço e tempo, portanto o espaço da lousa é grande demais e causa constrangimento ao aluno por não conseguir escrever ordenadamente;
11) A memória também sofre de desorganização, portanto é imprescindível o uso da agenda para marcar lições, avisos, etc. Neste caso é muito importante quem o professor verifique a agenda pois nem sempre o aluno consegue marcar tudo o que foi pedido. Também há necessidade de ter maior tolerância com esquecimentos e desorganização, sempre pontuando ao aluno o quando é importante essa manifestação de vontade de fazer o que se pede;
12) Nas cópias de lições também há a necessidade de ser verificado pelo professor e caso não tenha conseguido, pedir que tire cópia do professor ou de um colega;
13) Na disciplina de Língua Portuguesa, o uso de fichas pode ajudar a memorização das regras e se necessário, fazer uso dessas fichas em dia de prova. Ex: definição de substantivo e um exemplo;
14) Em matemática poderá ser liberado o uso da tabuada, fórmulas quando houverem e calculadora;
15) Erros de ortografia não serão descontados na nota, pois normalmente haverão erros na escrita. Pontuar ao aluno os erros e pedir que copie corretamente;
16) Apresentam também inversão para escreverem algumas palavras. Ex: bola – obla. Podem apresentar espelhamento.
17) É necessário conscientizar o aluno da importância de fazer e entregar a lição de casa, como forma de sistematização e nota;
18) Na matemática, ajudá-lo a interpretar o enunciado e ir passo a passo no restante. Organizar contas com muitos números não é uma tarefa fácil por causa do seu maior desafio que é a organização e sequência, sendo assim, essas tarefas necessitam serem assistidas inclusive nas provas;
19) Provas gerais que possuem um número maior de questões poderão ser reduzidas. Ou seja, indicar aos alunos com deficiência apenas quais questões deverão responder;
20) O papel da família é também ajudar o aluno na realização das tarefas de casa, trabalhos, organização de material, verificar datas de entrega de trabalhos e ajudá-lo a estudar nas provas, fazendo resumo da matéria, questionários e promovendo a memorização. Neste caso, a escola deve sempre monitorar e orientá-los para isso;
21) Convocar por escrito para aulas de monitoria são sempre úteis quando perceber a necessidade.
Após essas orientações e conforme já conversado em reunião pedagógica mensal estamos realizando reuniões com pais dos alunos com esses distúrbios que estão sendo muito produtivas. Durante esses encontros alguns pais fizeram as seguintes colocações:
b) Que em virtude de futuramente não haver nenhum diferencial para provas de vestibular, que as provas fossem simplesmente aplicadas com diferencial, ou seja, maior tempo ou um ambiente mais calmo (sala de orientação), pontuar o que se pede (grifar os verbos), mostrando atenção à possível agitação (pedir que dê uma volta), identificar ao aluno uma sequência de realização (fazer com que volte sua atenção á organização da prova) Assim como, em provas teste fosse verificado sua ansiedade para que pudesse ser submetido a provável prova oral após um maior tempo de execução da prova citada. Na verdade o objetivo de torná-lo atento às provas e que após as mesmas com baixo rendimento ser verificado a possibilidade de aplicação de prova oral a fim de não causar uma baixa auto-estima, segue o intuito real de treiná-lo para futuras provas em sua vida adulta. Assim, nosso objetivo principal é torná-lo apto e treiná-lo para saber lidar com suas dificuldades futuras que enfrentará sozinho.
c) Em momentos que perceber uma melhora em suas atitudes, permitir que faça parte da turma do “fundão” (ou em carteiras no meio da classe) para que também treine sua habilidade de fazer parte do grupo comum. Caso perceba que se torna inviável, retorná-lo para as primeiras carteiras;
d) Durante as aulas ter maior tolerância com esquecimentos e desorganização, mas isso não quer dizer que não deve pontuar seus erros e seus esquecimentos fazendo com que retorne à normalidade e faça o que foi pedido.
Tanto o TDAH como a DISLEXIA são distúrbios de origem genética e hereditária e não interferem na capacidade intelectual da pessoa que normalmente possui QI acima da média.
As interferências cerebrais decorrentes causam dificuldades de: aprendizagem, atenção, espaço, tempo, sequenciação, memorização e organização. Porém, isso não impede a pessoa de estudar e se formar em qualquer área podendo inclusive ser médico, engenheiro, professor, escritor, físico, artista, empresário, presidente da república e tudo que desejar, desde que tenha um atendimento adequado e que seus direitos sejam respeitados.
Ao professor cabe o desafio de ajudar o aluno a elevar sua auto estima e criar uma identificação sendo o “espelho”. Atitudes assertivas não somente darão oportunidades de colocá-lo no caminho do sucesso, como também serão lembrados com carinho, admiração, exemplo de vida, ética e profissionalismo.
Elogios e recompensas pelo sucesso serão sempre bem-vindos.
Críticas sempre humilham e denigrem quem está se sentindo inferiorizado pelas suas dificuldades.
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