domingo, 28 de fevereiro de 2010

Equipe brasileira de paraatletismo domina pódio da Maratona de Miami


Os paraatletas brasileiros Carlos Neves de Souza, Jaciel Paulino e Carlos Oliveira e o técnico Eduardo Leonel estiveram na Flórida, nos Estados Unidos, no último domingo, 31 de janeiro, participando da Maratona Internacional de Miami. A equipe brasileira conquistou a segunda, a terceira e a quinta posições, um resultado considerado muito positivo, principalmente em uma prova que foi bastante competitiva.

A largada aconteceu às 6h20, ainda escuro, em frente ao American Airlines Arena, conhecido palco de shows e partidas de basquete da NBA na cidade. Logo no começo, em um trecho de forte subida, o colombiano Oralando Cortez e Jaciel Paulino abriram vantagem dos demais corredores. Oliveira e Souza vinham juntos, um pouco mais atrás, e na altura dos cinco quilômetros de prova, passaram respectivamente às segunda e terceira colocações, deixando Jaciel em quarto.

Jaciel teve problemas com sua roda no transporte do avião, o que atrapalhou um pouco seu rendimento. Após passar a metade do percurso, foi superado pelo americano Ryan Barnett e terminou a prova na quinta colocação. Ao final da prova, a posição mais alta do pódio ficou com Orlando Cortez, com tempo de 1h53, a segunda posição com Carlos Neves de Souza, 2h04, e, em terceiro, Carlos Oliveira, 2h06. Jaciel Paulino fechou em quinto, cruzando a linha de chegada com 2h17.

O resultado foi considerado um dos melhores do paraatletismo brasileiro em maratonas internacionais. As equipes dos atletas, Fast Wheels/FILA e TNT/WIN Sports, tiveram apoio dos seus patrocinadores para custear as passagens, e da ONG americana Achilles Track Club, que custeou hospedagens e inscrição.

Chip ajuda jogadora de futebol a superar deficiência auditiva


Chip implantado por cirurgia ajuda jogadora a superar deficiência auditiva
Jovem de 16 anos se beneficia de tecnologia inovadora

Imagine jogar futebol e não escutar o apito do juiz, as instruções do treinador, os gritos de gol. A carioca Mariana Gomes, de 16 anos, tinha o sonho de se tornar jogadora de futebol, mas não podia disputar uma competição por ser portadora de deficiência auditiva.

- Eu não acreditava que um dia minha filha poderia se tornar uma atleta profissional, mas ela sempre acreditou. O pensamento positivo dela sensibiliza qualquer um - disse o pai, Romildo.

E foi essa confiança da filha que fez o pai correr atrás de uma cirurgia para que ela pudesse escutar um dia. Um chip foi colocado no cérebro de Mariana e, em contato com um aparelho preso ao ouvido, possibilita que a menina escute qualquer tipo de som. Graças a este moderno procedimento cirúrgico, realizado aqui mesmo, no Brasil, Mariana integra as divisões de base do Team Chicago Brasil, que disputa competições no Rio de Janeiro.

- Ela já está começando a disputar competições, mas ainda temos de tomar certas precauções. Esta menina serve como uma lição de vida. É emocionante ver o sucesso dela na busca pelo sonho de ser jogadora - contou Romildo.

O repórter Kiko Menezes, o produtor Thiago Asmar e o cinegrafista Fábio Brandão vão mostrou a realização do sonho de Mariana, neste domingo,228/2/2010 no “Esporte Espetacular”. Foi a primeira reportagem da série “Superação”.

VEJAM A REPORTAGEM DA GLOBO EM : http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Esporte_Espetacular/0,,MUL1505520-16321,00-CHIP+IMPLANTADO+POR+CIRURGIA+AJUDA+JOGADORA+A+SUPERAR+DEFICIENCIA+AUDITIVA.html

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cão sem duas patas ganha 'cadeira de rodas'


VEJAM A REPORTAGEM DA BBC EM : http://noticias.br.msn.com/video/default.aspx?cp-documentid=080e71a3-375b-42ae-aa1c-b199bd617e11

Cão sem duas patas ganha 'cadeira de rodas'
Animal de quatro anos nasceu sem patas dianteiras

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Obesidade + Diabetes = Diabesidade





VEJAM A REPORTAGEM COMPLETA DA REVISTA EPOCA EM : http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI117661-15224,00-OBESIDADE+DIABETES+DIABESIDADE.html

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI117661-15224,00-OBESIDADE+DIABETES+DIABESIDADE.html

Foi-se o tempo em que a enorme concentração de gordos era motivo de espanto para os brasileiros que viajavam para os Estados Unidos. A obesidade (em todos os graus e formas) está definitivamente entre nós. No Brasil de 1975, 16% da população estava acima do peso ideal. Hoje são 43%. Esse é um daqueles fenômenos cuja comprovação está ao alcance dos olhos. Passe uma manhã na Praia de Copacabana, na Avenida Paulista ou em qualquer outro cartão-postal do país e conte quantos obesos cruzam seu caminho. O efeito mais evidente da obesidade é estético, aquele que você reconhece de longe. O mais grave é o que você não vê. Ele já ganhou nome: diabesidade. Os obesos de hoje serão os diabéticos de amanhã. Pior que o avanço da obesidade é a epidemia global de diabesidade. O binômio usado para designar a mistura das duas doenças é hoje o maior desafio da saúde pública no mundo. Enfrentá-lo é mais difícil que encontrar uma vacina contra um vírus novo. É preciso mexer no estilo de vida e na cultura, mudar hábitos alimentares e o comportamento de populações inteiras. Não é fácil. “O diabetes vai afetar cada vez mais pessoas e ameaçar economias”, diz Jean Claude Mbanya, presidente da Federação Internacional de Diabetes. “Se não tornarmos acessível um estilo de vida saudável, em pouco tempo o mundo vai gastar bilhões de dólares com as complicações dessa doença.” Nas próximas duas décadas, os novos casos de diabetes vão crescer 54% no mundo, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2030, haverá 438 milhões de diabéticos no planeta. Na América Central e do Sul, o crescimento será ainda mais acentuado (65%). Isso significa que quase 30 milhões de pessoas terão a doença em nosso continente (leia no infográfico).

O Ministério da Saúde estima que existam no Brasil 11 milhões de diabéticos (muitos deles sem diagnóstico). A doença pode começar a afetar o organismo dez anos antes de o paciente desconfiar que há algo errado. “Diabetes junto com obesidade é uma desgraça”, diz o professor José Carlos Pareja, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além dos 438 milhões de diabéticos que a OMS prevê que o mundo terá em 2030, haverá um grupo ainda maior de pessoas que estão prestes a se tornar diabéticas. São os portadores da síndrome metabólica. Ela é caracterizada por acúmulo de gordura abdominal, intolerância à glicose, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados. Mais cedo ou mais tarde, 65% dessas pessoas vão se tornar diabéticas.

Refletir sobre as consequências futuras da obesidade tornou-se urgente. Principalmente depois da divulgação de estudos recentes segundo os quais uma pessoa que come em excesso ou fuma pode aumentar o risco de obesidade na geração futura. A hipótese por trás dessa ideia é que o estilo de vida pode ativar ou silenciar genes. Hábitos inadequados poderiam estimular a manifestação de genes que aumentam o risco de obesidade. E, segundo os pesquisadores, essa informação biológica poderia ser transmitida pelo menos à geração seguinte (leia a reportagem). É mais um fator que pode impulsionar o avanço da diabesidade, cujos danos ao organismo são gravíssimos: falência dos rins, hipertensão, insuficiência cardíaca, AVC, amputações, impotência sexual e cegueira.

O que a gordura tem a ver com diabetes?
A principal fonte de energia do organismo são os carboidratos presentes na alimentação. Eles são encontrados nas massas, nos doces, nas frutas. No aparelho digestivo, os carboidratos são transformados em glicose. Para entrar nas células, a glicose precisa de ajuda. Dar esse empurrãozinho é o papel da insulina, o hormônio produzido no pâncreas. Nos obesos, a insulina tem mais dificuldade para transportar a glicose para dentro das células. Sobra glicose na circulação e o pâncreas reage fabricando mais insulina. Com o tempo, chega à exaustão e não consegue mais fabricar o hormônio (leia no infográfico).

Cerca de 80% das pessoas que têm diabetes tipo 2 estão acima do peso. Quando o diabético engorda, fica mais difícil manter os níveis ideais de açúcar no sangue. A outra forma de diabetes (tipo 1) tem pouca relação com a obesidade. Ela depende de fatores genéticos e é caracterizada por uma resposta exagerada do sistema imune, que lança um ataque contra o pâncreas do próprio paciente. Apenas 5% dos casos são do tipo 1. O pâncreas desses pacientes não produz insulina. Eles precisam, obrigatoriamente, receber doses de insulina.

Nos últimos anos, houve avanços no tratamento do diabetes tipo 2. Surgiram drogas modernas que tornaram mais confortável a convivência com a doença. Os remédios agem em várias frentes: estimulam o pâncreas a secretar mais insulina, inibem a ação de uma enzima que compromete o bom funcionamento do pâncreas e aumentam a habilidade da insulina de empurrar a glicose para dentro das células.

Nos obesos, a insulina tem mais dificuldade para transportar
a glicose para dentro das células. É o início do problema


Clique na imagem e confira o infográfico
Graças à disciplina com que toma os remédios e importantes mudanças na dieta, a administradora de empresas Silvia Maria Daidone Liziero, de 46 anos, tem conseguido conviver muito bem com o diabetes. Diagnosticada em março de 2009, sua doença é consequência do excesso de peso. Silvia é obesa (pesa 90 quilos e tem 1,62 metro) e pertence a uma família de origem italiana. Nunca resistiu às delícias altamente calóricas servidas nos encontros de família. Foi engordando, engordando, até que se tornou diabética. A mesma história se repetiu com as duas irmãs, vários primos, os pais e os avós. “Tenho mais de dez diabéticos na família”, afirma. “Se comprássemos remédio no atacado, acho que faríamos uma boa economia.” A doença não parece ser fruto de um erro genético, e sim de hábitos passados de geração a geração. Silvia decidiu se cuidar para não ter o mesmo destino do pai, que perdeu a visão e morreu de complicações renais decorrentes do diabetes. Toma metformina de ação prolongada rigorosamente (de manhã e após o jantar). O remédio combate o diabetes e reduz o colesterol. Além dele, Silvia usa medicamentos contra hipertensão e colesterol alto. Sua dieta passou por uma revisão geral no último ano. Trocou as massas tradicionais pelo macarrão integral, feito com soja, trigo e aveia. Tornou-se vegetariana. Os doces que comia todos os dias viraram uma espécie de prêmio por bom comportamento. Toma um sorvete ou come um pedaço de chocolate amargo apenas no fim de semana. Não perdeu peso, mas também não engordou. “O remédio está sendo eficaz, e as mudanças de estilo de vida não me trouxeram grandes privações”, diz.

A epidemia mundial de obesidade vai provocar milhões de novos casos de diabetes nas próximas duas décadas. A combinação das duas doenças é hoje o maior desafio da saúde no mundo. Como vencê-lo?

CONVIVÊNCIA PACÍFICA
Silvia no Horto Florestal, em São Paulo, onde faz caminhadas. Ela conseguiu controlar o diabetes com remédios, mudanças na dieta e atividade física. “Vivo bem com a doença”, diz
Como ficar longe da doença?
Ainda não inventaram nenhuma forma mais eficaz de evitar esse mal que seguir a boa e velha receita de vida saudável: alimentação adequada e atividade física. O.k., você deve estar cansado de ouvir esse conselho, mas não existe recurso mais poderoso. Quem segue as cinco regras abaixo, recomendadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes, tem grandes chances de nunca ter a doença.

1. Coma alimentos ricos em fibras (frutas, verduras e legumes) e evite descascar itens que podem ser ingeridos com casca.

2. Diminua a quantidade de gorduras (óleo, manteiga, cremes) e de carboidratos (principalmente massas e doces). Prefira alimentos grelhados e cozidos.

3. Reduza a quantidade total de alimentos a cada refeição. Faça várias pequenas refeições ao longo do dia e controle o total de calorias de cada uma delas.

4. Se comer uma sobremesa light ou diet, fique apenas com uma porção. Comer o dobro equivale a consumir um doce supercalórico.

5. Descubra uma atividade física prazerosa e seja disciplinado. Exercícios garantem uma dupla proteção: combatem os quilinhos extras e tornam o praticante mais vigilante em relação ao que coloca no prato.

A obesidade é um importante desencadeador do diabetes, mas não é o único. Os outros fatores de risco são: idade (estar acima de 45 anos); sedentarismo; hipertensão; colesterol e triglicérides elevados; e história familiar.

Há muitos recursos para o tratamento clínico do diabetes. Muitos pacientes, porém, não alcançam o sucesso esperado. “Os remédios ainda não são perfeitamente eficazes”, diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerario, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Diabetes. “Entre 30% e 50% dos pacientes não conseguem controlar a doença”, afirma. Conviver com o diabetes requer disciplina. É preciso seguir a dieta, não descuidar dos remédios, controlar (com rigor) os níveis de açúcar no sangue e tomar insulina quando necessário. Os índices de glicemia podem variar durante o dia todo, pois flutuam ao sabor das emoções. Basta um momento de nervosismo para o índice subir ou cair abruptamente. Quando isso acontece, a pessoa pode desmaiar. A cirurgia pode ser a solução?

A cirurgia pode ser a solução?
Tantos inconvenientes explicam por que muitas pessoas são atraídas pela promessa de cortar o mal pela raiz por meio de uma operação. Nos últimos anos, os médicos observaram que diabéticos obesos submetidos às cirurgias convencionais de redução de estômago tinham uma melhora impressionante do diabetes. E isso ocorria muito mais rápido que a perda de peso. Poucos dias depois de deixar o hospital, os níveis de açúcar (glicemia) no sangue eram normalizados.

A explicação: quando o cirurgião altera o trato gastrintestinal por meio da técnica de redução do estômago mais adotada no mundo (chamada de derivação gástrica, ou bypass gástrico), ocorrem importantes mudanças hormonais. A cirurgia suprime o hormônio que aumenta o apetite (grelina) e estimula a liberação no intestino de outros hormônios (chamados de incretinas) que contribuem para o aumento da produção de insulina pelo pâncreas. É por isso que muitos pacientes se livram completamente dos remédios.

A cirurgia, porém, não é solução para todos os pacientes. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica revisou as evidências científicas disponíveis na literatura médica internacional e divulgou em novembro um consenso sobre o assunto. Segundo a entidade, a cirurgia só pode ser indicada a diabéticos tipo 2 com índice de massa corpórea (IMC) acima de 35. Para calcular o IMC, basta dividir o peso (em quilos) pela altura (em metros) elevada ao quadrado. Para quem tem IMC entre 30 e 35 e não consegue controlar a doença por outros meios, a cirurgia também pode ser cogitada.

Segundo o consenso, apenas três técnicas cirúrgicas podem ser usadas: a derivação gástrica (ou bypass gástrico), a banda gástrica e as chamadas derivações biliopancreáticas (leia no infográfico). Todas elas são regulamentadas e usadas há vários anos para a redução de peso e, mais recentemente, para livrar os pacientes do diabetes. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica não recomenda que as pessoas se submetam a outros tipos de operação – a não ser que se inscrevam como voluntárias em estudos científicos controlados e aprovados por comitês de ética em pesquisa. Como voluntárias, elas devem ser operadas gratuitamente e acompanhadas sem nenhum custo em caso de complicações.

Faz quatro anos que cirurgias não regulamentadas são divulgadas no Brasil com a promessa de cura do diabetes. O caso mais conhecido envolve o cirurgião goiano Aureo Ludovico de Paula. Ele operou centenas de pacientes – entre eles o apresentador de TV Fausto Silva e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) – com uma técnica chamada de interposição do íleo. A parte final do intestino delgado (íleo) é deslocada para a porção do intestino mais próxima do estômago. Em congressos e artigos que publica em revistas científicas, Aureo afirma que quase 90% dos doentes ficam totalmente livres do diabetes. É possível, mas a técnica não foi aprovada para uso em humanos em nenhum lugar do mundo. “Não sabemos quais serão os efeitos da interposição do íleo a longo prazo”, diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerario, da Sociedade Brasileira de Diabetes. “É preciso ter cautela e lembrar sempre de episódios desastrosos como o da talidomida.” Lerario refere-se à droga que era usada para controlar enjoos na gravidez e foi banida depois do nascimento de milhares de crianças defeituosas.

Em novembro, o Conselho Nacional de Saúde (órgão do Ministério da Saúde) considerou ilegal a técnica oferecida por Aureo. A procuradora Léa Batista de Oliveira, do Ministério Público Federal, entrou com uma ação civil pública contra o médico (pela prática de cirurgia experimental em desconformidade com a legislação brasileira) e o Conselho Regional de Medicina de Goiás (por omissão diante dos atos do médico). Ela recebeu denúncias de 12 supostas vítimas que relataram sete mortes. Aureo disse a ÉPOCA que dispõe de farta documentação científica a seu favor e está preparando sua defesa. “O que eu faço não é ilegal nem experimental.” O assunto está nos tribunais.


A epidemia mundial de obesidade vai provocar milhões de novos casos de diabetes nas próximas duas décadas. A combinação das duas doenças é hoje o maior desafio da saúde no mundo. Como vencê-lo?

ELE DESCONFIOU
Rangel numa praça em São Paulo. Ele agendou a cirurgia com Aureo e foi até Goiânia. Desistiu na última hora. “Não acreditem em toda novidade médica que aparece”, diz
O episódio demonstra a vulnerabilidade dos brasileiros diante das novidades oferecidas pelos médicos. Quem assegura que uma técnica inovadora divulgada pela mídia foi submetida a estudos rigorosos, realizados dentro da lei? Quem impede um médico de realizar cirurgias não regulamentadas mesmo depois dos alertas feitos por todas as entidades médicas e pelo Conselho Nacional de Saúde? O caso do doutor Aureo demonstra que a principal proteção com a qual os pacientes podem contar é seu próprio julgamento crítico. Sempre que uma novidade parecer boa demais para ser verdade, é preciso desconfiar dela. É essencial ouvir várias opiniões médicas e pesquisar sobre o assunto.

Foi o que fez o funcionário público Edivaldo Rangel, de 52 anos. Diabético desde 1994, Rangel tomava 12 remédios por dia. Sete só para o diabetes. Tinha hipertensão e colesterol alto. As variações nos níveis glicêmicos provocavam suores, tonturas, mal-estar. Pesava 120 quilos (mede 1,84 metro) e não praticava atividade física como deveria. Quando leu uma reportagem sobre a cirurgia de interposição do íleo, Rangel achou que havia encontrado a solução para seu caso. Fez os exames em São Paulo e agendou a cirurgia em Goiâ nia porque o hospital era mais barato. Desistiu na última hora. “Havia gente demais querendo fazer a cirurgia. Senti que aquilo era uma linha de produção e fiquei com medo”, diz.

Rangel descobriu outro cirurgião que optou por fazer a técnica regulamentada (bypass gástrico) e foi sincero ao dizer que não poderia garantir o resultado. Rangel foi operado em julho de 2009. Alguns dias depois, os índices de glicemia estavam normalizados. Continua tomando metformina (uma das drogas baratas mais usadas contra o diabetes), mas se livrou dos outros remédios contra a doença. O conselho de Rangel: “Não acredite em toda novidade médica que aparece. Pesquise e procure médicos indicados por pessoas de confiança”, diz. Mais magro (está com 93 quilos e pretende chegar aos 90), Rangel se animou a fazer natação. Sente-se mais tranquilo e paciente – e precisa disso. É pai de sete filhos.

Qual é o futuro da cirurgia?
Muitas questões ainda precisam ser respondidas. O efeito da cirurgia dura para sempre? Podem ocorrer efeitos colaterais fatais? A cirurgia é mais vantajosa que o tratamento clínico? Algumas dessas perguntas poderão ser respondidas pelo estudo que está sendo realizado no Rio de Janeiro pelo Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, ligado à PUC. Sessenta voluntários foram divididos em três grupos e serão submetidos a uma das três estratégias: o melhor tratamento clínico possível, cirurgia convencional (bypass gástrico) ou uma cirurgia experimental chamada de exclusão duodenal.

Nenhuma cirurgia foi aprovada para tratar os
diabéticos magros. Estudos estão em andamento

A maioria dos clínicos e dos cirurgiões concorda que a cirurgia de diabetes (depois de devidamente testada e aprovada) pode ter um grande futuro. Não parece haver uma disputa de mercado entre as duas especialidades. Nem uma guerra comercial entre a indústria farmacêutica e a de produtos cirúrgicos. “Apenas uma pequena parcela dos diabéticos estará apta a se candidatar à operação”, diz o cirurgião Ricardo Cohen, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Dizer que os laboratórios querem boicotar o avanço das cirurgias para diabetes é uma bobagem. Para a indústria farmacêutica, nós, os cirurgiões, somos irrelevantes.”

É possível também que no futuro a cirurgia seja indicada aos diabéticos magros. Essa possibilidade está sendo investigada pelo grupo da Unicamp. “Por enquanto não podemos operar diabéticos com IMC abaixo de 30 porque a cirurgia ainda não é regulamentada. Quando as pesquisas terminarem, talvez ela se torne uma boa opção”, diz o professor Pareja. Enquanto isso, os pacientes precisam se adaptar ao melhor tratamento clínico possível.

A tendência atual é medicar o diabético numa fase mais precoce para ajudar a manter as células do pâncreas ativas por mais tempo. Para que o diabético possa ter uma vida normal (e reduzir o risco de complicações), é preciso manter a doença sob controle. Isso significa manter o nível de glicose no sangue, em jejum, entre 80 e 110 miligramas por decilitro. Depois da alimentação, os níveis devem ser inferiores a 140 miligramas por decilitro. É preciso fazer dieta, atividade física, não descuidar dos remédios e usar insulina (caso seja necessário). “Existem muitos recursos para tratar o diabetes”, diz Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “O mais difícil é convencer os pacientes a mudar hábitos de vida.” Se os obesos que ainda não são diabéticos resolverem adotar essas mudanças em 2010, lucrarão duplamente: vão emagrecer e conseguir manter o diabetes no terreno das ameaças epidemiológicas que não se concretizam.

Ter filhos em duas rodas



O senso comum sugere que cadeirantes como a Luciana da novela não poderiam ser mães. Mas elas podem. E são. Conheça suas histórias comoventes

VEJAM REPORTAGEM COMPLETA NA REVISTA EPOCA EM : http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI122912-15228,00-TER+FILHOS+EM+DUAS+RODAS.html

A história vivida pela atriz global Alinne Moraes (na foto abaixo) é baseada na vida da jornalista Flávia Cintra, tetraplégica, que teve os gêmeos Mateus e Mariana, de 2 anos e 7 meses. Ambos moram com a mãe em São Paulo

A tetraplégica Luciana, personagem interpretada pela atriz Alinne Moraes na novela Viver a vida, da TV Globo, vai ficar grávida. Segundo o roteiro do autor Manoel Carlos (que está sujeito a mudanças de última hora), Luciana terá ao menos um filho do médico Miguel. Existe ainda a possibilidade de que ela venha a ser mãe de gêmeos. Uma das fontes de inspiração para a personagem Luciana é a jornalista paulista Flávia Cintra, de 37 anos, tetraplégica e mãe dos gêmeos Mateus e Mariana, com 2 anos e 7 meses. Flávia, que trabalha com palestras sobre inclusão e é consultora de Alinne desde maio de 2009, ajuda a atriz a se preparar para ser uma grávida em cadeira de rodas. Ela conta que, no início, a atriz tinha as mesmas dúvidas que outras pessoas. “Mas depois ela mergulhou neste universo e absorveu as emoções e reflexões vivenciadas por uma mulher cadeirante.” Flávia conta que, quando engravidou, houve um misto de espanto e incompreensão ao redor dela. “Como assim grávida? E de gêmeos?”, costumavam perguntar. Nem passava pela cabeça das pessoas que uma mulher numa cadeira de rodas poderia ter sexualidade ativa. Muito menos que ela viesse a ter filhos. Além do tabu sobre a sexualidade dos deficientes físicos, existe o desconhecimento sobre a capacidade dessas mulheres de gerar e criar. Talvez a novela ajude a desfazer esses mitos. Talvez não. O fato é que, no Brasil, os deficientes com mobilidade reduzida são 27% do total da população dos 25 milhões de deficientes físicos, ou seja, cerca de 6 milhões de pessoas. É o equivalente a uma cidade do Rio de Janeiro de pessoas com limitações para se locomover. Mas não se sabe muito mais sobre elas.O IBGE ainda não discrimina o gênero dos deficientes e, no próximo censo, previsto para este ano, isso também não deverá acontecer.
Essa população quase invisível namora, casa e tem filhos. As histórias desta reportagem são sobre mulheres “anônimas” que vivem a gravidez e a maternidade com seus medos e suas vitórias. Flávia, Tatiana, Ekaterini e Marcela simplesmente enfrentam o cotidiano, como grávidas e como mães. Flávia Cintra ficou tetraplégica aos 18 anos em um acidente de carro. Ela se lembra de que, logo depois do acidente, ainda no hospital, perguntou aos médicos se poderia engravidar. A resposta foi “sim”. Aos poucos, Flávia recuperou sua sensibilidade, o que permitiu que ela voltasse a ter prazer sexual. Namorou várias pessoas, até conhecer o pai de seus filhos. Depois de marcar o casamento, ela descobriu que estava grávida. “Quando eu soube, só conseguia chorar de alegria. Eu me senti a pessoa mais abençoada do mundo. Costumo brincar que foi o melhor acidente da minha vida.” Ao visitar o primeiro ginecologista, Flávia ouviu um sermão e a insinuação de que deveria fazer um aborto: “Ele me disse barbaridades”. Ela desconsiderou as palavras do médico e procurou a ginecologista e obstetra Miriam Waligora, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Miriam lembra que uma de suas primeiras providências foi fazer exames para detectar o exato tipo de lesão medular de sua paciente – dependendo da vértebra afetada, isso determina a sensibilidade e a mobilidade da pessoa. Depois Miriam ensinou Flávia a observar suas secreções, a apalpar o abdome e a perceber os sinais da presença dos bebês. Flávia podia senti-los mexer em sua barriga. Ela também tomou uma medicação anticoagulante para evitar qualquer risco de trombose – mais elevado nos deficientes por falta de movimentação. A ginecologista afirma que o remédio não afeta o desenvolvimento do feto.

Ao aprender a engatinhar, os gêmeos de Flávia escalavam as pernas dela na cadeira de rodas
Flávia diz que não teve os problemas sérios que podem acometer as gestantes cadeirantes, como trombose, infecção urinária, escaras (as feridas na pele causadas pela pressão do corpo imóvel). Além de controlar o aumento de peso, todos os meses ela ia até a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para calibrar a almofada de sua cadeira. Ao acertar a calibragem, Flávia conseguiu impedir o aparecimento de escaras. Ela também bebia muito água para evitar infecção urinária, muito comum entre as mulheres que vivem sentadas. Passou tão bem que com seis meses de gestação foi sozinha a Buenos Aires numa viagem a trabalho. “Eu me sentia muito protegida e tinha certeza de que meus filhos iriam nascer bem”, afirma. A maternidade também tem trazido belas surpresas a Flávia. Ao aprender a engatinhar, Mateus e Mariana escalaram as pernas da mãe na cadeira de rodas para alcançar seu colo. Ela conta que não sabia se gritava de alegria ou pedia ajuda. Os gêmeos também começaram a andar de forma inusitada: seguravam na barra de ferro atrás da cadeira de rodas e empurravam a mãe. Nunca houve um momento de pânico, em que suas limitações físicas a impediram de acudir as crianças em necessidade? “Como eu conheço muito bem minhas limitações, nunca tive problemas para cuidar dos meus filhos”, afirma Flávia. “Sempre criei soluções antes que os problemas aparecessem.”

Mas será que as grávidas e as mães em cadeiras de rodas não questionam sua própria capacidade de cuidar dos filhos? Elas não estariam sujeitas, em grau muito maior, às aflições e aos pavores que cercam a gravidez e a maternidade? Marcela Cálamo Vaz, de 43 anos, paraplégica e mãe de duas crianças, Ricardo, de 10 anos, e Luís Felipe, de 5, viveu essas incertezas – “Será que vou conseguir trocar fraldas, será que vou conseguir colocá-lo sozinha no berço? E se eu derrubar meu bebê ou ele engasgar, quem virá para socorrê-lo?” – e conseguiu resolvê-las. “Não é fácil ser responsável por outras vidas. Não é fácil ser mãe de dois.” Ela conta que era mais difícil quando seus dois filhos eram pequenos. Às vezes ela tinha de ser rápida para apartar as brigas entre eles. Marcela não tem empregada. Ela dá aulas particulares de matemática e português em casa, faz o almoço das crianças, o lanche deles para a escola, recolhe os brinquedos e ainda lava a louça nos intervalos das aulas particulares.

A primeira cadeirante de uma história em quadrinhos





Acredito que há alguns anos seria quase impossível imaginar uma protagonista de histórias em quadrinhos numa cadeira de rodas. O cartunista carioca Victor Klier, de 39 anos, é o primeiro a fazer esse trabalho. A Turma da Febeca conta a vida de um grupo de adolescentes com deficiência física. Febeca – a menina de camisa vermelha no desenho acima – foi inspirada na vida real de duas estudantes cadeirantes, Fernanda Willeman, de 17 anos e Rebeca Sehman, de 15 anos. Fernanda é da cidade de Jardim, no Mato Grosso do Sul e Rebeca de Foz de Iguaçu, no Paraná. Klier conheceu as amigas Fernanda e Rebeca pelo orkut e resolveu juntar seus nomes para nomear sua protagonista. O cartunista diz que quer mostrar o cotidiano dessas crianças que se divertem, estudam e tem questionamentos como qualquer outra adolescente. “Com a ajuda da Fernanda e da Rebeca fui conhecendo melhor o universo das pessoas que tem deficiência”, disse ele ao blog. Hoje já são 15 personagens em seu HQ.

Klier trabalhou com o renomado cartunista Ziraldo durante 17 anos. O projeto editorial da Febeca começou em 2006 e já teve seu primeiro gibi lançado pela prefeitura de Porto Alegre. Agora o Estúdio Megatério, do qual faz parte Klier, procura uma editora para lançar outra edições pelo Brasil.

É interessante notar que o universo dos cadeirantes chega a ser quase que imperceptível na nossa sociedade. Muito pouco se sabe sobre a realidade das pessoas que vivem em cadeira de rodas. Nessa edição de ÉPOCA fiz uma matéria sobre as grávidas e mães cadeirantes que está rendendo uma boa repercussão. Talvez por curiosidade ou até pela oportunidade dos cadeirantes e seus familiares de se manifestarem e de dizerem que eles vivem bem, constroem famílias, trabalham e tem sua maneira própria de tocar a vida.

Alguns dizem que toda essa discussão nesse momento se deve ao fato de a televisão apresentar a novela global Viver a Vida que discute o tema através da personagem Luciana, interpretada pela bela atriz Alinne Moares. Não importa. Seja pela novela ou não, acho que o mais interessa é discutirmos essas questões que envolvem mais de seis milhões de brasileiros. E espero que ela não termine em um debate vazio, mas que haja um avanço concreto para essa população. Nem que seja na nossa forma de olhar para eles em nossa sociedade.

E você, também tem uma história dessas para contar?



As amigas Rebeca (de blusa amarela), de 15 anos, e Fernanda , de 17 anos foram a inspiração para criar a personagem Febeca

Leia também em ÉPOCA: as histórias comoventes de cadeirantes que são mães.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI122912-15228,00-TER+FILHOS+EM+DUAS+RODAS.html

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

clube dos paraplegicos de são paulo realiza atividade adaptada no basquetebol em cadeira de rodas para comemorar os 50 anos de criação desta modalidad


Competição em Comemoração aos 50 Anos do Basquetebol em Cadeira de Rodas

O Clube dos Paraplégicos de São Paulo – CPSP estará promovendo a realização de um Campeonato Brasileiro histórico, comemorativo dos 50 anos de Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil, a competição acontecerá entre os dias 25 de fevereiro a 04 de março de 2010. O objetivo principal desse Campeonato é homenagear e relembrar o início das competições de basquetebol em cadeira de rodas no Brasil, que iniciaram com a partida realizada no dia 06 de junho de 1959 entre o Azes da Cadeira de Rodas (do CPSP) e o Clube do Otimismo do Rio de Janeiro, que aconteceu no Maracanãzinho.


No evento serão homenageados atletas veteranos do Rio de Janeiro e de São Paulo, alguns dos quais participaram dessa primeira partida. Na cerimônia de abertura, que acontecerá no dia 26 de fevereiro às 20:00 horas no Clube Escola Ibirapuera, haverá uma partida simbólica entre os veteranos dessas duas equipes.


Foram convidadas para participar deste grandioso evento equipes dos estados de Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando 16 equipes que serão divididas em duas séries com 8 equipes em cada uma, seguindo a classificação no Ranking Nacional.


• ADDF – PE
• ADFEGO – GO
• ADFISA – SP
• AFCANCI – PI
• ALL STAR – PA
• AMP – MG
• ANDEF – RJ
• CAD – SP
• CEPE – SC
• CIDEF – RS
• COMISSÃO JOVEM – DF
• CPSP – SP
• GADECAMP – SP
• ICEP – DF
• MAGIC HANDS – SP
• RS PARADESPORTO – RS


Essa competição visa homenagear os pioneiros do Paradesporto no Brasil, para relembrar: A primeira partida de Basquete me Cadeira de Rodas no Brasil, aconteceu no dia 06 de junho de 1959 entre o “Azes da Cadeira de Rodas” (do CPSP) e o Clube do Otimismo do Rio de Janeiro. Essa partida foi disputada no Maracanãzinho e o resultado foi 22 x 14 para a equipe paulistana. Após pouco mais de dois meses, no dia 15 de agosto de 1959, aconteceu aqui em São Paulo, no Ginásio da Sociedade Esportiva Palmeiras, o segundo jogo dessas duas equipes onde os “Otimistas” do Rio venceram os “Azes” de São Paulo por 35 x 17.


A Cerimônia de Abertura da Competição acontecerá no Ginásio do Clube Escola Ibirapuera, situado na Rua Pedro de Toledo 1.651, Vila Clementino, São Paulo – SP, às 20:00 horas. Entre outras atrações, haverá uma partida simbólica entre veteranos do “Azes da Cadeira de Rodas” de São Paulo e do Clube do Otimismo do Rio de Janeiro, onde eles e outras personalidades serão também homenageadas.


Os locais de competição são:


CLUBE ESCOLA IBIRAPUERA (Prefeitura Municipal de São Paulo)
Rua Pedro de Toledo, 1651 – Vila Clementino – São Paulo – SP


IPÊ CLUBE
Rua Ipê, 103, Ibirapuera, São Paulo – SP, CEP 04022-002


Fonte: www.cpsp.com.br
Postado por Leandro Portella às Quarta-feira, Fevereiro 24, 2010
Marcadores: Esporte Adaptado, Eventos

Aparelho desenvolvido no Sul de Minas leva esperança para tetraplégicos


Tratamento experimental permite recuperação rápida de deficientes com lesões medulares. Programa especial já é testado em 12 pacientes


O sonho de voltar a ter os movimentos fez com que Leandro Aparecido de Carvalho, de 30 anos, que ficou tetraplégico há quatro, depois de sofrer um trauma na coluna ao mergulhar numa piscina, fez com que buscasse vários métodos de recuperação. Depois de inúmeras sessões de fisioterapia, o rapaz aceitou participar de um tratamento experimental de reabilitação de pessoas com lesões medulares, feito em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.


Leandro, que antes vivia em uma cama e dependia totalmente de familiares e amigos, passou sete meses fazendo sessões de fisioterapia com a ajuda de um novo equipamento, em que o paciente fica de pé e aos poucos vai sendo estimulado a se movimentar. Hoje, ele consegue se locomover com ajuda de um andador e já faz quase tudo sozinho e até dirige carro normalmente.
Ele explica que todo o seu progresso não foi um milagre, mas uma conquista com força de vontade. "Com a ajuda do tratamento pude fortalecer a musculatura da coluna, braços e pernas e consegui retomar grande parte dos meus movimentos", disse.
O jovem e mais 11 pessoas, de 20 a 51 anos, tetraplégicos e paraplégicos, fazem parte do grupo de pesquisa da fisioterapeuta Cláudia Cristina Garcez, que desde julho usa o Elevador Ortostático Dinâmico. O aparelho criado por ela com apoio de especialista do curso de pós-graduação em engenharia biomédica do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e de empresas privadas, já representa uma esperança para pacientes portadores de deficiências físicas.


Fisioterapia


O elevador, que funciona no asilo da cidade, consiste em uma barra de aço de seis metros de comprimento por três de altura, com um motor elétrico acoplado a uma corrente e um gancho de suspensão, adaptada a um controlador de velocidade. Com o equipamento, a pessoa com tetraplegia é içada, de maneira suave, e colocada na posição vertical para realização de fisioterapia, exercícios nos pés e nas pernas. O equipamento foi patenteado há três meses e já está sendo comercializado por R$ 8,5 mil.


Um acidente de moto mudou a rotina de Francinei Paulo Silva do Carmo, 20, que ficou paraplégico depois de fraturar três vértebras da coluna. Ele afirma que o uso do elevador na fisioterapia lhe dá segurança e facilita a recuperação. “Com os exercícios, consigo trocar os passos novamente e isso me dá uma sensação de liberdade. Cheguei a fazer outros tratamentos, mas só esse é que está dando resultado”, disse.
Com 12 anos de experiência na área, a fisioterapeuta explica que antes precisava de muitas pessoas para colocar o paciente de pé, o que dificultava o trabalho, por isso resolveu investir na criação do equipamento. Segundo ela, a técnica tem trazido resultados satisfatórios e melhorado a autoestima dos usuários. “Todos os assistidos pelo projeto deixaram de andar por algum motivo, mas, mesmo com a deficiência motora, o cérebro deles reconhece o movimento. Quando a pessoa está deitada numa cama ou sentada, o corpo também entende, mas não é tão eficiente quanto colocá-la em pé e incentivá-la dar um passo.”, explica.


Foto: Com uso de equipamento, Leandro de Carvalho saiu da cama e dirige carro
Fonte: Uai Minas
Referência: http://deficientealerta.blogspot.com

De Luca curte com Malvino Salvador o desfile da Embaixadores da Alegria uma escola para deficientes





Bruno De Luca caiu na folia no desfiles da campeãs no Rio de Janeiro. Ele acompanhou a escola Embaixadores da Alegria, que abriu os desfiles das campeãs no sábado, 20. Os atores Malvino Salvador e Marcos Frota desfilaram na agremiação, voltada para pessoas com deficiências físicas e suas famílias.



"Está sendo emocionante, demais", conta Salvador. "O sorriso que está rolando aqui não tem preço", explica Frota. A Embaixadores da Alegria levou à Marquês de Sapucaí 1.500 componentes. Confira o vídeo!
veja o video em : http://videoshow.globo.com/VideoShow/Noticias/0,,MUL1501893-16952,00-DE+LUCA+CURTE+COM+MALVINO+SALVADOR+O+DESFILE+DOS+EMBAIXADORES+DA+ALEGRIA.html

http://www.youtube.com/watch?v=OYfZprlavmk&feature=related


VEJA MAIS NO BLOG : http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_n0Illm9VpYc/Stxe-LH-ftI/AAAAAAAAAEM/rVGQwnvlR4E/s320/registrologoCOR.jpg&imgrefurl=http://blogdaopenmind.blogspot.com/&usg=__EPC73spVPeDUgT_yvq-qn_E17LU=&h=320&w=314&sz=21&hl=pt-BR&start=13&um=1&itbs=1&tbnid=vmOIxej51c0KkM:&tbnh=118&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Dembaixadores%2Bda%2Balegria%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1




http://www.youtube.com/watch?v=6bSZkngnY_s&feature=related

e tombem em : http://videoshow.globo.com/VideoShow/Noticias/0,,MUL1501893-16952,00-DE+LUCA+CURTE+COM+MALVINO+SALVADOR+O+DESFILE+DOS+EMBAIXADORES+DA+ALEGRIA.html

VEJAM OS EMBAIXADORES DA ALEGRIA NO PROGRAMA DO JO? http://www.youtube.com/watch?v=KU7rwtHZvKQ#

VIDEO 2 : http://www.youtube.com/watch?v=YjxrPfox8wE&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ZPH4xU3PGgY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=1vBrr5KSkUY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=8slhrO9B9Xc&feature=related

VOCES CONHECEM O PROJETO EMBAIXADORES DA ALEGRIA?


O projeto Embaixadores da Alegria, um dos primeiros projetos da Open Mind, é a primeira Escola de Samba do mundo voltada a pessoas com deficiência. Nosso pioneirismo vem sendo reconhecido por instituições parceiras, empresas, Prefeitura e pelo mundo do Carnaval.

Nosso foco é a inclusão emocional, que inclui mas transcende a inclusão social por agregar a ela um elemento motivacional, humano, libertador para pessoas com quaisquer tipos de limitação física ou mental. As barreiras materiais são sim gritantes, como uma calçada ou um banheiro sem acessibilidade. Mas há um outro tipo de preconceito, tão silencioso quanto doloroso: o da indiferença A arte, aqui materializada no samba e no Carnaval, é o instrumento de transformação social dos Embaixadores da Alegria e é através dela que derrubamos as barreiras seculares do preconceito.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

APRENDA MAIS SOBRE A OBESIDADE



Matéria da Dra. Jocelem Mastrodi Salgado** – Aprenda mais sobre a obesidade. Leia na íntegra e entenda mais sobre essa doença que atinge milhões de pessoas em todo o planeta. Essa postagem faz parte da Blogagem Coletiva do dia Nacional de Combate à Obesidade, participe postando qualquer texto sobre a obesidade e suas complicações.



11 de Outubro de 2008 - Dia Nacional de Combate à Obesidade



O que é Obesidade?
A obesidade é o acúmulo excessivo de
gordura corporal relacionado à massa magra, de forma generalizada ou afetando
partes específicas do corpo, que leva a um aumento na freqüência de algumas
doenças e conseqüentemente na mortalidade destas pessoas.

Quais são suas causas?
O ganho de peso está relacionado à vários fatores como hereditariedade, hormônios, sedentarismo, entre outros. Contudo o fator ambiental é o principal deles. Muitas vezes as pessoas engordam pois o consumo de energia (calorias provenientes dos alimentos) é maior que o gasto.

Quais os tipos de Obesidade?

•Existem dois grandes modos de classificação para o acúmulo de gordura: Andróide, ou em forma de maçã, e Ginóide, ou em forma de pêra.

•No tipo Andróide, a gordura se concentra na barriga e está mais comumente associado ao desenvolvimento de várias doenças, como as doenças cardíacas, diabetes e hipertensão arterial. É mais comum nos homens. No tipo Ginóide, a gordura se concentra nos quadris e coxas. Nele, aumentam as chances de problemas articulares, varizes e celulite. É mais comum nas mulheres.

•Para saber se seu acúmulo de gordura abdominal está dentro dos limites aceitáveis, utilize o Índice Abdome/Quadril: com uma fita métrica, meça a cintura (passando pelo umbigo) e o quadril. Para calculá-lo basta dividir a circunferência de abdome pela circunferência do quadril. Os índices considerados críticos são valores acima de 0.80 para mulheres e0.95 para homens.
Obesidade: uma questão de saúde e não de estética

•Atualmente sabe-se que a obesidade não é somente um problema estético e sim uma doença que a médio-longo prazo pode levar ao aparecimento de outras doenças sérias como o aumento dos níveis de gordura no sangue, hipertensão, problemas ortopédicos e musculares, diabetes e doenças cardiovasculares.
Obesidade X Metabolismo

•Boa parte das pessoas que luta contra os ponteiros da balança já culpou, ao menos uma vez, o metabolismo “lento demais” pela dificuldade de emagrecer. De fato, algumas pessoas queimam calorias em um ritmo mais rápido do que outras. Saiba porque isso acontece e aprenda como é possível acelerar o metabolismo, eliminando mais calorias e mantendo a boa forma.
O que é Metabolismo?

•Metabolismo é o conjunto de transformações que os nutrientes e outras substâncias químicas sofrem no interior do nosso corpo. Isso produz energia suficiente para mantê-lo funcionando. Para que as pessoas mais leigas possam entender esse conceito, podemos dizer numa linguagem mais clara e objetiva que metabolismo é a taxa com que o corpo queima calorias para se manter vivo. O metabolismo divide-se em anabolismo (conjunto de reações que produzem compostos e substâncias a partir de componentes menores) e catabolismo (conjunto de reações que degradam as substâncias em componentes menores).
•Do total de energia gasto por uma pessoa em um dia, entre 60% e 70% são usados apenas nas funções vitais, como respirar, bater o coração, manter a temperatura corporal, etc. É o chamado metabolismo basal. Cerca de 10% a 12% do consumo de energia total são utilizados no gasto termogênico dos alimentos, ou seja, a cota que o corpo precisa para processar o que se come, da mastigação até a absorção pelo organismo.
O metabolismo é influenciado por inúmeros fatores, tais como genética, idade, peso, altura, sexo, temperatura ambiente, dieta e prática de exercícios. Dessa forma, existem pessoas que dependendo desses fatores, gastarão mais ou menos energia do que outras. É por isso que existem pessoas magras, que comem de tudo e não engordam de jeito nenhum, enquanto outros lutam para perder alguns quilos a mais.
Fatores que afetam o metabolismo
Cerca de 80% da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto os outros 20% dependem de outros fatores que listamos a seguir. Você não pode mudar a genética, mas pode acelerar o seu metabolismo, observando esses fatores:

1.Tecido muscular = Quanto mais músculos você tem, maior e mais veloz é o gasto calórico, independente do seu nível de atividade, da sua idade, etc. Os músculos são tecido vivo e estão lá para trabalhar para você, queimando calorias 24hs por dia.
2.Frequência das refeições = O tempo entre uma refeição e outra é muito importante. Quanto maior o tempo, mais lento é o seu metabolismo, pois ele diminui para poupar energia. Quando pulamos refeições, ficando muito tempo sem comer, o corpo procura obter a energia que precisa consumindo o seu próprio tecido muscular (catabolismo).
3.Atividade física = Praticar atividade física, combinando exercício aeróbico e ginástica localizada ou musculação acelera o metabolismo. Além disso, o exercício regular ajuda a transformar glicose e gordura em energia, sem a necessidade de produzir o hormônio insulina, que ajuda a engordar. É importante que a atividade física seja regular, para que haja uma ação metabólica contínua, e que a alimentação seja adequada ao gasto calórico.
4.Alimentação = O excesso de açúcar, especialmente após a refeição, deve ser evitado, uma vez que a digestão de proteínas e gorduras fica prejudicada. O açúcar é digerido mais rapidamente, retardando a digestão de outros alimentos e enganando o cérebro, que sinaliza com mais fome em pouco tempo. Isso também vale para as farinhas de trigo brancas (refinadas) utilizadas no preparo de pães, bolos e massas. Por último, alimentos gordurosos devem ser controlados, mas é importante não reduzi-los em demasia, uma vez que a deficiência desse nutriente diminui a produção hormonal levando à diminuição do metabolismo. Utilize gorduras que fazem bem para a saúde provenientes de nozes, castanhas e azeite de oliva.
5.Água = A maioria das funções do corpo acontecem na presença de água. O líquido é fundamental para transportar hormônios, vitaminas e minerais, além de facilitar o trânsito intestinal e a eliminação de toxinas. A falta de água desacelera o metabolismo. Por isso, beba pelo menos 8-10 copos por dia.
6.Sexo = O metabolismo masculino é mais acelerado do que o feminino, pois os homens apresentam proporção maior de massa muscular e menor de gordura do que as mulheres. Por isso é importante que as mulheres não deixem de praticar uma atividade física, que ajude no desenvolvimento de massa muscular.
7.Idade = A partir dos 30 anos o metabolismo começa a ficar mais lento, contudo pesquisas indicam que isso ocorre pelo fato das pessoas tornarem-se mais sedentárias, o que acarreta uma perda gradual de massa muscular. Por isso, é importante que haja um controle alimentar e prática regular de atividade física.
8.Temperatura ambiente = Em dias mais frios, o corpo consome mais energia para se manter aquecido.
Acelere o seu metabolismo

•Para acelerar o metabolismo é importante fracionar as refeições 5-6 vezes ao dia (o organismo terá de trabalhar mais vezes para processar um maior número de refeições), comer devagar, mastigando bem os alimentos e reduzir o consumo de alimentos gordurosos e ricos em açúcar e farinhas refinadas. Alimentos ricos em fibras (grãos integrais, legumes, frutas e verduras) levam mais tempo para serem digeridos e por isso aceleram o metabolismo. A prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos (caminhada, natação, ciclismo, esteira, bicicleta, ajuda muito. A taxa metabólica aumenta 25% durante 12 a 15 horas após os exercícios aeróbicos intensos.

•Não pular refeições e evitar dietas rígidas também ajuda a acelerar o metabolismo. Quando se faz uma dieta para emagrecer, o metabolismo basal fica com um gasto calórico menor como uma forma de defesa (reserva), e quanto menor a ingestão calórica diária, menor será o metabolismo, pois o organismo vai interpretar essa situação como uma ameaça.

•A depressão do metabolismo basal com dietas sem orientação e/ou acompanhadas com inibidores de apetite leva o organismo a reagir com mecanismos de preservação de calorias e a conseqüência é a dificuldade de se perder gordura corporal, além do risco de desenvolvimento de cálculos na vesícula.


•Por isso, a dieta deve ser equilibrada do ponto de vista nutricional e as calorias oferecidas devem ser compatíveis com a necessidade individual de cada pessoa, caso contrário o programa de emagrecimento será um verdadeiro fracasso. O ideal é fazer de cinco a seis pequenas refeições diárias e reduzir a ingestão calórica, calculando uma perda de peso de até 500g por semana, de forma segura e com bons resultados a longo prazo.
Fonte:
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado** - É Professora Titular de Nutrição do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ/USP/Piracicaba onde orienta trabalhos de pesquisa à nível de Pós-Doutorado, Doutorado, Mestrado e Iniciação Científica para alunos do Brasil e do Exterior. É autora dos livros: "Previna Doenças. Faça do Alimento o seu Medicamento"; "Pharmácia de Alimentos. Recomendações para Prevenir e Controlar Doenças", "A Alimentação que Previne Doenças - Do Pré Natal ao 2º Ano de Vida do Bebê" e "A Alimentação que Previne Doenças - Do Pré escolar Adolescência".
Acesse o site da Dra. Jocelem e no site da SBAF - Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais, do qual a doutora é presidente, clicando nestes links → http://www.blogger.com/www.jocelemsalgado.com.br → http://www.sbaf.org.br/

Poderá também gostar de: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://desconstruindo.com.br/wp-content/uploads/2008/09/gordo-300x266.jpg&imgrefurl=http://infobeso.blogspot.com/2008/10/gordo-eu.html&usg=__zqOb0L4lDcj6RCzF8c7IfPfoA14=&h=266&w=300&sz=24&hl=pt-BR&start=545&um=1&itbs=1&tbnid=FlyxepeOYW9QxM:&tbnh=103&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3DATIVIDADE%2BFISICA%2BADAPTADA%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26start%3D540%26um%3D1

Objetivos do Exercício Físico para o DPOC


DPOC com disfunção muscular esquelética
CREDITO: BLOG DR LUZIMAR TEIXEIRA
VEJAM MAIS NO SITE : http://www.luzimarteixeira.com.br/2010/01/como-se-relacionar-com-pessoas-com-necessidades-especiais-parte-ii/

A intolerância ao exercício físico é manifestação comum em pacientes

com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).


Anteriormente esta intolerância era atribuída exclusivamente ao distúrbio respiratório que esses indivíduos apresentam, no entanto, recentemente se tem verificado que a disfunção muscular esquelética periférica é fator importante para a diminuição da capacidade para realizar exercícios nesses doentes.




DPOC com disfunção muscular esquelética

Como dissemos no Post anterior, há atualmente, grande número de terapias úteis no processo de reabilitação de indivíduos com DPOC: oxigenoterapia, tratamentos cirúrgicos, educação em saúde, aconselhamento nutricional, exercícios resistivos para musculatura respiratória, suplementação de esteróides anabolizantes, a suplementação de creatina e a estimulação elétrica neuromuscular (EENM). Contudo, há evidências de que o exercício físico é a conduta mais efetiva na reabilitação pulmonar. Lembrando que a Reabilitação Pulmonar envolve 4 componentes e não somente o exercício físico, além do exercício físico, envolve tratamento medicamentoso, treinamento da musculatura ventilatória, e programa educacional e intervenções psicossociais e comportamentais.

Há algum tempo o condicionamento físico vem sendo parte obrigatória no tratamento de portadores de DPOC. Estes pacientes apresentam intolerância ao exercício de intensidade variável e relacionada à disfunção muscular esquelética. Neste sentido, o exercício físico apresenta-se como ramo mais importante no processo de reabilitação pulmonar. O exercício aeróbio e o treino de força com pesos são fundamentais no incremento de capacidade física e qualidade de vida, principalmente naqueles indivíduos que apresentam as formas moderada ou grave da DPOC.

Os objetivos do exercício físico para o DPOC envolvem:

- Maximizar a terapia medicamentosa;

- Educação do paciente;

- Modificar o estilo de vida;

- Melhorar a força muscular e a resistência cardiovascular (aumentar a capacidade respiratória);

- Diminuir a falta de ar e as crises.

Até a próxima quando falaremos sobre programas/tipos de exercício físico e seus efeitos no DPOC

Até lá!



Referências

American Thoracic Society-European Respiratory Society. Skeletal muscle dysfunction in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med 1999;159:S1-28.

Cooper CB. Exercise in chronic obstructive pulmonary disease: limitations and rehabilitation. Med Sci Sports Exerc 2001;33:S643-6.

Debigaré R, Côté CH, Maltais F. Peripheral muscle wasting in chronic obstructive pulmonary disease – Clinical relevance and mechanisms. Am J Respir Crit Care Med 2001;164:1712-7.

Gosselink R, Troosters T, Decramer M. Distribution of muscle weakness in patients with stable chronic obstructive pulmonary disease. J Cardiopulm Rehabil 2000;20:353-60.

Spruit MA, Gosselink R, Troosters T, De Paepe K, Decramer M. Resistance versus endurance training in patients with COPD and peripheral muscle weakness. Eur Respir J 2002;19:1072-8.

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ALIMENTAÇÃO EXCESSIVA CONTRIBUI MAIS PARA A OBESIDADE QUE O SEDENTARISMO


O que tem contribuído mais para a epidemia de obesidade: a ingestão excessiva de alimentos ou o sedentarismo? A questão vem sendo discutida há tempos, mas, segundo um estudo que acaba de ser divulgado, a culpa é principalmente do primeiro item.




A pesquisa foi apresentada na sexta-feira (8/5) no Congresso Europeu de Obesidade. Segundo o trabalho, feito por um grupo internacional, o aumento na obesidade nos Estados Unidos desde a década de 1970 se deve quase que completamente ao aumento na ingestão de calorias.
De acordo com a Associação Europeia para o Estudo da Obesidade, o estudo inova ao examinar a questão das contribuições proporcionais à epidemia de obesidade ao combinar relações metabólicas e dados epidemiológicos e agrícolas, entre outros.




Comida demais ou exercício de menos
"Há muitas sugestões de que tanto a redução da atividade física como o aumento na ingestão de calorias têm sido os principais vetores da obesidade. Mas, até agora, ninguém havia proposto como quantificar as contribuições relativas desses dois pontos", disse Boyd Swinburn, diretor do Centro de Prevenção da Obesidade da Universidade Deakin, na Austrália, órgão que atua junto à Organização Mundial de Saúde.




"O novo estudo demonstra que o ganho de peso na população norte-americana parece ser explicado totalmente pela ingestão de mais calorias. Aparentemente, as mudanças nas frequências de atividades físicas têm um papel mínimo", afirmou.




O estudo
Os pesquisadores examinaram inicialmente 1.399 adultos e 963 crianças para determinar quantas calorias seus corpos queimam no total em circunstâncias normais.
Após obterem as taxas de queima de calorias de cada um dos voluntários, Swinburn e colegas calcularam quanto os adultos precisam comer de modo a que mantenham um peso estável e quanto as crianças necessitam para que estejam em uma curva de crescimento normal.




Em seguida, foi feita a análise de quanto os norte-americanos comem, por meio de dados nacionais da disponibilidade de alimentos (a quantidade de alimento produzida e importada menos o total exportado, desperdiçado e usado em animais ou em outras situações), desde a década de 1970.




A ideia era estimar qual seria o peso aproximado 30 anos depois levando em conta apenas a ingestão de alimentos. Para isso, também usaram dados de outro estudo nacional sobre o peso médio dos habitantes dos Estados Unidos.




"Se o aumento de peso real se mostrasse o mesmo que a estimativa havia apontado, isso implicaria que a ingestão de alimentos era a responsável. Se isso não ocorresse, significaria que mudanças na atividade física também tiveram papel importante", disse Swinburn.




Quantas calorias a menos se deve comer?
Os resultados mostraram que, em crianças, o peso estimado e o real eram exatamente o mesmo, indicando que o consumo calórico sozinho poderia explicar o aumento de peso médio observado no período.




"Para os adultos, estimamos que eles estariam em média 10,8 quilos mais pesados, mas o aumento ficou em 8,6 quilos. Isso sugere que o excesso na ingestão de alimentos ainda explica o ganho de peso, mas que houve melhorias na atividade física nesses 30 anos que evitaram um crescimento ainda maior", afirmou.




Segundo Swinburn, para que o peso médio retorne aos valores da década de 1970, seria preciso diminuir a ingestão calórica em cerca de 350 calorias por dia para crianças e em 500 calorias (um sanduíche grande) para adultos.




Ou quanto exercício a mais a se fazer?




"Uma alternativa para atingir resultados semelhantes seria aumentar a atividade física em 150 minutos por dia para crianças e 110 para adultos. Realisticamente, embora a combinação dos dois fatores seja o ideal, o foco deve estar principalmente na redução da ingestão calórica", disse.




O pesquisador enfatiza que a atividade física não pode ser ignorada como um importante fator para auxiliar na redução da obesidade e que deve continuar a ser promovida por conta de diversos outros benefícios à saúde




Entretanto, Swinburn destaca que as expectativas em relação ao que pode ser atingido por meio de exercícios devem ser diminuídas e as políticas públicas de saúde precisam ser dirigidas mais no sentido de encorajar a população a comer menos.

Atividades físicas para quem sofre de asma



CREDITO : VILA EQUILIBRIO http://imagem.vilamulher.terra.com.br/sistema/logo/logo-vila-equilibrio.jpg

É correto dizer que a asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas em que as crises comprometem a respiração. Na asma, expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos pulmões, provocando sensação de sufoco.

Falta de ar, chiados, tosses e sensação de "aperto no peito" são os principais sintomas que podem aparecem a qualquer hora do dia, entretanto, é mais freqüente a noite, de madrugada ou o início da manhã.

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Com a melhora da condição física através dos exercícios, o asmático pode suportar com mais tranqüilidade os agravos da saúde, pois aumenta sua resistência, fornecendo-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas.

As atividades físicas motoras são importantes para a saúde física e mental dos pacientes de todas as idades. São essenciais para as crianças, pois proporcionam as experiências básicas de movimento, importantes no seu desenvolvimento.

Na adolescência, onde geralmente as atividades esportivas são mais intensas e competitivas, o asmático muitas vezes sente-se menos capaz. Devido a esse comportamento, o paciente evita as atividades físicas e esportivas. Dessa forma torna-se realmente menos apto por falta de prática e não por incapacidade física.

Com a melhora da condição física através dos exercícios, o asmático pode suportar com mais tranqüilidade os agravos da saúde, pois aumentam sua resistência fornecendo-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas.

A participação regular em programas de atividades físicas pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho, com menor desconforto e redução de broncoespasmo.

A orientação adequada proporciona também uma série de benefícios, entre eles, a melhora da mecânica respiratória, prevenção e correção de alterações posturais, melhora da condição física geral e prevenção de outras complicações pulmonares.

Somente as atividades físicas adaptadas não constituem o tratamento da asma. A medicação e os cuidados com o ambiente também devem ser feitos para aumentar também a qualidade de vida do paciente.

Por Renato Romani
Clínico geral, especialista em medicina do esporte - CRM-SP 99.950

Asma? Cuidado com a limpeza dos inaladores

O tratamento de doenças respiratórias, como asma, pneumonia, gripes e até a fibrose cística inclui o uso de nebulizadores ou inaladores. Eles ajudam na administração de medicamentos diretamente nos pulmões, além da fluidificação das secreções, mas podem ser focos de fungos e bactérias.

O dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) alerta para o risco de contaminação por falta de higiene inadequada.

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Além da solução medicamentosa, a máscara e o copo reservatório podem ser fontes de contaminação quando não realizada a limpeza ideal.



“A ação do nebulizador é transformar o medicamento em pequenas partículas e possibilitar a sua penetração nos pulmões. Se não houver uma higienização correta, fungos e bactérias podem acompanhar a medicação. Então, o que deveria servir de aliado no tratamento pode virar um grande vilão”, alerta dra. Maria Helena Bussamra, pneumologista pediátrica da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

Dicas de limpeza:


•Antes de manusear o equipamento e a medicação lave bem as mãos. Logo após, deve-se lavar com sabão neutro e secar bem. Como o nebulizador é de material plástico e permanece em ambiente úmido - é preciso água para seu uso -, a dica é lavar com água sanitária na concentração de 0,05%, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, o que oferece desinfecção, eliminação de fungos e de bactérias.


•Ligue o jato de ar antes de guardar o nebulizador para que o sistema fique bem enxuto. Na utilização contínua, vale frisar, o certo é ter dois nebulizadores e usar de forma alternada, fazendo a higienização sempre no fim do dia. Não compartilhe com ninguém.


Por Karina Conde
vejam mais em : http://vilamulher.terra.com.br/asma-cuidado-com-a-limpeza-dos-inaladores-11-1-60-88.html


ARTIGO DA REVISTA EF DEPORTES PARA " A ASMA E OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA" VEJAM ARTIGO COMPLETO EM : http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.efdeportes.com/efd72/asma01.gif&imgrefurl=http://www.efdeportes.com/efd72/asma.htm&usg=__mUA1jWrT6ClKeRKR8F-oupc-mac=&h=210&w=370&sz=6&hl=pt-BR&start=42&um=1&itbs=1&tbnid=XGgllO1w3tFLXM:&tbnh=69&tbnw=122&prev=/images%3Fq%3D%2522ATIVIDADES%2BFISICAS%2BADAPTADAS%2522%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26start%3D40%26um%3D1

A asma é uma doença comum que afeta o indivíduo de qualquer idade, causando inúmeros prejuízos a criança e alto índice de utilização dos serviços de saúde. A asma significa um processo de reação dos brônquios, de caráter recidivante, no qual há diminuição do calibre dos mesmos. A melhora da condição física do asmático permite-lhe suportar com mais tranqüilidade os agravos da saúde, pois aumenta sua resistência fornecendo-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas. A participação regular em programas de atividades físicas, pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho, com menor desconforto e redução de broncoespasmo. A orientação adequada proporciona ainda uma série de benefícios, entre eles melhora da mecânica respiratória, prevenção e correção alterações posturais, melhora da condição física geral e prevenção de outras complicações pulmonares. O principal objetivo do tratamento é dar a criança asmática uma qualidade de vida, proporcionar à criança condições para que a mesma possa participar das atividades próprias de sua idade. O objetivo do estudo foi determinar a melhora da asma com a prática da natação para crianças de ambos os sexos, com a faixa etária de 05 à 09 anos. A amostra foi composta de 4 crianças de ambos os sexos sendo 2 feminino e 2 masculino, os quais foram avaliados através de suas melhoras de crises utilizando-se de questionário. Os resultados demonstram que as crianças tiveram uma melhora significativa trazendo grandes benefícios respiratórios e posturais.


Introdução

Embora a asma seja doença conhecida há muitos anos, ainda não há uma definição universalmente aceita. Uma tentativa é a do Consenso Internacional de asma de 1995:

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas na qual muitas células e elementos celulares desempenham um papel, em particular mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, macrófagos, neutrófilos e células epiteliais. Em pessoa susceptíveis, esta inflamação causa episódios recorrentes de sibilos, falta de ar, aperto no peito e tosse, particularmente à noite ou de manhã cedo. Estes episódios são associados, normalmente, a obstrução difusa, porém variável ao fluxo aéreo, que freqüentemente é reversível quer espontaneamente ou com tratamento. A inflamação também causa aumento associado da resposta brônquica a uma variedade de estímulos (SAFRAN 2002).

Para SAFRAN (2002), a asma é uma doença crônica e de caráter recorrente que acomete as vias aéreas tornando-as hiperirritáveis e hipersensíveis. Mais do que uma simples doença, a asma é uma reação das vias aéreas à lesão causada por diversos agentes. A mucosa respiratória, uma vez agredida por um agente (poluição, cigarro, alérgenos, etc.) envia um sinal para medula óssea para que esta produza células especiais de defesa. A medula óssea interpreta este sinal como se o aparelho respiratório estivesse sendo invadido por parasitas e manda células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios). Este processo inflamatório é o responsável pelos sintomas da asma. Ele ocasiona edema (inchaço) da parede interna dos brônquios e diminuição de luz dificultando a passagem do ar. Os músculos que circundam os brônquios ficam hipersensíveis contraindo-se a qualquer estímulo. A contração destes músculos (broncoespasmo) pode acentuar ainda mais a obstrução dos brônquios.

Damos o nome de aparelho respiratório ao conjunto de estruturas que permitem a captação de oxigênio e eliminação de dióxido de carbono produzido na respiração interna. No homem, o processo respiratório tem com órgão central os pulmões, vísceras situadas no tórax, de ambos os lados do coração. Para chegar a eles, o sangue venoso e o ar atmosférico seguem trajetos diferentes: aquele provém das artérias pulmonares e este de um longo canal que inclui as cavidades nasais, a faringe, a laringe, a traquéia e os brônquios. A principal função dos pulmões é prover uma superfície ampla para que o oxigênio do ar possa difundir-se para o sangue e ser levado às outras partes do corpo. Ao mesmo tempo, o gás carbônico produzido pelas células do corpo é trazido pelo sangue venoso e expelido para fora durante a expiração. O ar entra pelo nariz onde é umidificado, aquecido e filtrado para não danificar as vias aéreas inferiores (brônquios e bronquíolos). É posteriormente conduzido até a traquéia e brônquios. Estes vão se ramificando em tubos cada vez mais estreitos, curtos e numerosos até chegarem aos alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas. O pulmão é semelhante a uma esponja e é constituído por milhões de sacos aéreos chamados alvéolos. Estes são formados por uma membrana de células delicada e fina que separa o ar do saco aéreo de uma rede de vasos sangüíneos. Além desta superfície de trocas gasosas, existe um sistema de tubos (traquéia, brônquios e bronquíolos) que leva o ar do meio ambiente para os alvéolos e vice-versa. A maior parte das vias aéreas é circundada por uma faixa de músculo, que tem uma função protetora, de maneira que, se um gás potencialmente tóxico é inalado, esta musculatura se contrai para impedir sua entrada nos pulmões. Todos nós experimentamos certa dificuldade em respirar e às vezes, tossimos frente a um ar muito poluído, fumaça ou ar muito frio. As crianças asmáticas diferem das normais por terem esta tendência exacerbada apresentando chiado ou tosse frente a condições inócuas para o indivíduo normal (RATTO,1981).

Sabemos que a asma e outras doenças alérgicas como eczema e rinite são mais freqüentes em crianças com pais ou parentes próximos alérgicos (portanto, herdada por fatores genéticos). Uma criança com história familiar positiva para asma tem maior probabilidade de desenvolver a doença. Por outro lado, muitas crianças asmáticas não têm antecedentes familiares.

Como nas outras doenças alérgicas, na asma, há fatores hereditários predisponentes para a doença, sendo comum achar vários familiares com problemas respiratórios semelhantes ou ainda, rinite alérgica, dermatite atópica e reações alérgicas a medicamentos.

A doença, que afeta principalmente as crianças, caracteriza-se por: falta de ar, chiados, tosse e sensação de "aperto no peito". Às vezes, a pessoa que sofre da doença pode apresentar somente tosse. Os sintomas, em alguns casos, aparecem exclusivamente quando o indivíduo faz algum exercício físico ou até mesmo quando ri muito (RATTO, 1981).

Para TEIXEIRA (1990) os sintomas da asma podem aparecem a qualquer horário do dia, mas parecem preferir a noite, a madrugada ou o início da manhã. Conforme a situação, os asmáticos podem levar uma vida absolutamente normal a maior parte do tempo, só apresentando sintomas em crises agudas nos meses mais frios do ano ou quando têm alguma infecção respiratória (resfriados ou gripes).

É por esse motivo que é recomendado o uso de vacinas contra gripe para os pacientes com asma. Uma vez evitada a infecção respiratória, podemos fazer o paciente escapar de algumas das crises de asma.

Em algumas pessoas os sintomas podem ser contínuos, com grande limitação de suas atividades até mesmo para esforços mínimos. Em outros casos, as crises ocorrem somente após a exposição a uma determinada substância ou fator desencadeante. A gravidade da doença, portanto, não é a mesma em todos os pacientes e as crises também têm graduações diferentes.

É importante lembrar que a ausência de sintomas não significa que o asmático esteja sem a presença de obstrução ou inflamação em seus brônquios. A presença de infecção respiratória (resfriado, gripe, sinusite ou pneumonia), mesmo em um asmático bem tratado, pode aumentar a inflamação dos brônquios e provocar o reaparecimento dos sintomas (SAFRAN 2002).

O asmático deve ser lembrado que seus brônquios não estão, mas são inflamados, por melhor que ele esteja se sentindo.

Na crise de asma as vias aéreas ficam parcialmente obstruídas dificultando a livre passagem do ar. Para conseguir movimentar o ar pelos brônquios estreitados, a criança precisa fazer um grande esforço respiratório, que leva a um quadro de canseira e falta de ar. Esta obstrução é causada por três fatores (SAFRAN 2002).

O músculo que circunda a parede do brônquio se contrai;

A parede do brônquio inflama e incha;

Uma quantidade excessiva de muco espesso é produzida.

Em crianças de até três anos de idade, as infecções virais de vias aéreas superiores (resfriados, gripes e infecções de garganta) são fatores desencadeantes mais freqüentes. E não há como impedir que a criança contraia gripes. Antibióticos não oferecem proteção e não há vacina eficaz frente ao grande número de vírus que a criança pode entrar em contato. Nestes casos, a inflamação que acompanha a infecção é responsável pelo quadro de chiado (TEIXEIRA 1990).

A alergia tem um papel importante na criança maior. Entre alérgenos mais comuns podemos citar: o pó doméstico (ácaros), fungos (bolor), penas, pelos e descamações de animais de estimação, piretro (substância contida em inseticidas e ceras), lã, paina, capim e pólen de plantas.

As substâncias irritantes de vias aéreas também são nocivas: poluição, fumaça desinfetantes, perfumes, produtos de limpeza e em especial a fumaça de cigarro.

Fatores emocionais podem agir como desencadeadores ou agravantes dos sintomas. É comum os pais referirem que seus filhos pioram em épocas de provas, situações de estresse problemas familiares.

Certos alimentos principalmente os industrializados que contêm corantes e conservantes, medicamentos também podem ocasionar sintomas.

A mudança brusca de temperatura são freqüentemente relacionados no início de uma crise.

Em resumo, podemos dizer que são muitos os agentes desencadeadores de crise asmática e que a criança pode ser sensível à vários agentes ao mesmo tempo, tanto agora como no futuro . Portanto, ela não deve ser exposta a substâncias potencialmente alergênicas desnecessariamente. É interessante lembrar que fatores não alérgicos também desencadeiam crise em crianças portadoras de "asma alérgica". Muitos pais, ansiosos em prevenir uma crise em seu filho, procuram um fator desencadeante único ou uma alergia específica, de modo que, afastado tal agente resolveriam o problema de seu filho. No entanto, isto raramente é verdadeiro (RATTO,1981).

Algumas alterações torácicas e posturais são causadas pela asma, pois mecânica de funcionamento do tórax (mecânica respiratória) é importante e as alterações respiratórias, segundo sua origem, podem modificar essa mecânica e/ou funcionamento fisiológico do pulmão. Por sua vez, as alterações torácicas podem ser causadas pelas alterações nessa mecânica, dependendo da gravidade, podem significar uma diminuição nas possibilidades respiratórias.

Assim, problema de ordem respiratória predispõe o organismo a doenças e deformidades. As alterações respiratórias podem refletir diretamente na forma do tórax. Podem provocar deformidades em decorrência, por exemplo, da ausência de ar em determinadas áreas pulmonares causadas por obstrução das vias aéreas, o que leva a retração das costelas. Devido a sua forma e elasticidade, necessárias para sua função, o tórax é facilmente deformável. Isto explica porque as deformidades torácicas são mais freqüentes. As doenças pulmonares obstrutivas provocam hiperinsuflação pulmonar, aguda nas crises, mas que pode se tornar crônica. A repetividade das crises com o aumento de volume residual vai dando ao tórax a característica do padrão respiratório assumido (RATTO, 1981).

As alterações do tronco também são as causas de alterações na mecânica respiratória. Essas alterações, segundo sua origem, podem modificar a mecânica respiratória e/ou funcionamento fisiológico do pulmão.

A ventilação pulmonar depende da elasticidade pulmonar e amplitude dos movimentos torácicos. O aumento do volume da caixa torácica se deve, em grande parte, ao movimento do diafragma que promove expansão do tórax em todos os sentidos. Essa expansibilidade é proporcional à amplitude do movimento de elevação das costelas e esta amplitude, por sua vez, depende da posição da coluna vertebral. A melhor expansão se obtém quando a costela atinge o mesmo plano da vértebra na qual está articulada, o que não acontece nas alterações posturais como escoliose e cifose. Assim, a mecânica de funcionamento do tórax é importante por depender em grande parte desse ato mecânico. Neste sentido, as atividades físicas devem ser orientadas para prevenir ou evitar o agravamento dos desvios posturais já instalados (TEIXEIRA, 1991).

Um fator limitante para as atividades físicas do asmático é a rigidez torácica. Neste sentido, são recomendados exercícios de desbloqueio torácico com o objetivo de aumentar a mobilidade costovertebral. O desbloqueio torácico é anterior ao trabalho de ginástica respiratória, devido à importância dos movimentos articulares durante a respiração (TEIXEIRA, 1991).

Por sua vez, os exercícios respiratórios têm por objetivo melhorar as funções ventilatória e respiratória e evitar o aumento do volume residual.

São também apontados para promover suporte psicológico e diminuição da ansiedade. Para alcançar esta meta é necessária a conscientização dos movimentos musculares durante a inspiração e a expiração, ou seja, reeducação respiratória, com ênfase no trabalho abdomino-diafragmático (TEIXEIRA, 1991).

Considerando que as alterações posturais interferem e modificam a mecânica respiratória e que por outro lado às alterações respiratórias interferem e modificam a postura temos na asma um ciclo vicioso com sobreposição de efeitos danosos. Assim, torna-se evidente e necessário um trabalho com exercícios posturais. Este trabalho é baseado na tomada de consciência sobre o controle, manutenção e mudança das posturas corporais. Paralelamente, é preciso dar condições à musculatura para assumir atitudes provavelmente novas. Atingir estes objetivos depende de exercícios de percepção corporal (proprioceptivos), alongamentos, fortalecimento de grupos musculares responsáveis pela manutenção da postura (paravertebrais, abdominais e glúteos) e relaxamentos.

A asma brônquica é uma doença extremamente variável e seu tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente. A finalidade principal do tratamento do paciente asmático é permitir que possa ter uma rotina de vida mais próximo do normal, com total ou quase total integração às atividades desenvolvidas para sua faixa etária.

Para que se obtenha sucesso no tratamento da criança asmática, é importante a troca de informações sobre a doença com o paciente ou seus responsáveis, propondo-se abordagem global da criança. Uma proposta terapêutica adequada da asma requer compreensão da doença, como ela se apresenta e como afeta física e psicologicamente o crescimento e o desenvolvimento do paciente (CARNEIRO-SAMPAIO, 1992).

Em resumo, os objetivos do tratamento são: a) manter a função pulmonar tão próxima do normal quanto possível sem produzir efeitos colaterais importantes das drogas; b) facilitar o ajuste social da criança com a família, escola e comunidade, incluindo sua participação normal em atividades recreacionais e esportivas. Deve-se começar por etapas, incluindo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado das crises asmáticas. São desnecessárias as proibições e as restrições na vida da família e da criança. Finalmente, o sucesso terapêutico depende do empenho de todos, principalmente do médico, cuja experiência será requisitada sobretudo nos casos mais graves (TEIXEIRA, 1991).

No tratamento medidas farmacológicas e não farmacológicas são recomendadas.

Os medicamentos disponíveis para o tratamento da asma podem ser divididos em duas categorias :

aqueles utilizados para aliviar os sintomas , quando ocorrem, e

aqueles utilizados para preveni-los e necessitam ser usados regularmente.

A aminofilina e os corticoesteróides podem ser utilizados nas duas situações.

As estratégias não farmacológicas, que poderíamos chamar de preventivas, incluem atividades físicas de aquecimento de 10 a 15 minutos (a 50% do VO2 máx previsto para a idade), não realizar atividades em ambientes agressivos (poluição, presença de alérgenos, umidade, temperatura), evitar atividades mais asmagênicas (corrida por exemplo) e restrição alimentar (tipo do alimento e tempo de ingestão antes do exercício) (TEIXEIRA, 1991).

As atividades físicas (motoras) são importantes para a saúde física e mental, tanto da criança e adolescente como do adulto. São essenciais para as crianças, pois proporcionam as experiências básicas de movimento, importantes no seu desenvolvimento. Proporcionam oportunidades de relacionamentos pois é através das atividades físicas que as crianças relacionam-se entre si, seja no brincar ou no engajamento em atividades esportivas, fato que vai prevenir o isolamento psicológico/social e melhorar a autoimagem e autoconfiança (TEIXEIRA, 1990).

Na adolescência, onde geralmente as atividades esportivas são mais intensas e competitivas, o asmático muitas vezes sente-se preferido e menos capaz.

Esse comportamento acaba por leva-lo a evitar atividades físicas/esportivas e assim torna-se realmente menos apto, por falta de prática e não por incapacidade física.

Na idade adulta as atividades viram manter as capacidades físicas (força, elasticidade, mobilidade), a função cárdio-pulmonar, a mobilidade torácica e consequentemente uma adequada mecânica respiratória. A melhoria da capacidade aeróbia, diminuição dos depósitos de gorduras e proteção contra o estresse também são importantes ganhos.

Algumas pesquisas relatam que os exercícios físicos são provocadores de bronco espasmos em 80% a 90% dos asmáticos. Porém, nem todas as atividades físicas geram este tipo de reação. Diferentes exercícios, em diferentes intensidades provocam diferentes magnitudes de crises (TEIXEIRA, 1990).

Os exercícios podem ser classificados em mais asmagênicos (mais provocadores de crises), como a corrida, e menos asmagênicos como a natação, por exemplo.

O bronco espasmo induzido pelo exercício é caracterizado por uma queda de 10% a 15% no fluxo expiratório máximo. Ocorre com a duração do exercício entre seis a oito minutos e intensidade de trabalho de aproximadamente dois terços do consumo máximo de oxigênio (freqüência cardíaca de 170 a 180/min para crianças). A resposta ao exercício aparece alguns minutos após cessado o esforço e se reverte após aproximadamente, 60 minutos. Na maioria dos indivíduos, este bronco espasmo consiste em uma única crise de rápido início e recuperação. Alguns podem desenvolver uma reação tardia (quatro a dez horas após o exercício).

Para (TEIXEIRA, 1991), a melhora da condição física do asmático permite-lhe suportar com mais tranqüilidade os agravos da saúde, pois aumenta sua resistência fornecendo-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas. A participação regular em programas de atividades físicas, pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho, com menor desconforto e redução de bronco espasmo. A orientação adequada trás ainda uma série de benefícios, entre eles melhora da mecânica respiratória, prevenção e correção alterações posturais, melhora da condição física geral e prevenção de outras complicações pulmonares. Para isso são necessárias orientações quanto ao tipo e intensidade das atividades físicas para se evitar o bronco espasmo induzido pelo exercício (BIE). O BIE é um fenômeno que atinge a maioria dos asmáticos e é um fator limitante nas atividades físicas e sociais. Se durante a aula um aluno asmático entrar em BIE, algumas atitudes podem ajudar a tranqüilizar o quadro:

diminuir o ritmo da atividade do aluno.

estimular a respiração diafragmática com freno labial (inspiração nasal com expiração oral, e lábios semicerrados).

manter a criança sentada e reclinada para frente ou recostada para trás.

utilizar a medicação broncodilatadora.

se necessário, utilizar a respiração auxiliada (técnica de auxílio na expiração com o objetivo de mantê-la ventilada). Não substitui a administração do broncodilatador ou socorro médico.

A escala de desconforto respiratório, também auxilia o professor durante a aula, facilitando na percepção de "falta de ar" do aluno durante e após uma atividade. Através da escala, é possível identificar o nível de desconforto respiratório.

As atividades físicas adaptadas por si só, não constituem no tratamento da asma. Não dispensa a medicação, os cuidados com o ambiente e a orientação psicoterápica, pelo contrário, uma criança cuja a doença está mal controlada não é capaz de acompanhar e se beneficiar de um programa de exercícios físicos.

A melhora na condição física do asmático é conseqüência do aumento da sua resistência cárdio-respiratória, o que lhe permite suportar melhor os agravos da saúde, ou seja, fornece-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas.

A participação regular em programas de atividades físicas, pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho com menor desconforto e broncoespasmo. Aumento de apetite, melhora do sono, diminuição do uso de drogas e sensação de bem estar também são fatores associados à melhora da condição física.


Objetivos

Realizar um trabalho com exercícios aquáticos aplicados à asma, a serem realizados por indivíduos acometidos por esta patologia, tendo como finalidade amenizar suas complicações.

Metas de tratamento:

Diminuir o bronco espasmo;

Minimizar os ataques de falta de ar e obter controle respiratório;

Mobilizar e remover secreções após uma crise de falta de ar;

Corrigir a postura para diminuir o encurvamento dos ombros e protração da cabeça;

Aumentar gradualmente a tolerância aos exercícios e resistência a fadiga nas atividades funcionais;

Aumentar a mobilidade torácica;

Melhorar a mecânica respiratória;

Reduzir o gasto energético da respiração;

Prevenir as alterações posturais e torácicas;

Melhorar a condição física geral;

Favorecer o desenvolvimento normal.


Metodologia

Este trabalho foi realizado com 04 crianças com faixa etária de 5 a 9 anos, sendo 2 masculino e 2 femininos.

O trabalho foi desenvolvido na Academia Personal na Cidade de Araçatuba SP, durante 3 meses, sendo realizado aulas 1 vez na semana, com duração de 45 minutos cada aula.

Utilizamos uma piscina aquecida e coberta, pranchas, acqua-tubo, e aplicado um questionário, aplicado antes e após o período das atividades.

As aulas foram divididas em 3 partes:

1ª a 4ª aulas foram aplicados exercícios de adaptação ao meio líquido, exercícios de respiração com o uso de acqua-tubos, iniciação da pernada no nado crawl.

5ª a 8ª aulas foram aplicados a iniciação da respiração lateral e iniciação da braçada do nada crawl com o uso da prancha e início da pernada do nado costas.

9ª a 12ª aulas, nada crawl sem a utilização da prancha e a iniciação do nado costas, braçada e pernada com e sem utilização da prancha.


Resultados

Quando questionados sobre a ocorrência de crises, durante o período das atividades os mesmos responderam que para 75% deles ocorreram crises e para 25% não houve crise neste período. Vale lembrar que estas atividades foram aplicadas no período do inverso, período este propício ao acontecimentos das crises. O gráfico 1 representa estes valores.

O gráfico 2 representa as melhoras observadas nas crianças durante este período, onde 100% delas relataram melhoras relacionadas a condição de asmáticos.





Gráfico 1: Representa a ocorrência de crises durante o período das atividades.




Gráfico 2: Melhoras observadas neste período
Quando questionados sobre a intensidade das crises 100% das respostas foram de que esta intensidade foi menos intensa do que quando da não prática de exercícios físicos. Estes valores estão representados no gráfico 3.





Gráfico 3: Intensidade das crises, relatado pelos responsáveis.

Conclusões

Um programa de atividades físicas adaptadas ao asmático deve conter: exercícios respiratórios diafragmáticos intercaladas nas atividades; caminhadas com respiração diafragmática; corridas curtas e sem provocar perda do controle/rítmo respiratório; exercícios posturais; exercícios de quadrupedismo em extensão e alongamento, que são preventivos de alterações posturais/torácicas e promovem mobilidade torácica.

Um programa regular de atividades físicas pode melhorar a mecânica respiratória e tornar mais eficaz a ventilação pulmonar de asmáticos e assim aumentar sua tolerância ao exercício físico.

A reeducação da mecânica respiratória, associada a um plano de exercícios tem ação preventiva sobre as alterações torácicas e posturais.

São necessárias orientações quanto ao tipo e intensidade das atividades físicas para se evitar o broncoespasmo induzido pelo exercício.

As atividades físicas adaptadas por si só, não constituem no tratamento da asma. Não dispensa a medicação, os cuidados com o ambiente e a orientação psicoterápica, pelo contrário, uma criança cuja a doença está mal controlada não é capaz de acompanhar e se beneficiar de um programa de exercícios físicos.

A melhora na condição física do asmático é conseqüência do aumento da sua resistência cárdio-respiratória, o que lhe permite suportar melhor os agravos da saúde, ou seja, fornece-lhe reservas para enfrentar as crises obstrutivas.

A participação regular em programas de atividades físicas, pode aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade de trabalho com menor desconforto e broncoespasmo.

O aumento de apetite, melhora do sono, diminuição do uso de drogas e sensação de bem estar também são fatores associados à melhora da condição física.

Para iniciar um programa de atividades físicas recomenda-se procurar compreender as funções orgânicas, principalmente aquelas diretamente envolvidas no esforço físico, de forma que o organismo trabalhe para e não contra o indivíduo.

Lembrar que os asmáticos não podem ser considerados um grupo homogêneo na sua aptidão física inicial e nas suas reações fisiológicas ao exercício e que há uma variação importante em função das severidades da doença.


Bibliografia

Atlas de Anotomia e Saude - Bolsa nacional do livro - Curitiba - PR

CARNEIRO-SAMPAIO, M.M.S.; GRUMACH, A. S. Alergia e Imunologia em pediatra. São Paulo Sarvier , 1992.

GLOBAL INICIATIVE FOR ASTHMA. Pocket guide for asthma management and prevention. NIH Publication No. 96-3659B, 1995.

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos- Fundamentos e Técnicas 3ª edição- Manole, 1992

POWERS, S. K.; HAWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 3ª ed. - Manole, 1998.

RATTO, O.R. et al. Insuficiência respiratória. Rio de Janeiro: Atheneu, 1981.

SAFRAN, M.R.; KESG, D.B.; VAN CAMP, S. P. Manual de Medicina Esportiva, ed. Manole, 19ª edição, 2002.

TEIXEIRA, L.R. Efeitos de um programa de atividades físicas para criança asmática, avaliados por provas de função pulmonar. São Paulo: 1990. P.72 Dissertação (Mestrado). Escola de Educação Física da USP.

_____. Educação física escolar: alterações posturais e respiratórias na infância e adolescência. São Paulo: Escola de Educação Física da USP, 1991.