quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Estudos apontam que não há necessidade de triagem de rotina antes do início da prática de exercícios físicos

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De acordo com um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine, a realização de triagem de rotina, antes do início da prática de exercícios físicos, não é recomendada para redução do risco de óbito induzido pela atividade física.

“A morte súbita é um raro efeito adverso da atividade física”, contou Dr. Mayer Brezis, do Hadassah Hebrew University Medical Center, Jerusalém, Israel, em uma entrevista a Reuters Health. “Aconselha-se frequentemente a triagem médica antes do início de exercícios físicos, mas sem base científica. Acredita-se que um eletrocardiograma de esforço ajude a identificar pessoas em risco, mas o exame apresenta muitos resultados falso-positivos e falso-negativos”.

Na realidade, “em qualquer prevalência de doença coronariana, o número prevenido de óbitos associados ao exercício físico é menor do que o número adicional de óbitos induzidos em intervenções coronarianas percutâneas, e…a triagem de uma população de baixo risco poderia aumentar a mortalidade”.

Utilizando uma simulação de Monte Carlo e valores esperados em uma análise de utilidade, os pesquisadores observaram que a triagem de rotina reduz a mortalidade em populações de risco intermediário ou alto, mas não em indivíduos de baixo risco.

“Na verdade, a triagem médica pode causar dano, pois pode rotular pessoas saudáveis como doentes ou pode estar associada a efeitos colaterais de angiografias coronarianas, por exemplo”, contou Dr. Brezis a Reuters Health. “A triagem médica pode evitar os benefícios alcançados com a atividade física, desviando a atenção do objetivo principal, isto é, que as pessoas se exercitem”.

“Pessoas sedentárias deveriam ser estimuladas a iniciar uma atividade física gradualmente, e procurar um médico se sentissem desconforto torácico ou tontura durante o exercício”, disse Dr. Brezis. “As academias de ginástica deveriam expor cartazes explicando estes sinais de alerta. Professores de educação física deveriam compreender e explicar estes sinais aos alunos”.

No entanto, ele enfatiza que este conselho não se aplica a indivíduos com diagnóstico de doença cardíaca. “Estas pessoas deveriam ser encaminhadas a centros de reabilitação cardíaca onde podem reiniciar a atividade física de forma supervisionada”.


J Gen Intern Med 2008;24:934-938

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