VEJAM MAIS EM http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/09/29/as-duas-faces-da-colonia-juliano-moreira-767822113.asp
Fernanda Baldioti
RIO - Enquanto algumas pacientes da Unidade Franco da Rocha, um dos núcleos da antiga Colônia Juliano Moreira, moram em lares de acolhimento que têm camas no lugar de leitos hospitalares, quartos com suíte e até mesmo refeitório com mesinhas com flores, a realidade em outros setores do conjunto psiquiátrico é bem diferente. A dualidade entre o novo modelo de saúde mental preconizado pelo Ministério da Saúde a partir da reforma psiquiátrica e as tradicionais aglomerações de pacientes em amplas salas no estilo manicomial coexistem na Colônia.
Assista ao vídeo da dupla realidade da Colônia Juliano Moreira
http://www.oglobo.com.br/rio/video/2009/14686/
http://oglobo.globo.com/rio/video/2009/14620/default.asp
http://oglobo.globo.com/rio/video/2009/14574/default.asp
Veja a fotogaleria com imagens da Colônia http://oglobo.globo.com/rio/fotogaleria/2009/9982/
Em um dos pavilhões da Unidade Teixeira Brandão, as internas estão alojadas em um grande salão, com armários arrebentados, leitos enferrujados, paredes descascadas e mofadas. Durante a visita do GLOBO na quinta-feira passada, dia 24 de setembro, a água do banheiro escoava para a enfermaria e até um pombo pôde ser visto no local. Em outro setor da unidade, além desses problemas, no banheiro há um tonel cheio de água sob uma torneira que não para de pingar. Mesmo tendo piores condições de manutenção, a Teixeira Brandão abriga cerca de 200 mulheres, quase o dobro da Franco da Rocha, que tem em torno de 110 internas - sendo 60 em lares de acolhimento e 50 em enfermarias que também têm infraestrutura melhor.
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O fato de a unidade ser desativada não é justificativa para que as pacientes continuem sendo mantidas em más condições
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.De acordo com a Secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil, as diferenças não devem permanecer por muito tempo: a Teixeira Brandão vai ser desativada e parte das pacientes irá para a Franco da Rocha, que vai passar por reformas para aumentar a capacidade. Mas, ainda não se tem o valor que será investido e nem um prazo para que a mudança seja realizada. Segundo o diretor geral da Colônia Juliano Moreira, Marcos José Martins, o processo está em fase de planejamento. Ainda este ano será feito o projeto arquitetônico e estabelecido o custo para que isso seja apresentado ao governo para entrar no orçamento do ano que vem da Prefeitura.
- O fato de a unidade ser desativada não é justificativa para que as pacientes continuem sendo mantidas em más condições e, pior, por um período indeterminado - argumenta o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Carlos Eduardo (PSB), que vistoriou a Colônia junto com o presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, na última quinta-feira.
O coordenador da Saúde Mental do Rio de Janeiro, Mário Barreira, ressaltou que toda a Colônia, que já não recebe novos pacientes crônicos, será reformulada. Segundo ele, na Unidade Ulisses Viana, alguns pavilhões vão receber famílias cujas casas serão demolidas em função das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região e outros pavilhões receberão pacientes que já têm condições de viver em sociedade:
- A ideia é mesmo mesclar. Isso reduz o estigma e faz com que essa nova comunidade inclua esses excluídos - afirmou.
Cadeiras de roda, leitos e até televisão jogados na colônia abandonada
O processo de desativação de alguns núcleos já começou em alguns pavilhões da Juliano Moreira. O complexo, que chegou a ter cerca de 5 mil pacientes na década de 60, hoje abriga 530 pessoas. Segundo Barreira, algumas unidades tendem a ser cedidas para outras finalidades públicas. Mas, enquanto isso não acontece, o que se vê nos imóveis que não estão mais sendo usados é o completo abandono. Em um dos prédios da Teixeira Brandão que já foi esvaziado é possível encontrar leitos, cadeiras de rodas, móveis em bom estado de conservação, porém, amontoados e jogados como se fossem entulho em meio a fezes de pássaros.
- Esses materiais que estão apodrecendo poderiam ser enviados para outras unidades de saúde em que constantemente vemos pacientes sendo levados no muque por falta de cadeiras de roda. Não basta fazer investimentos. A má gestão do dinheiro público faz com que a verba não tenha impacto - ressaltou Carlos Eduardo.
No entanto, o coordenador da Saúde Mental afirma que dar baixa em qualquer equipamento é um processo complicado e esbarra em questões burocráticas:
- Existe material inservível que parece em bom estado, mas não é recuperável. Além disso, a burocracia dificulta a remoção desse material. Cada equipamento tem que ser registrado e precisa passar por uma comissão e depois por outra para ser liberado.
Em nota, a secretaria informou que as unidades desativadas necessitam de reformas que já estão em fase de estudo. Segundo a secretaria, os equipamentos que estão no local são de patrimônio federal, da época em que a Colônia pertenceu ao Ministério da Saúde, e a direção está em negociação para devolvê-los.
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Existe material inservível que parece em bom estado, mas não é recuperável. Além disso, a burocracia dificulta a remoção desse material.
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.Apesar de não estar abandonado e apresentar boas condições de manutenção, no Hospital Jurandyr Manfredini, grande parte do ambulatório está sem uso. Já na área de emergência não há equipamentos como desfibrilador e eletrocardiograma. Além disso, o hospital sofre com um déficit de três a quatro psiquiatras, segundo informou uma funcionária que não quis se identificar. Para ela, boa parte dos funcionários reside na Zona Sul e não quer trabalhar tão longe de casa.
Segundo a secretaria, a área que não está em uso deverá ser transformada em leitos de média permanência masculina. Sobre os equipamentos, a secretaria informou que a Colônia conta com duas caixas de paradacardiorrespiratória, e existindo necessidade de um aparato maior, os pacientes são encaminhados para o Hospital Álvaro Ramos, que também fica dentro da Colônia. O desfibrilador está em processo de compra pela unidade.
Na Colônia com vida, internas se enfeitam para festa da primavera
Em um imóvel ao lado do prédio desativado da Teixeira Brandão, internas aguardavam ansiosas no começo da tarde da última quinta-feira. Com unhas feitas, maquiagem, roupas coloridas, brincos, colares e até salto alto, elas esperavam a hora de, como as misses, mostrarem por que foram eleitas as rainhas e as princesas das suas alas de internação.
Os preparativos começam dois meses antes da festa. Ao longo de um mês, as enfermarias realizam prévias entre todas as pacientes, os técnicos e demais trabalhadores da unidade para eleger a Rainha do Núcleo. A apuração ocorreu dois dias antes da festa por comissão eleitoral fiscalizada pelas pacientes. As seis candidatas finalistas concorrem ao título de Rainha da Primavera, as demais candidatas também desfilam e concorrem ao titulo de Princesa. As faixas são bordadas e customizadas pelas pacientes nas oficinas. O desfile tem uma trilha musical escolhida por cada uma das candidatas que escolhe a música que quer para o seu desfile.
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É uma forma de elas se sentirem orgulhosas, de se olharem no espelho, pois, com o tempo, até disso elas abdicam.
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.A vice-diretora do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, Anna Cristina Cardoso Fontes, enfatiza que o evento vai além da festividade:
- É uma forma de elas se sentirem orgulhosas, de se olharem no espelho, pois, com o tempo, até disso elas abdicam. Com ações desse tipo, trabalhamos aspectos como higiene, vaidade, pois elas se maquiam, colocam acessórios e se envolvem no processo por mais de um mês, quando começam as votações de quem será a representante de cada enfermaria.
Leia Mais: Hospitais psiquiátricos do Rio em agonia
Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
terça-feira, 29 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
DISLEXIA - VOCE SABE O QUE É E QUAIS SÃO AS CAUSAS E RESULTADOS VEJA VÍDEO COM 43 MINUTOS COM A PEDAGOGA SILVIA AMARAL
Brincar para Todos - guia de Recursos pedagógicos
VEJAM MAIS SOBRE Brincar para Todos - guia de Recursos pedagógicos: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com/_E3juGhCt1_M/SnwmGmDDwZI/AAAAAAAACag/w09TBW5stVo/s400/classifica%C3%A7%C3%A3o.png&imgrefurl=http://projetoinfo.blogspot.com/&usg=__aZ0ImM-q-akGWitfMgNugG2H8sQ=&h=362&w=400&sz=102&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=B7JJpbVLAE76EM:&tbnh=112&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3Ddeficiencia%2Bauditiva%2Bpower%2Bpoint%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26um%3D1
A inclusão social e educacional é um processo que se concretiza,no Brasil, por meio de uma política de educação inclusiva cujos pressupostos filosóficos compreendem a construção de uma escola aberta para todos(as), que respeita e valoriza a diversidade. Assumir a diversidade pressupõe o reconhecimento do direito à diferença
como enriquecimento educativo e social. Este processo vem provocando mudanças de paradigma, impulsionando as pessoas a conviverem com uma concepção de aprendizagem , sem restrições de qualquer ordem.
Nesta perspectiva, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) assumiu a política de inclusão e tem buscado, através de suas ações, apoiar a transformação do sistema educacional em sistema educacional inclusivo.
Brincar para todos é um material destinado a educadores(as) e pais com orientações para a utilização de brinquedos e atividades lúdicas, alertando para a importância de cada brinquedo na promoção do desenvolvimento infantil. O livro constitui uma possibilidade de eliminar as barreiras que impedem o acesso ao conhecimento,
uma vez que para as pessoas com necessidades educacionais especiais a falta de acessibilidade se traduz em fonte de discriminação e perda de oportunidades.
Assim, com a difusão deste material, o Governo Federal colabora com os estados e municípios na implementação da política de inclusão escolar e social de todos(as) os alunos(as).
Claudia Pereira Dutra
Secretária de Educação Especial do MEC
A inclusão social e educacional é um processo que se concretiza,no Brasil, por meio de uma política de educação inclusiva cujos pressupostos filosóficos compreendem a construção de uma escola aberta para todos(as), que respeita e valoriza a diversidade. Assumir a diversidade pressupõe o reconhecimento do direito à diferença
como enriquecimento educativo e social. Este processo vem provocando mudanças de paradigma, impulsionando as pessoas a conviverem com uma concepção de aprendizagem , sem restrições de qualquer ordem.
Nesta perspectiva, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) assumiu a política de inclusão e tem buscado, através de suas ações, apoiar a transformação do sistema educacional em sistema educacional inclusivo.
Brincar para todos é um material destinado a educadores(as) e pais com orientações para a utilização de brinquedos e atividades lúdicas, alertando para a importância de cada brinquedo na promoção do desenvolvimento infantil. O livro constitui uma possibilidade de eliminar as barreiras que impedem o acesso ao conhecimento,
uma vez que para as pessoas com necessidades educacionais especiais a falta de acessibilidade se traduz em fonte de discriminação e perda de oportunidades.
Assim, com a difusão deste material, o Governo Federal colabora com os estados e municípios na implementação da política de inclusão escolar e social de todos(as) os alunos(as).
Claudia Pereira Dutra
Secretária de Educação Especial do MEC
"City of Life and Death" leva Concha de Ouro em San Sebastián; ator com síndrome de Down é premiado
San Sebastián - O ator Pablo Pineda se transformou na primeira pessoa com Síndrome de Down a ganhar a Concha de Prata no Festival de Cinema de San Sebastián, no qual o filme chinês "City of Life and Death", de Lu Chuan, obteve a Concha de Ouro.
Os espanhóis Lola Dueñas, que ficou com a Concha de Prata de melhor atriz, e Pablo Pineda protagonizam o filme dos estreantes Álvaro Pastor e Antonio Naharro, "Yo, También", uma fita sobre a relação entre uma mulher solitária que encontra em um jovem com Síndrome de Down o refúgio que buscava.
O ator espanhol Pablo Pineda, que tem síndrome de Down, foi premiado no festival de cinema de San Sebastián;
Contra qualquer previsão, o cineasta argentino Juan José Campanella, seu filme "El Secreto de sus Ojos" - escolhido pela Argentina para competir vaga no Oscar - e o ator Ricardo Darín saíram de mãos vazias, já que a Concha de Prata de melhor diretor foi para Javier Rebollo pelo filme "La Mujer sin Piano".
O Prêmio Especial do Júri, que foi presidido pelo cineasta francês Laurent Cantet, foi para o filme francês "Le Refuge", de François Ozon.
O júri era formado pelo diretor coreano Bong Joon-ho, pelo ator mexicano Daniel Giménez Cacho, pela atriz espanhola Pilar López de Ayala, pelo diretor de cinema e teatro britânico John Madden, pela diretora iraniana Samira Makhmalbaf e pela atriz portuguesa Leonor Silveira.
O prêmio de melhor fotografia concedido pelo júri foi para "City of Life and Death" e o de melhor roteiro para "Blessed", da australiana Ana Kokkinos.
Surpreendente foi o histórico desta 57ª edição do Festival de San Sebastián, já que a grande maioria das apostas dos credenciados no eveto apostava em Campanella e Darín, diretor e protagonista de "El Secreto de sus Ojos" para a Concha de Ouro e uma de Prata.
Lola Dueñas se impôs a atrizes como Carmen Machi, protagonista de "La Mujer del Piano", e outras como Chiara Mastroianni ("Making Plans for Lena", de Christophe Honoré), e Frances O'Connor e Miranda Otto ("Blessed").
A Concha de Prata de melhor diretor foi para Javier Rebollo, que recebeu também uma menção especial no prêmio "Outro Olhar", da "Televisão Espanhola" (TVE). O diretor Isaki Lacuesta, com "Los Condenados", levou o prêmio Fipresci, da crítica.
Com a Concha de Prata de melhor ator, Pineda, aos 35 anos, é o primeiro ator com Síndrome de Down a conseguir um prêmio de cinema de caráter internacional.
Pablo Pineda, cujo prêmio não foi muito bem recebido pela imprensa por considerá-lo "politicamente correto", não é a primeira pessoa com Síndrome de Down a protagonizar um filme, mas ele prefere se dedicar à docência, que é para o que estudou.
O filme vencedor da Concha de Ouro, o chinês "The City of Life and Death", de Lu Chan, é um superprodução sobre a invasão do Japão à China em 1937, muito aplaudida pela crítica, e baseada no episódio conhecido como massacre de Nanquim.
Lu Chuan, o diretor de "City of Life and Death", reconheceu hoje, ao receber o prêmio, que vai "ajudar muito a chegar a outros países" e transmitir-lhes o horror desse fato histórico.
Além da seção oficial, à qual concorriam 17 filmes, entre os prêmios paralelos, o público escolheu como melhor filme "Precious", de Lee Daniels, e como melhor europeu "Desert Flower", de Sherry Horman.
Os jovens votaram na turca-alemã "The Children of Diyarbakir", de Miraz Bezar, e o prêmio Horizontes foi para a uruguaia "Gigante", de Adrián Biniez, com uma menção especial nesta seção para "Francia", do argentino Israel Adrián Caetano.
fonte: http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/09/26/ult1817u10709.jhtm
VEJAM MAIS SOBRE PINEDA EM : Entrevista con Pablo Pineda primer título universitario. a una persona con sindrome de Down. De El País, de Madrid, http://www.estimulaciontemprana.org/pablopineda.htm
sábado, 26 de setembro de 2009
DEFICIENCIA MOTORA - Veja o excelente power point do Prof Edvaldo
Ministro homologa parecer que trata de aluno com deficiência - PARECER 13/2009 do CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ( CNE)
Ministro homologa parecer que trata de aluno com deficiência Quarta-feira, 23 de setembro de 2009 - 15:09
O ministro da Educação, Fernando Haddad, homologou nesta quarta-feira, 23, o
parecer nº 13/2009 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trata das
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado para os
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação matriculados em classes regulares e no
atendimento educacional especializado. A homologação ocorreu após ajustes no
texto, para evitar interpretações equivocadas, como a de que o governo
estaria proibindo o atendimento educacional especializado.
O parecer regulamenta o decreto nº 6.571/08, que dispõe sobre o apoio
técnico e financeiro da União aos sistemas públicos de ensino nos estados,
Distrito Federal e municípios para ampliar a oferta do atendimento
educacional especializado. Esse tipo de atendimento se refere a atividades
complementares à escolarização dos alunos público da educação especial, nas
classes regulares.
De acordo com o texto, “para a implementação do decreto 6571/2008, os
sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas classes
comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado,
ofertado em salas de recursos ou instituições especializadas, públicas ou
privadas sem fins lucrativos”.
Esse atendimento é realizado preferencialmente na escola regular, no entanto
as instituições especializadas, públicas ou privadas sem fins lucrativos,
que ofertarem o atendimento educacional especializado para alunos
matriculados nas classes comuns do ensino regular também receberão recursos
do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Está disposto no decreto
que a matrícula de cada aluno com deficiência no ensino regular da rede
pública e também no atendimento especializado deve ser contada em dobro,
para que os recursos do Fundeb possam subsidiar as duas modalidades.
O objetivo é garantir recursos de acessibilidade, bem como estratégias de
desenvolvimento da aprendizagem, previstos no projeto político-pedagó gico da
escola. A ação vai ao encontro da Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva, que orienta os sistemas educacionais na
organização e oferta de recursos e serviços da educação especial de forma
complementar.
Assessoria de Comunicação Social
O ministro da Educação, Fernando Haddad, homologou nesta quarta-feira, 23, o
parecer nº 13/2009 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trata das
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado para os
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação matriculados em classes regulares e no
atendimento educacional especializado. A homologação ocorreu após ajustes no
texto, para evitar interpretações equivocadas, como a de que o governo
estaria proibindo o atendimento educacional especializado.
O parecer regulamenta o decreto nº 6.571/08, que dispõe sobre o apoio
técnico e financeiro da União aos sistemas públicos de ensino nos estados,
Distrito Federal e municípios para ampliar a oferta do atendimento
educacional especializado. Esse tipo de atendimento se refere a atividades
complementares à escolarização dos alunos público da educação especial, nas
classes regulares.
De acordo com o texto, “para a implementação do decreto 6571/2008, os
sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas classes
comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado,
ofertado em salas de recursos ou instituições especializadas, públicas ou
privadas sem fins lucrativos”.
Esse atendimento é realizado preferencialmente na escola regular, no entanto
as instituições especializadas, públicas ou privadas sem fins lucrativos,
que ofertarem o atendimento educacional especializado para alunos
matriculados nas classes comuns do ensino regular também receberão recursos
do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Está disposto no decreto
que a matrícula de cada aluno com deficiência no ensino regular da rede
pública e também no atendimento especializado deve ser contada em dobro,
para que os recursos do Fundeb possam subsidiar as duas modalidades.
O objetivo é garantir recursos de acessibilidade, bem como estratégias de
desenvolvimento da aprendizagem, previstos no projeto político-pedagó gico da
escola. A ação vai ao encontro da Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva, que orienta os sistemas educacionais na
organização e oferta de recursos e serviços da educação especial de forma
complementar.
Assessoria de Comunicação Social
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Brasil - Projeto de Lei classifica cegos de um olho como deficientes visuais
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria da deputada federal Mariângela Duarte (PT-SP), pretende classificar as pessoas cegas de um olho como deficientes visuais.
A petista propôs a matéria a fim de aumentar o leque de oportunidades aos portadores de visão monocular. Ela acredita que a lei irá aumentar o acesso de pessoas cegas de um olho ao mercado de trabalho.
“A visão monocular dificulta a definição de profundidade e pode impedir várias atividades”, argumenta a deputada.
A parlamentar destaca que a Constituição brasileira prevê que todos os cidadãos com deficiência têm direito a reabilitação e promoção de sua integração à vida comunitária. Ela lembrou ainda que o Poder Judiciário já se manifestou, mais de uma vez, favorável à inclusão da visão monocular na reserva de vagas para concursos públicos. “O deficiente visual deve receber o mesmo tratamento das demais pessoas portadoras de deficiência”, considera Mariângela.
Há menos de um mês, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que um candidato portador de ambliopia (redução ou perda da visão em um dos olhos) fosse incluído entre os candidatos deficientes inscritos em um concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). O órgão não havia aceitado sua inscrição nas vagas destinadas a portadores de necessidades especiais.
Segundo a deputada, a proposta apresentada no último mês de setembro é fruto de uma sugestão da vereadora Suely Morgado (PT), parlamentar da cidade de Santos (SP).
O município paulista tem tradição na defesa dos direitos dos portadores de necessidades especiais. A própria deputada Mariângela Duarte trata de assuntos relacionados a políticas públicas de inclusão dos deficientes há 16 anos.
Em 1990, quando era vereadora em Santos, a petista sugeriu a criação da I Semana dos Deficientes do país. O Projeto de Lei 7460/06 já tramita na Câmara dos Deputados e seguirá para análise nas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça (CCJ).
Fonte: http://concursos.correioweb.com.br/noticias/noticias.htm?codigo=16475
Nota: contributo, via e-mail, de Pedro Afonso.
A petista propôs a matéria a fim de aumentar o leque de oportunidades aos portadores de visão monocular. Ela acredita que a lei irá aumentar o acesso de pessoas cegas de um olho ao mercado de trabalho.
“A visão monocular dificulta a definição de profundidade e pode impedir várias atividades”, argumenta a deputada.
A parlamentar destaca que a Constituição brasileira prevê que todos os cidadãos com deficiência têm direito a reabilitação e promoção de sua integração à vida comunitária. Ela lembrou ainda que o Poder Judiciário já se manifestou, mais de uma vez, favorável à inclusão da visão monocular na reserva de vagas para concursos públicos. “O deficiente visual deve receber o mesmo tratamento das demais pessoas portadoras de deficiência”, considera Mariângela.
Há menos de um mês, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que um candidato portador de ambliopia (redução ou perda da visão em um dos olhos) fosse incluído entre os candidatos deficientes inscritos em um concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). O órgão não havia aceitado sua inscrição nas vagas destinadas a portadores de necessidades especiais.
Segundo a deputada, a proposta apresentada no último mês de setembro é fruto de uma sugestão da vereadora Suely Morgado (PT), parlamentar da cidade de Santos (SP).
O município paulista tem tradição na defesa dos direitos dos portadores de necessidades especiais. A própria deputada Mariângela Duarte trata de assuntos relacionados a políticas públicas de inclusão dos deficientes há 16 anos.
Em 1990, quando era vereadora em Santos, a petista sugeriu a criação da I Semana dos Deficientes do país. O Projeto de Lei 7460/06 já tramita na Câmara dos Deputados e seguirá para análise nas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça (CCJ).
Fonte: http://concursos.correioweb.com.br/noticias/noticias.htm?codigo=16475
Nota: contributo, via e-mail, de Pedro Afonso.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Eleição no Conselho Administrativo do Comite Paraolimpico Brasileiro ( CPB)
Walcles Alencar Osório é o novo presidente
Em reunião na sede do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), em Brasilia, foi eleito, nesta terça-feira (dia 15), o presidente do Conselho Administrativo da entidade. Candidato único, Walcles Alencar Osório, presidente da Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) assume o cargo por um ano, até a próxima eleição. Ele substituirá Adílson Pereira Ramos, da Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (ABDEM), que permaneceu à frente do conselho nos últimos 12 meses.
Antes da escolha por Walcles, o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons, fez uma demonstração do fluxo de caixa da entidade. “Por iniciativa própria mostramos aos conselheiros a execução financeira do CPB nesses primeiros seis meses de gestão”, disse Parsons.
Na apresentação, Parsons mostrou que a entidade está rigorosamente dentro dos limites do orçamento e ainda há uma reserva de caixa, para promoção de novas ações. Entre elas, o curso de licitação, convênios e prestação de contas, ocorrido no início de setembro, em Brasília, com representantes de todas as associações e confederações ligadas ao CPB.
O Conselho Administrativo avalizou por unanimidade os números. “Temos, no Comitê Paraolímpico Brasileiro, um sentimento de parceria, democracia e transparência. Ficamos felizes e honrados pela decisão do conselho”, completou o presidente do CPB.
Estiveram presentes representantes da Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico (ABVP), Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC), Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (ABDEM), Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) e Confederação Brasileira de Tênis (CBT).
Walcles assume com o intuito de fazer uma gestão participativa. “O Conselho Administrativo não pode ser meramente observador. Vamos ser um grupo de trabalho no CPB. Pretendo e me comprometi em estudar uma modificação estatutária do Comitê”, previu. Advogado há mais de 40 anos, Walcles é presidente de CBVA desde 2006, após ter sido presidente da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM).
Andrew Parsons ficou satisfeito pela escolha. “Walcles vem para contribuir para este momento do cenário paraolímpico, de diálogo com todos”, afirmou.
Judô Paraolimpico treina em São Paulo
Preparação para o GP, em novembro
As seleções brasileiras A e B de judô paraolímpico estão reunidas para um período de treinamento, desde sábado (dia 11), em São Paulo.
A preparação ocorre no Ginásio do Ibirapuera até sexta-feira (18).
Quinze atletas do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte foram convocados pelo técnico Alexandre Garcia. Contundidos, o carioca Eduardo Amaral (até 66kg) e o potiguar Alexandre Magno (acima de 100kg) não puderam acompanhar os treinamentos.
Esta é a segunda vez em 30 dias que Garcia reúne a seleção. Na primeira oportunidade, em agosto, os atletas passaram por avaliação física. Garcia chamou apenas os dois melhores de cada categoria no Grand Prix de março, em Niterói.
O treinamento visa o Grand Prix de judô, em novembro, em Niterói. A competição reunirá mais de 150 atletas de todo país e será classificatório para o Mundial da Turquia, no primeiro semestre do próximo ano.
Entre os dias 23 e 27 de setembro, será a vez do treinamento das mulheres, também no Ibirapuera.
As equipes nacionais do judô fazem a preparação com recursos da Lei Agnelo/Piva, descentralizados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).
Campeonato Brasileiro de Esgrima Paraolimpica CPB anuncia abertura de inscrições
Inscrições abertas
O mês de outubro será muito importante para a esgrima paraolímpica do Brasil.
Dois eventos, em Curitiba, vão ajudar no desenvolvimento da modalidade no país.
Aproximadamente 25 esgrimistas vão participar da Campeonato Brasileiro Paraolímpico de Esgrima em Cadeira de Rodas.
A competição será nos dias 10 e 11 de outubro, em Curitiba, com atletas do Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Para a gaúcha Daiane Perón, o campeonato serve como preparação para o Mundial de amputados e cadeirantes, em novembro, em Bangalore, na Índia. Para mais três competidores, o torneio em Curitiba é preparatório para um amistoso contra a Argentina, em dezembro. Suelen Rodolpho, Mauricio Stempniak e Jovane Guissoni, da Asosepod-RS, fazem parte da equipe permanente de esgrima do país, juntamente com Daiane Perón, e viajarão para Buenos Aires no final do ano.
Antes do Campeonato Brasileiro Paraolímpico de Esgrima em Cadeira de Rodasem Curitiba, no entanto, todos os participantes do torneio passarão por uma avaliação com o professor espanhol Xavier Iglesias Reig. Ele é fisiologista de renome internacional e integra os quadros do Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha. O especialista em avaliação motora em esportes paraolímpicos da Unicamp-SP, Irineu Gorla, também analisará os esgrimistas brasileiros.
O trabalho na modalidade vem sendo desenvolvido com recursos da Lei Agnelo/Piva, descentralizados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Formulário de inscrição - Campeonato Brasileiro Paraolímpico de Esgrima em Cadeira de Rodas
Informações Gerais - II Estágio de Treinamento
Regulamento - Campeonato Brasileiro Paraolímpico de Esgrima em Cadeira de Rodas
Termo de Licença de Uso de Imagem - Para maiores de 18 anos (Tiro esportivo)
Termo de Licença de Uso de Imagem - Para menores de 18 anos
Preparação para Copa América - Seleção Brasileira de futebol de cegos
A preparação para a Copa América de Futebol de Cegos começou no sábado (dia 12) na sede da Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), em Niterói.
A competição continental será em Buenos Aires, em novembro, e dá duas vagas ao Campeonato Mundial de 2010, em Londres.
O Brasil figura como grande favorito, porque é atual bicampeão paraolímpico.
O grupo de 12 jogadores convocados pelo técnico Ramon Pereira está com o importante desfalque do ala Ricardinho, do CEIBC-RJ. Eleito melhor deficiente visual do planeta, Ricardinho está em tratamento de uma lesão na região pubiana, em Campinas.
Mas Ramon ainda conta no elenco com o goleiro Fábio (CEIBC), titular nos Jogos de Pequim, e o ala baiano Jefinho. Artilheiro da Copa Brasil de Futebol de Cegos, em agosto, com 13 gols, foi eleito melhor jogador da competição e é a grande esperança de gols para a Copa América.
A preparação está dividida em três etapas. Nesta primeira, uma equipe de fisiologistas da Unicamp, de Campinas – SP, faz a avaliação física dos atletas.
Nos primeiros dias de outubro, a Seleção volta a se reunir para a segunda etapa.
Finalmente, em novembro (dias 12 e 19), haverá a finalização dos treinos e o embarque para a Argentina.
A Seleção Brasileira está treinando com recursos da Lei Agnelo/Piva, descentralizados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Brasileiro de tiro esportivo.De 23 a 25 de outubro no PR
O Campeonato Brasileiro de tiro esportivo será realizado em Curitiba, de 23 a 25 de outubro. A competição será realizada no Santa Mônica Clube de Campo e contará com a participação de aproximadamente 50 atletas do Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo, Paraná e Mato Grosso.
Estarão em disputa todas as nove categorias da carabina e as quatro da pistola. A partir do desempenho apresentado em Curitiba, será convocada a equipe permanente, que será composta por oito atletas.
“O investimento no tiro esportivo paraolímpico vem desde o ciclo olímpico anterior. E conseguimos uma participação inédita em Pequim. O Comitê Paraolímpico Brasileiro vai continuar incentivando para fazer a modalidade crescer ainda mais no país”, comentou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico.
O paranaense Carlos Garletti foi o pioneiro em participação brasileira nos Jogos, terminando na 17ª colocação no rifle livre 50m da classe SH1.
A competição será disputada com recursos da Lei Agnelo/Piva descentralizados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Formulário de inscrição - Campeonato de Tiro Esportivo
Regulamento Geral da competição - Tiro Esportivo 2009 (Curitiba-PR)
Concurso Público para pessoas com deficiência intelectual teve início nesta sexta-feira, nas dependências do CRECI
Primeira fase da seleção consistiu na prova escrita, com questões sobre Matemática, Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa e Conhecimentos Gerais
07/08/09
Aconteceu nesta sexta-feira, 7, a primeira fase da Seleção Pública Adaptada destinada às pessoas com deficiência intelectual, que trabalharão na área administrativa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 2ª Região (CRECI-SP), em São Paulo. Os participantes do Concurso Público realizaram a prova escrita, com questões sobre Matemática, Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa e Conhecimentos Gerais.
Todo o processo seletivo foi elaborado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural com a preocupação de possibilitar condições reais de inclusão ao mercado de trabalho de pessoas com deficiência intelectual. Também caberá a entidade ministrar as orientações necessárias aos funcionários do CRECI-SP para que saibam como proceder na recepção dos candidatos.
O CRECI-SP oferece duas vagas e um quadro reserva, com mais 10. O salário é de R$ 606, mais os benefícios de ticket (no valor de R$ 17 por dia), convênios médico e odontológico e vale transporte. A jornada é de 40 horas de trabalho semanais, nas quais serão desenvolvidas as seguintes atividades: atendimento ao público, arquivamento de documentos, organização de despacho de documentos por malotes, utilização de recursos de informática para suporte administrativo, além de conferência de correspondência, entre outros.
A próxima etapa será a prova oral, em setembro. Esta é a primeira Seleção Pública Adaptada do País.
07/08/09
Aconteceu nesta sexta-feira, 7, a primeira fase da Seleção Pública Adaptada destinada às pessoas com deficiência intelectual, que trabalharão na área administrativa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 2ª Região (CRECI-SP), em São Paulo. Os participantes do Concurso Público realizaram a prova escrita, com questões sobre Matemática, Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa e Conhecimentos Gerais.
Todo o processo seletivo foi elaborado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural com a preocupação de possibilitar condições reais de inclusão ao mercado de trabalho de pessoas com deficiência intelectual. Também caberá a entidade ministrar as orientações necessárias aos funcionários do CRECI-SP para que saibam como proceder na recepção dos candidatos.
O CRECI-SP oferece duas vagas e um quadro reserva, com mais 10. O salário é de R$ 606, mais os benefícios de ticket (no valor de R$ 17 por dia), convênios médico e odontológico e vale transporte. A jornada é de 40 horas de trabalho semanais, nas quais serão desenvolvidas as seguintes atividades: atendimento ao público, arquivamento de documentos, organização de despacho de documentos por malotes, utilização de recursos de informática para suporte administrativo, além de conferência de correspondência, entre outros.
A próxima etapa será a prova oral, em setembro. Esta é a primeira Seleção Pública Adaptada do País.
Pet Terapia e Atividade Física Adaptada
VEJAM MAIS SOBRE Pet Terapia e Atividade Física Adaptada EM : http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/sobama/sobamaorg/adapta2007.pdf
O homem, por quase toda sua existência, explorou o
ambiente natural com um olhar particularmente atento e
interessado por outras formas de vida, como por exemplo, os
animais. Os animais foram domesticados aproximadamente
há 15 mil anos (Chieppa, 2005; Fine, 2004). Os lobos e os
cavalos foram os primeiros a ser domesticados e nunca mais
saíram do convívio com o homem. O resultado foi um processo
adaptativo de subordinação ao homem. Muitas vezes, animais
foram considerados como divindades, outras vezes, utilizados
como força de trabalho ou simplesmente segurança de
território (i.e., o lar). O convívio no lar para algumas espécies,
como os cães, resultou numa mudança na dinâmica social
entre os últimos que tornou o homem essencialmente o seu
mestre, o líder numa relação predominantemente afetiva onde
o animal expressa sua lealdade e obediência inegociável.
Neste último século, a domesticação ampliou a percepção
de profissionais—particularmente àqueles ligados às áreas
humanas e de saúde—de que o animal pode ser considerado
um distribuidor de benefícios psico-sociais. Neste contexto
encaixa-se a pet terapia que pode ser definida como uma
terapia alternativa mediada pelo uso do animal. Na pet terapia,
o animal é considerado um co-terapeuta que promover melhor
qualidade de vida aos pacientes ou clientes (Dotti, 2005).
Segundo Mauerberg-deCastro (2005), o objetivo das
ofertas de terapias alternativas—e a pet terapia é uma delas.
O homem, por quase toda sua existência, explorou o
ambiente natural com um olhar particularmente atento e
interessado por outras formas de vida, como por exemplo, os
animais. Os animais foram domesticados aproximadamente
há 15 mil anos (Chieppa, 2005; Fine, 2004). Os lobos e os
cavalos foram os primeiros a ser domesticados e nunca mais
saíram do convívio com o homem. O resultado foi um processo
adaptativo de subordinação ao homem. Muitas vezes, animais
foram considerados como divindades, outras vezes, utilizados
como força de trabalho ou simplesmente segurança de
território (i.e., o lar). O convívio no lar para algumas espécies,
como os cães, resultou numa mudança na dinâmica social
entre os últimos que tornou o homem essencialmente o seu
mestre, o líder numa relação predominantemente afetiva onde
o animal expressa sua lealdade e obediência inegociável.
Neste último século, a domesticação ampliou a percepção
de profissionais—particularmente àqueles ligados às áreas
humanas e de saúde—de que o animal pode ser considerado
um distribuidor de benefícios psico-sociais. Neste contexto
encaixa-se a pet terapia que pode ser definida como uma
terapia alternativa mediada pelo uso do animal. Na pet terapia,
o animal é considerado um co-terapeuta que promover melhor
qualidade de vida aos pacientes ou clientes (Dotti, 2005).
Segundo Mauerberg-deCastro (2005), o objetivo das
ofertas de terapias alternativas—e a pet terapia é uma delas.
Escolas adaptam aulas de educação física para alunos com deficiência
Várias escolas no país estão adaptando as aulas de educação física para atender alunos com deficiências físicas. Mônica Guimarães, de 15 anos, participa de atividades e esportes adaptados pela própria professora de educação física, Maria Conceição Moreira Lopes.
“Começamos com um trabalho para aprimorar a coordenação motora da Mônica e, em seguida, adaptei algumas regras de esportes que costumamos ensinar para os alunos. O basquete, por exemplo, passou a ser jogado com a bola de vôlei. Já o futsal, que ela adora e pratica com a ajuda de muletas, é jogado com uma bola de borracha, mais leve”, diz Maria Conceição ao G1.
A professora conta que levou a turma de Mônica para uma visita à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para conscientizar os alunos e reduzir o preconceito. “Essa experiência foi fundamental para que eles passassem a integrar Mônica em suas atividades e começassem a ajudá-la não só nas aulas de educação física, mas em outros momentos”, afirma.
Mônica estuda há cinco anos no Colégio Adventista de Interlagos, em São Paulo. Segundo sua mãe, Maria Isabel dos Santos Guimarães, as mudanças nas regras dos esportes foram de grande proveito para a autoestima da menina. “Fez muita diferença para o emocional dela e melhorou, inclusive, o desempenho nas outras disciplinas. Ela passou a se sentir incluída em todas as atividades praticadas pelos outros alunos e isso me deixou muito satisfeita”, diz. Mônica nasceu prematura de 6 meses e meio. Uma hemorragia cerebral causou uma paralisia e afetou a coordenação motora da estudante.
“As atividades são produzidas de forma diferenciada, com mudanças ou adaptações de regras, materiais e dinâmica da atividade, sempre visando a inclusão e a participação desses alunos nas atividades. Entretanto, infelizmente isso não pode acontecer em todo tipo de atividade, em razão das limitações físicas diferenciadas que cada aluno pode apresentar. Em alguns momentos eles participam das atividades do grupo com outras funções, auxiliando o professor”, diz Dantival Jacyobá de Siqueira Filho, professor de educação física da Escola Pueri Domus, que também trabalha com alunos deficientes físicos.
Para Dante de Rose Junior, doutor em psicologia social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e professor livre-docente pela Escola de Educação Física e Esporte da USP, o esporte proporciona uma série de benefícios em muitos aspectos da convivência social.
“A atividade física ajuda qualquer pessoa, não só deficientes físicos, porque é capaz de melhorar a coordenação motora e a autoestima. No caso específico de um deficiente físico, há ainda o importante componente da socialização e da inclusão. O aluno passa a ter a oportunidade de praticar a mesma atividade que os demais, mesmo que dentro das suas limitações. O esporte amplia a capacidade de superação”, afirma o especialista ao G1. Rose Junior é autor do livro “Esporte e Atividade Física na Infância e na Adolescência”.
Coordenadora-geral de articulação da política de inclusão da Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação, Martinha Dutra dos Santos considera que um sistema educacional inclusivo deve contemplar uma proposta pedagógica que atenda às necessidades específicas de todos os alunos.
“A educação física não se restringe aos jogos como vôlei ou basquete, mas consiste em atividades coletivas de cooperação, interação e participação, portanto devemos organizar grupos de pessoas independentemente de suas diferenças físicas, sensoriais, mentais”, diz ao G1.
Fonte: G1 Globo
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/…
TETRAPLEGIA - VEJAM VÍDEOS EXCELENTES NO EXCELENTE SITE TETRAPLEGICOS DO NELSON MENDES
VEJAM VÍDEOS SOBRE TETRPLEGIA EM : http://tetraplegicos.blogspot.com/
Estudos apontam que não há necessidade de triagem de rotina antes do início da prática de exercícios físicos
VEJAM MAIS EM : http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bannerspecialty=1&menu_id=367&id=23355&banner=rc_hyperlipidemia&__akacao=179709&__akcnt=014b1635&__akvkey=55d4&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=News+79+BR+Usu%ef%bf%bdrios&langtype=1046
De acordo com um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine, a realização de triagem de rotina, antes do início da prática de exercícios físicos, não é recomendada para redução do risco de óbito induzido pela atividade física.
“A morte súbita é um raro efeito adverso da atividade física”, contou Dr. Mayer Brezis, do Hadassah Hebrew University Medical Center, Jerusalém, Israel, em uma entrevista a Reuters Health. “Aconselha-se frequentemente a triagem médica antes do início de exercícios físicos, mas sem base científica. Acredita-se que um eletrocardiograma de esforço ajude a identificar pessoas em risco, mas o exame apresenta muitos resultados falso-positivos e falso-negativos”.
Na realidade, “em qualquer prevalência de doença coronariana, o número prevenido de óbitos associados ao exercício físico é menor do que o número adicional de óbitos induzidos em intervenções coronarianas percutâneas, e…a triagem de uma população de baixo risco poderia aumentar a mortalidade”.
Utilizando uma simulação de Monte Carlo e valores esperados em uma análise de utilidade, os pesquisadores observaram que a triagem de rotina reduz a mortalidade em populações de risco intermediário ou alto, mas não em indivíduos de baixo risco.
“Na verdade, a triagem médica pode causar dano, pois pode rotular pessoas saudáveis como doentes ou pode estar associada a efeitos colaterais de angiografias coronarianas, por exemplo”, contou Dr. Brezis a Reuters Health. “A triagem médica pode evitar os benefícios alcançados com a atividade física, desviando a atenção do objetivo principal, isto é, que as pessoas se exercitem”.
“Pessoas sedentárias deveriam ser estimuladas a iniciar uma atividade física gradualmente, e procurar um médico se sentissem desconforto torácico ou tontura durante o exercício”, disse Dr. Brezis. “As academias de ginástica deveriam expor cartazes explicando estes sinais de alerta. Professores de educação física deveriam compreender e explicar estes sinais aos alunos”.
No entanto, ele enfatiza que este conselho não se aplica a indivíduos com diagnóstico de doença cardíaca. “Estas pessoas deveriam ser encaminhadas a centros de reabilitação cardíaca onde podem reiniciar a atividade física de forma supervisionada”.
J Gen Intern Med 2008;24:934-938
De acordo com um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine, a realização de triagem de rotina, antes do início da prática de exercícios físicos, não é recomendada para redução do risco de óbito induzido pela atividade física.
“A morte súbita é um raro efeito adverso da atividade física”, contou Dr. Mayer Brezis, do Hadassah Hebrew University Medical Center, Jerusalém, Israel, em uma entrevista a Reuters Health. “Aconselha-se frequentemente a triagem médica antes do início de exercícios físicos, mas sem base científica. Acredita-se que um eletrocardiograma de esforço ajude a identificar pessoas em risco, mas o exame apresenta muitos resultados falso-positivos e falso-negativos”.
Na realidade, “em qualquer prevalência de doença coronariana, o número prevenido de óbitos associados ao exercício físico é menor do que o número adicional de óbitos induzidos em intervenções coronarianas percutâneas, e…a triagem de uma população de baixo risco poderia aumentar a mortalidade”.
Utilizando uma simulação de Monte Carlo e valores esperados em uma análise de utilidade, os pesquisadores observaram que a triagem de rotina reduz a mortalidade em populações de risco intermediário ou alto, mas não em indivíduos de baixo risco.
“Na verdade, a triagem médica pode causar dano, pois pode rotular pessoas saudáveis como doentes ou pode estar associada a efeitos colaterais de angiografias coronarianas, por exemplo”, contou Dr. Brezis a Reuters Health. “A triagem médica pode evitar os benefícios alcançados com a atividade física, desviando a atenção do objetivo principal, isto é, que as pessoas se exercitem”.
“Pessoas sedentárias deveriam ser estimuladas a iniciar uma atividade física gradualmente, e procurar um médico se sentissem desconforto torácico ou tontura durante o exercício”, disse Dr. Brezis. “As academias de ginástica deveriam expor cartazes explicando estes sinais de alerta. Professores de educação física deveriam compreender e explicar estes sinais aos alunos”.
No entanto, ele enfatiza que este conselho não se aplica a indivíduos com diagnóstico de doença cardíaca. “Estas pessoas deveriam ser encaminhadas a centros de reabilitação cardíaca onde podem reiniciar a atividade física de forma supervisionada”.
J Gen Intern Med 2008;24:934-938
domingo, 13 de setembro de 2009
Nova Concepção de Deficiência Mental segundo a American Association on Mental Retardation
VEJAM MAIS SOBRE
Resumo Nova Concepção de Deficiência Mental segundo a American Association on Mental Retardation EM : http://www.efadaptada.com.br/biblioteca/di/di3.pdf e ainda em :
http://www.efadaptada.com.br/di.html
O Sistema 2002 da American Association on Mental Retardation propõe princípios básicos para definição de deficiência mental, diagnóstico, classificação e planificação de sistemas de apoio. A proposta teórica é funcionalista, sistêmica e bioecológica, incluindo as dimensões intelectual, relacional, adaptativa, organicista e contextual. A deficiência mental é considerada condição deficitária, que envolve habilidades intelectuais; comportamento adaptativo (conceitual, prático e social); participação comunitária; interações e papéis sociais; condições etiológicas e de saúde; aspectos contextuais, ambientais, culturais e as oportunidades de vida do sujeito. O paradigma de apoio proposto enfatiza a natureza e a intensidade dos apoios e sua influência na funcionalidade do sujeito. Questões relacionadas aos instrumentos de registro, avaliação e diagnóstico são discutidas. Revelam necessidade do estabelecimento de parâmetros conceituais e avaliativos conSensuais para a aplicação de estratégias quantitativas e qualitativas válidas de investigação que permitam a identificação efetiva da deficiência mental e a eficiência do atendimento dessa população específica.
Palavras chave: deficiência mental, necessidades especiais, educação especial.
Trabalho apresentado na mesa redonda Deficiência mental: diagnóstico, classificação e sistemas de apoio segundo o
modelo 2002 da American Association on Mental Retardation – AAMR, na XXXII reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, Florianópolis – SC, outubro de 2002.
Endereços para correspondência: SQS 216 – Bloco F – Apto 103 CEP: 70 295-060 Brasília-DF - E-mail: erenice@terra.com.br
Resumo Nova Concepção de Deficiência Mental segundo a American Association on Mental Retardation EM : http://www.efadaptada.com.br/biblioteca/di/di3.pdf e ainda em :
http://www.efadaptada.com.br/di.html
O Sistema 2002 da American Association on Mental Retardation propõe princípios básicos para definição de deficiência mental, diagnóstico, classificação e planificação de sistemas de apoio. A proposta teórica é funcionalista, sistêmica e bioecológica, incluindo as dimensões intelectual, relacional, adaptativa, organicista e contextual. A deficiência mental é considerada condição deficitária, que envolve habilidades intelectuais; comportamento adaptativo (conceitual, prático e social); participação comunitária; interações e papéis sociais; condições etiológicas e de saúde; aspectos contextuais, ambientais, culturais e as oportunidades de vida do sujeito. O paradigma de apoio proposto enfatiza a natureza e a intensidade dos apoios e sua influência na funcionalidade do sujeito. Questões relacionadas aos instrumentos de registro, avaliação e diagnóstico são discutidas. Revelam necessidade do estabelecimento de parâmetros conceituais e avaliativos conSensuais para a aplicação de estratégias quantitativas e qualitativas válidas de investigação que permitam a identificação efetiva da deficiência mental e a eficiência do atendimento dessa população específica.
Palavras chave: deficiência mental, necessidades especiais, educação especial.
Trabalho apresentado na mesa redonda Deficiência mental: diagnóstico, classificação e sistemas de apoio segundo o
modelo 2002 da American Association on Mental Retardation – AAMR, na XXXII reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, Florianópolis – SC, outubro de 2002.
Endereços para correspondência: SQS 216 – Bloco F – Apto 103 CEP: 70 295-060 Brasília-DF - E-mail: erenice@terra.com.br
A especial arte da superação
Já faz algum tempo que o mundo vê os portadores de necessidades especiais com outros olhos. Seja no espaço familiar, no trabalho, nas escolas ou nas próprias esferas de convívio social, as ferramentas de inclusão deles têm obtido espaço – afinal de contas, toda oportunidade de igualá-los e mostrar seu potencial é válida. Porém, há uma esfera que ainda dá seus primeiros passos para recebê-los; esfera que já foi restrita a poucos, mas hoje quer como nunca estar de braços abertos. E não é para pouco: nas artes, a convivência com a diversidade é regra geral. E, em se tratando deste universo, não há limitação – física ou mental – capaz de deter a criatividade e destreza de um criador. Provam isso grandes e eternos nomes universais, como o insuperável músico Ray Charles, imortalizado no cinema por Jamie Foxx.
A velha assertiva de que a arte não possui barreiras não virou clichê por acaso. Companhias de dança para cadeirantes e paraplégicos, apresentações musicais de deficientes visuais e até mesmo exposições pictóricas que podem ser apreciadas pelos que perderam a visão: tudo isso já pode ser encontrado ao redor do globo. Aqui no Pará, as coisas ainda caminham de forma lenta, mas os primeiros esforços já começaram a aparecer – alguns abraçados não pelo Estado, e sim por pessoas comuns que vêm na arte uma forma de superação das limitações.
Um exemplo de artista especial cujo talento moveu montanhas é o escritor Romeu Ferreira dos Santos Neto. Portador de Síndrome de Down, o jovem de 24 anos já tem no currículo dois livros de poesia lançados, além de um CD com letras de sua autoria musicadas pelo cantor e compositor Mário Cantuária. A história de vida dele, afirma sua mãe, a professora aposentada Sandra Suely Santos, sempre esteve atrelada de alguma forma ao universo da literatura.
'Desde que soubemos que ele era portador da Síndrome de Down, começamos a pensar em como ajudá-lo a desenvolver suas capacidades cognitivas. O mais bonito de tudo é que ele mostrou desde pequeno uma atração pela literatura. Ele lia tudo o que via pela frente, vivia dizendo frases belas, e eu fui anotando todas sempre que ele pensava nelas. Dizia sempre a ele: ‘meu filho, quem lê tem o mundo em suas mãos’. Quando ele criou o hábito de escrever, tive certeza de seu talento', relata a mãe, orgulhosa.
DEDICAÇÃO
Dos primeiros versos a seu primeiro livro, 'Água de algodão', lançado em 2001, Romeu percorreu um caminho de dedicação e esforços. Até aprender a escrever, dona Sandra transcrevia seus poemas, mas logo o poeta afinou a escrita e criou intimidade com as máquinas de datilografar. Anos depois, ele aprendeu a lidar com o computador e desde então transcreve não só poemas, mas contos, crônicas e outros gêneros literários sempre que a inspiração bate.
Além disso, Romeu desenvolveu o talento pelas artes plásticas, criando belas paisagens em óleo sobre tela que podem ser vistas em seu site (http://www.romeuneto.com.br). 'Acredito que ele esteja sempre aprendendo novas linguagens. Isso só pôde acontecer porque desde cedo quisemos que ele conseguisse superar seus próprios obstáculos e nunca o deixamos perder a empolgação', conta Sandra.
Desde 2006, Romeu colhe os frutos de seu segundo livro, 'Ventos mergulhantes', editado pela Paka-Tatu e considerado por seus admiradores um marco de superação. O livro contém cerca de 80 poesias, e chamou a atenção de gente de fora do Estado – a prova é que revistas como a 'Sentidos', editada em São Paulo e voltada à inclusão de portadores de necessidades especiais, publicaram reportagens sobre seu trabalho. Romeu também marcou presença em todas as Feiras Pan-Amazônicas do livro realizadas em Belém, seja com sessões de autógrafos ou bate-papos com o público e com a imprensa.
Consciente do valor que a arte teve e tem em sua vida, Romeu afirmou à reportagem que a arte foi seu principal mecanismo de expressão. 'A escrita é um instrumento que uso para me comunicar e expressar minhas idéias. Não perco o estímulo para continuar produzindo nunca', comentou o jovem poeta, que tem entre seus autores Machado de Assis, Shakespeare e o marajoara Dalcídio Jurandir. Com muito bom humor, ele garantiu que anda escrevendo mais do que nunca e já adiantou que tem livro novo vindo por aí. 'Estou preparando o meu primeiro romance, deve sair ou em dezembro ou no ano que vem. Está numa fase inicial, ainda', assinalou.
Exemplo de talento local vence fronteiras
Mas não é apenas no espaço familiar que o talento pode ser valorizado desde cedo. Às vezes, há grupos que se doam exclusivamente a oferecer oportunidade para que os artistas portadores de algum tipo de limitação vejam a arte como ofício – é o caso da Companhia de Dança Roda Pará, a mais tradicional do Estado dedicada a bailarinos deficientes físicos, coordenada pela educadora física, professora e pesquisadora Marilene Melo, de 61 anos.
Com mais de oito anos de atividade e um trabalho voltado à dança contemporânea, o grupo surgiu a partir de oficinas e seminários de inclusão organizados pelo Instituto de Artes do Pará (IAP), entidade apoiadora do projeto, e desde então vem trazendo bons resultados para o Estado – a prova disso é que ele foi o primeiro do Pará a fazer parte da 'Arte sem barreiras', política internacional inserida no Brasil pela Fundação Nacional de Arte (Funarte) que visa à inclusão de portadores de necessidades no mundo das artes.
Atualmente, fazem parte do Roda Pará quatro bailarinos fixos, sendo dois deles portadores de necessidades especiais (um cadeirante e outra que possui limitações psíquicas e de locomoção). Segundo Marilene Melo, lidar com este perfil de artistas é uma espécie de lição de vida. 'É incrível a gente ver como o trabalho é desafiador, mas flui bem quanto há talento de sobra. A linguagem da dança depende mais do esforço e paixão do bailarino que de seu corpo, nós aprendemos aos poucos a lidar com as limitações', orgulha-se.
A rotina de ensaios da companhia de dança é composta de várias etapas. Primeiro, Marilene desenvolve uma pesquisa individual, para depois ensaiá-la junto aos bailarinos. Em seguida, cada um se propõe a realizar exercícios individuais e praticar as coreografias, de forma a afiná-las para performances ao vivo. O resultado foram participações aclamadas em eventos como o Encontro Internacional de Dança do Pará (Eidap), onde ganharam os prêmios da categoria de portadores de necessidades durante dois anos consecutivos, além da aprovação em editais e prêmios vinculados à Secretaria de Cultura do Estado (Secult). A nível nacional, Marilene já teve projetos de pesquisa ligados à atividade no Roda Pará aprovados em prêmios como o Além dos Limites, da Funarte, e nos editais do Instituto Itaú Cultural. Em novembro passado, o grupo ainda viajou a Sergipe, no Nordeste, para participar da Mostra Albertina Brasil, também do programa 'Arte sem barreiras'. Marilene afirma: a repercussão nacional não poderia ser melhor.
VII Fórum Municipal da Pessoa com Deficiência - Setembro 2009 - RJ - TEMA : PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
VII Fórum Municipal da Pessoa com Deficiência
O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Comdef-Rio, convida para o VII Fórum Municipal da Pessoa com Deficiência, cujo tema é “Preconceito e Discriminação”.
Data: 30 de setembro de 2009
Horário: 8h30m às 14h30m
Local: CIAD Mestre Candeia (Av. Presidente Vargas, 1.997, auditório 311 - Cidade Nova, Rio de Janeiro/RJ)
Programação:
8h30m às 9h30m - Credenciamento e Café da Manhã
9h30m às 10h - Solenidade de Abertura
10h às 10h30m - Mesa de Abertura
10h30m às 11h30m - Mesa 1: Preconceito e Discriminação
11h30m às 12h - Debate
12h às 14h - Mesa 2: Relações Institucionais
14h às 14h30m - Debate e Encerramento
Mais informações:
(21) 2242-7700 (ramal 244) ou comdef@pcrj.rj.gov.br
Reportagem da TV USP SOBRE Acessibilidade Digital é premiada em Gramado
VEJAM MAIS EM : http://www4.usp.br/index.php/institucional/17209-reportagem-da-tv-usp-e-prem
Agência USP
A reportagem Acessibilidade Digital, da TV USP, foi escolhida a melhor matéria exibida por uma TV Universitária em todo o País na 17ª edição do Gramado Cine e Vídeo, o principal evento de TVs e vídeos universitários do país, que acontece paralelamente ao Festival Internacional de Cinema de Gramado. A premiação ocorreu na última sexta-feira (14).
A reportagem explorou como pessoas que não enxergam navegam na internet e como os sites podem ser mais agradáveis para quem não vê.
O Gramado Cine e Vídeo recebeu mais de 1.100 trabalhos feitos independentemente, por universitários gaúchos, universitários brasileiros e TVs universitárias. As produções vieram do Nordeste, Sul, Sudeste e Distrito Federal.
Do total, 24 foram escolhidos pelo júri ou por votação popular para ganhar o receberam o "Galgo de Ouro". Também receberam prêmios as TVs Universitárias do Mackenzie, PUC-SP, Feevale e PUC-Rio.
Mais informações: (11) 3091-4101, email anachinelli@usp.br , site www.gramadocinevideo.com.br
Miss International increasing disability awareness (TEXTO EM INGLES)
VEJAM MAIS SOBRE Disability Issues
By Karen Meyer EM :EM: http://abclocal.go.com/wls/story?section=news/disability_issues&id=7010807
September 13, 2009 (WLS) -- Beauty pageants are not just about looks. But some like the International Pageants are based on accomplishments. This is why a profoundly deaf candidate was crowned Miss International.
Even though Jayna Altman's reign as Miss International 2008 ended several weeks ago, her commitment to increasing disability awareness will never end.
"My platform is, I can inspire confidence in your abilities now with the focus that we're all born differently, we all have different types of strengths and weaknesses, and in those weaknesses, rather than labeling it as disability, it's just a different type of ability," Altman said.
Twenty-seven-year-old Jayna Altman was Miss Missouri in the Miss International competition. She got interested in beauty contests after her mom dared her to watch the Miss America Pageant.
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"And she said that if I watched her and I guessed the winner I could have $100, and as a 12-year-old, $100 was a lot of money. So I was like, 'Okay, I'll do it,' and that was the 1995 Miss America Pageant in which Heather Whitestone won," Altman said.
Altman's deafness is a result of complications from being born premature. She was told she would never be able to develop understandable speech.
"Well, I resolved that I was going to learn how to speak, and then also by learning how to speak, I became a speech and debate champion just to prove to others that it doesn't matter what your given to in life or the cards that you dealt," said Altman.
Altman is also fluent in American Sign Language. Miss International Pageants focuses on the accomplishments of young women between the ages of 19 and 27.
"We have a number of different series of competition for Miss International. We don't have a bathing suit competition, but we have what's called a fitness funwear, not funwear, but a fitness competition that is part of the judging process," said Altman.
While competing for Miss International 2008, being deaf was never an issue for Altman.
"If anything, it taught me I need to be creative and think outside the box, whether in terms of accommodations for example last year this very stage I couldn't hear them call my name, so I was standing at the top of the stage going, 'What?' So what we did, we devised a simple head turn from the MC that it almost looked natural, because they were looking to see us go down to the stage," Altman said.
Altman said this not only has been a phenomenal experience for her, it gave her an opportunity a share her life mission.
"I served as a spokesperson for Special Olympics and Ability Beyond Disability, and those two organizations focus on empowering, providing hope and independence for individuals with different types of abilities," said Altman.
Altman is working on her doctorate in audiology. She hopes some day to be a professor focusing on the psychology behind deafness.
For more information on Jayna Altman and the International Pageants go to www.miss-international.us and www.jaynaaltman.com.
sábado, 12 de setembro de 2009
INSTITUTO RESSOAR - CONHEÇA ESTA INSTITUIÇÃO DE APOIO
http://www.ressoar.org.br/_videos.asp?idVideo=120
O Instituto Ressoar nasceu do desejo de se trabalhar efetivamente para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, que permita a inclusão de todos. Responsabilidade Social é colocar a mão na massa e tomar atitudes que realmente façam efeito em nossa sociedade.
O Instituto Ressoar foi criado em 2005 e a Participação é seu principal eixo de atuação. Além disso, o Instituto Ressoar abre espaço para o debate sobre o Terceiro Setor incluindo aí os fatores econômicos, sociais e a aplicação e desenvolvimento de Políticas Públicas. Leia mais
Promover a igualdade social e remover as barreiras que impedem a convivência entre os diferentes. Atuar de forma efetiva na preservação da natureza, na manutenção da dignidade humana e na criação e promoção de valores éticos e morais são princípios básicos que norteiam o Ressoar.
O Ressoar cuida principalmente em incentivar a educação, elemento vital para o desenvolvimento da sociedade. O Ressoar trabalha para melhorar a qualidade da educação pública tão abandonada pelos governantes. Incentiva a educação ambiental a partir das crianças para criar cidadãos adultos conscientes de seu papel. Leia mais
Aulas mágicas
http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=14315
É possível fazer de sua aula a número 1. Aprenda com os mestres!
Mesmo já familiarizado com a Internet no seu dia-a-dia, Marco Antônio Mendes, aluno de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), só despertou para os benefícios que as ferramentas tecnológicas poderiam trazer para sua carreira quando seu professor propôs a utilização do podcast em sala de aula. "Sabia o que era um podcast, mas nunca tinha pensado em utilizá-lo como ferramenta de trabalho. Agora, sei que com ele meu trabalho não ficará apenas na sala de aula, mas poderá ser visto por muita gente", diz.
Mendes, que hoje ajuda o professor Rafael Matos a expor o trabalho dos alunos em um site (www.rafaelmatos.tk) vê essa interação como um benefício principalmente do ponto de vista profissional, já que os trabalhos podem acabar virando portfólio. "A divulgação dos trabalhos é uma das principais vantagens que a Internet proporcionou. Sem contar que as aulas em que os professores fazem uso dessas ferramentas ficam menos maçantes, e, portanto, muito mais proveitosas."
Pergunte a dez professores o que os deixa mais frustrados em sala de aula e pelo menos nove irão garantir: não há sensação pior para o docente do que, no meio da aula, pegar um aluno cochilando enquanto metade da turma decide ignorar sua presença e bater papo sobre o último capítulo da novela das oito.
Hoje em dia, com a sala de aula composta por uma geração de "nativos digitais" e uma maior cobrança das universidades sobre o rendimento do professor, muitos vivem o dilema: como tornar as aulas mais interessantes e dinâmicas sem perder o foco nas informações?
É claro que a tradicional falta de paciência dos universitários atrapalha, dá asas para os devaneios em classe, mas é importante lembrar que eles também podem surgir quando o professor está desestimulado. E, cá entre nós, professor desestimulado é sinônimo de aula chata. Segundo especialistas, embora não haja fórmula mágica para trazer os alunos "de volta para o corpo" em sala de aula, com uma pequena mudança de postura o professor pode transformar sua disciplina em uma aula de sucesso.
Autor de diveros livros sobre ensino e aprendizagem, o especialista em educação e professor aposentado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Celso Antunes, destaca que o bom professor não é aquele que tem um único método revolucionário para ensinar, mas aquele que, além de dominar diferentes técnicas de ensino, sabe adequá-las ao tipo de público e disciplina a qual está ministrando.
"Se você perguntar a uma pessoa qual ferramenta é mais útil, o machado ou o martelo, provavelmente a resposta dela será que depende do serviço que se quer fazer. A ferramenta essencial do professor é a aula, o importante para que ele chame a atenção dos alunos, é utilizar a ferramenta mais adequada", explica. Em síntese, cabe ao professor investigar qual método de ensino serve para transformar a informação em conhecimento. Tarefa que deve ser constante e mutável, de acordo com o perfil da turma, dos alunos e do ambiente ao qual estão inseridos.
O discurso é até repetitivo, afinal, todo docente sabe que, mais do que qualquer outra, a profissão de professor exige muito estudo, atualização e, sobretudo, dedicação para fazer do método de ensino uma ferramenta eficiente. Mas, no universo da docência, não é novidade nenhuma conhecer professores que utilizam a mesma apostila (amarelada até) para dar aula. Além, é claro, daqueles que mudam de assunto quando o tema é atualização. Fugir do tema, porém, é prolongar o problema. A ordem é buscar uma solução.
Professor high-tech
Superar este desafio foi o que motivou o professor de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) Rafael Matos a utilizar a tecnologia para criar aulas envolventes e que agregassem, além de conhecimento, vivência prática aos alunos. Com o auxílio de ferramentas como o podcast, o you tube e o my spaces, tradicionalmente utilizadas para o entretenimento, o professor high-tech passou a incentivar os alunos não só a aprimorar seu aprendizado, como a fazer das ferramentas instrumentos de divulgação de seus trabalhos.
No entanto, quem pensa que só porque o professor estava habituado a utilizar a tecnologia ele teve facilidade com a turma está enganado. Foi preciso "suar a camisa" para fazer o método funcionar. A primeira tentativa de Matos contemplou o uso de blogs, mas a ferramenta utilizada com sucesso por alguns professores, com ele, não funcionou. "Os alunos dificilmente liam o que eu escrevia e pouco comentavam", lembra.
Já o uso do podcast em seminários e em outras atividades não só favoreceu a interação dos alunos como melhorou a qualidade dos trabalhos. "Os podcasts podem servir de alavanca profissional, dependendo do modo como são utilizados. Isso despertou a atenção dos alunos. Além disso, ele propiciou uma interação durante a elaboração do trabalho fundamental para fixar o que foi aprendido em aula", explica.
Em seu caso, o professor considera que a maior dificuldade de propor o uso de um novo método em sala não foi o aprendizado dos alunos, uma vez que os jovens estão habituados à tecnologia, mas em vencer a resistência de aplicar um método diferenciado. "A dificuldade foi provar que, além do entretenimento, a tecnologia podia ajudá-los como uma forma construtiva de aprendizado e de exposição de seus trabalhos."
Ainda assim, a experiência valeu a pena, especialmente quando os estudantes despertaram para o novo mundo que o professor propôs em sala de aula. Confira, no quadro nesta página, a experiência de um dos alunos de Matos que não só passou a usar a tecnologia para seu desenvolvimento como estudante, mas como profissional, criando uma espécie de portfólio virtual.
Além da tecnologia
Engana-se quem pensa que só o uso de tecnologias permite uma revolução do aprendizado em sala de aula. A interação, a troca de informações e as dinâmicas vivenciadas fora do ambiente universitário também estimulam e promovem mudanças no aprendizado. O professor de Artes Visuais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Percival Tirapeli, vivenciou isso ainda na graduação e, hoje, colhe os frutos de ter passado adiante o método de ensino que o fez ter mais admiração e empenho ao exercer a arte de ensinar.
Longe da cultura "livresca", Percival incentiva seus alunos a irem a campo atrás de experiências práticas e pertinentes dentro de seu campo de estudo. Algo que ele considera fundamental para o estudante de Artes. "Incentivo meus alunos a criarem suas próprias críticas baseados no aprendizado que vivenciaram, em vez de apenas ler e reproduzir a crítica dos outros." A idéia, segundo ele, é de que os alunos possam ter acesso à arte que está muito além do que pode ser visto em sala de aula.
Para Tirapeli, não há dúvida de que aulas práticas são muito proveitosas. "Saber se portar diante de uma obra é uma coisa que na disciplina de Artes, por exemplo, conta muito para o aluno. É o tipo de exercício que não dá pra fazer dentro da sala de aula", reforça. Por esta razão é muito comum que, em dia de aula, os alunos de Tirapeli visitem museus, centros culturais, exposições, etc. (Enquanto concedia a entrevista ao Universia, o professor e sua turma visitavam a Pinacoteca de São Paulo).
Para o professor, os resultados deste trabalho têm sido bastante recompensadores, já que muitos alunos acabam utilizando o que aprenderam em suas aulas como teses de mestrado ou até mesmo nas aulas em que atuam como monitores. "O dinamismo motiva meus alunos e sei que a repercussão é positiva", comemora.
É possível fazer de sua aula a número 1. Aprenda com os mestres!
Mesmo já familiarizado com a Internet no seu dia-a-dia, Marco Antônio Mendes, aluno de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), só despertou para os benefícios que as ferramentas tecnológicas poderiam trazer para sua carreira quando seu professor propôs a utilização do podcast em sala de aula. "Sabia o que era um podcast, mas nunca tinha pensado em utilizá-lo como ferramenta de trabalho. Agora, sei que com ele meu trabalho não ficará apenas na sala de aula, mas poderá ser visto por muita gente", diz.
Mendes, que hoje ajuda o professor Rafael Matos a expor o trabalho dos alunos em um site (www.rafaelmatos.tk) vê essa interação como um benefício principalmente do ponto de vista profissional, já que os trabalhos podem acabar virando portfólio. "A divulgação dos trabalhos é uma das principais vantagens que a Internet proporcionou. Sem contar que as aulas em que os professores fazem uso dessas ferramentas ficam menos maçantes, e, portanto, muito mais proveitosas."
Pergunte a dez professores o que os deixa mais frustrados em sala de aula e pelo menos nove irão garantir: não há sensação pior para o docente do que, no meio da aula, pegar um aluno cochilando enquanto metade da turma decide ignorar sua presença e bater papo sobre o último capítulo da novela das oito.
Hoje em dia, com a sala de aula composta por uma geração de "nativos digitais" e uma maior cobrança das universidades sobre o rendimento do professor, muitos vivem o dilema: como tornar as aulas mais interessantes e dinâmicas sem perder o foco nas informações?
É claro que a tradicional falta de paciência dos universitários atrapalha, dá asas para os devaneios em classe, mas é importante lembrar que eles também podem surgir quando o professor está desestimulado. E, cá entre nós, professor desestimulado é sinônimo de aula chata. Segundo especialistas, embora não haja fórmula mágica para trazer os alunos "de volta para o corpo" em sala de aula, com uma pequena mudança de postura o professor pode transformar sua disciplina em uma aula de sucesso.
Autor de diveros livros sobre ensino e aprendizagem, o especialista em educação e professor aposentado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Celso Antunes, destaca que o bom professor não é aquele que tem um único método revolucionário para ensinar, mas aquele que, além de dominar diferentes técnicas de ensino, sabe adequá-las ao tipo de público e disciplina a qual está ministrando.
"Se você perguntar a uma pessoa qual ferramenta é mais útil, o machado ou o martelo, provavelmente a resposta dela será que depende do serviço que se quer fazer. A ferramenta essencial do professor é a aula, o importante para que ele chame a atenção dos alunos, é utilizar a ferramenta mais adequada", explica. Em síntese, cabe ao professor investigar qual método de ensino serve para transformar a informação em conhecimento. Tarefa que deve ser constante e mutável, de acordo com o perfil da turma, dos alunos e do ambiente ao qual estão inseridos.
O discurso é até repetitivo, afinal, todo docente sabe que, mais do que qualquer outra, a profissão de professor exige muito estudo, atualização e, sobretudo, dedicação para fazer do método de ensino uma ferramenta eficiente. Mas, no universo da docência, não é novidade nenhuma conhecer professores que utilizam a mesma apostila (amarelada até) para dar aula. Além, é claro, daqueles que mudam de assunto quando o tema é atualização. Fugir do tema, porém, é prolongar o problema. A ordem é buscar uma solução.
Professor high-tech
Superar este desafio foi o que motivou o professor de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) Rafael Matos a utilizar a tecnologia para criar aulas envolventes e que agregassem, além de conhecimento, vivência prática aos alunos. Com o auxílio de ferramentas como o podcast, o you tube e o my spaces, tradicionalmente utilizadas para o entretenimento, o professor high-tech passou a incentivar os alunos não só a aprimorar seu aprendizado, como a fazer das ferramentas instrumentos de divulgação de seus trabalhos.
No entanto, quem pensa que só porque o professor estava habituado a utilizar a tecnologia ele teve facilidade com a turma está enganado. Foi preciso "suar a camisa" para fazer o método funcionar. A primeira tentativa de Matos contemplou o uso de blogs, mas a ferramenta utilizada com sucesso por alguns professores, com ele, não funcionou. "Os alunos dificilmente liam o que eu escrevia e pouco comentavam", lembra.
Já o uso do podcast em seminários e em outras atividades não só favoreceu a interação dos alunos como melhorou a qualidade dos trabalhos. "Os podcasts podem servir de alavanca profissional, dependendo do modo como são utilizados. Isso despertou a atenção dos alunos. Além disso, ele propiciou uma interação durante a elaboração do trabalho fundamental para fixar o que foi aprendido em aula", explica.
Em seu caso, o professor considera que a maior dificuldade de propor o uso de um novo método em sala não foi o aprendizado dos alunos, uma vez que os jovens estão habituados à tecnologia, mas em vencer a resistência de aplicar um método diferenciado. "A dificuldade foi provar que, além do entretenimento, a tecnologia podia ajudá-los como uma forma construtiva de aprendizado e de exposição de seus trabalhos."
Ainda assim, a experiência valeu a pena, especialmente quando os estudantes despertaram para o novo mundo que o professor propôs em sala de aula. Confira, no quadro nesta página, a experiência de um dos alunos de Matos que não só passou a usar a tecnologia para seu desenvolvimento como estudante, mas como profissional, criando uma espécie de portfólio virtual.
Além da tecnologia
Engana-se quem pensa que só o uso de tecnologias permite uma revolução do aprendizado em sala de aula. A interação, a troca de informações e as dinâmicas vivenciadas fora do ambiente universitário também estimulam e promovem mudanças no aprendizado. O professor de Artes Visuais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Percival Tirapeli, vivenciou isso ainda na graduação e, hoje, colhe os frutos de ter passado adiante o método de ensino que o fez ter mais admiração e empenho ao exercer a arte de ensinar.
Longe da cultura "livresca", Percival incentiva seus alunos a irem a campo atrás de experiências práticas e pertinentes dentro de seu campo de estudo. Algo que ele considera fundamental para o estudante de Artes. "Incentivo meus alunos a criarem suas próprias críticas baseados no aprendizado que vivenciaram, em vez de apenas ler e reproduzir a crítica dos outros." A idéia, segundo ele, é de que os alunos possam ter acesso à arte que está muito além do que pode ser visto em sala de aula.
Para Tirapeli, não há dúvida de que aulas práticas são muito proveitosas. "Saber se portar diante de uma obra é uma coisa que na disciplina de Artes, por exemplo, conta muito para o aluno. É o tipo de exercício que não dá pra fazer dentro da sala de aula", reforça. Por esta razão é muito comum que, em dia de aula, os alunos de Tirapeli visitem museus, centros culturais, exposições, etc. (Enquanto concedia a entrevista ao Universia, o professor e sua turma visitavam a Pinacoteca de São Paulo).
Para o professor, os resultados deste trabalho têm sido bastante recompensadores, já que muitos alunos acabam utilizando o que aprenderam em suas aulas como teses de mestrado ou até mesmo nas aulas em que atuam como monitores. "O dinamismo motiva meus alunos e sei que a repercussão é positiva", comemora.
Professora cria software educativo para deficientes físicos, sensoriais e mentais
Melhorar o processo de reabilitação global de deficientes físicos, sensoriais e mentais, contribuindo para a evolução da mobilidade, comunicação e acessibilidade. Estes foram os principais objetivos da professora de Terapia Ocupacional Ana Irene de Oliveira ao criar o software Desenvolve em sua tese de doutorado em Psicologia, na Universidade Federal do Pará – UFPA.
Com licença de uso gratuita, o Desenvolve ajuda a minimizar – ou até mesmo eliminar – as limitações de crianças e adolescentes com deficiências físicas, sensoriais e mentais. O programa funciona a partir do reconhecimento de figuras no computador e a adaptação do modo de interação entre o aluno e o computador permite que a resposta seja dada por diversos tipos de movimento, como piscar de olhos, cliques com pés ou mãos e até por sopro, entre outros. “Pedimos para a criança selecionar uma bola, por exemplo, e ela tem de procurar a imagem entre várias outras figuras. Dependendo da escolha, o software produz luzes e sinais sonoros que apontam se a resposta está correta ou errada”, explica.
A professora conta que o Desenvolve é capaz de aprimorar noções de espaço, quantidade e tempo, além da percepção de objetos do cotidiano. “A criança aprende a ter mais interação com o mundo e desenvolve habilidades cognitivas que promovem a inclusão social e pedagógica”, completa. Além disso, a utilização do software contribui com a socialização, pois permite estimular o desenvolvimento de autonomia e independência nos jovens. Dessa forma, a possibilidade de inclusão escolar se torna mais viável.
Com recursos de baixo custo, o Desenvolve substitui a utilização de tecnologias importadas, caras e de difícil acesso. O primeiro projeto do Desenvolve foi criado em 2002, quando a professora elaborava sua dissertação de mestrado. Mas só em 2005, foi possível custear a criação e implementação do Desenvolve, quando o projeto venceu a categoria Inovação Social do Prêmio Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) de Inovação Tecnológica (etapa Norte). Vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a Finep garantiu a verba necessária, inclusive, para a aplicação prática do Desenvolve em 80 crianças e adolescentes, previamente selecionados.
Em 2007, representando a Associação de Assistência à Criança Deficiente da Amazônia (ACDA), Ana recebeu o Prêmio Direitos Humanos 2007, na categoria Garantia dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Concedida pelo governo federal, desde 1995, a premiação é dirigida a pessoas e organizações que realizam ações em favor dos direitos humanos. A edição de 2007 contou com a indicação de 286 projetos, divididos em 10 categorias.
Segundo a educadora, o software já está sendo utilizado em vários centros brasileiros de apoio a crianças e adolescentes com deficiências. O Desenvolve, além de diversos sistemas e documentos dirigidos a este público, pode ser encontrado no site do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta).
Com licença de uso gratuita, o Desenvolve ajuda a minimizar – ou até mesmo eliminar – as limitações de crianças e adolescentes com deficiências físicas, sensoriais e mentais. O programa funciona a partir do reconhecimento de figuras no computador e a adaptação do modo de interação entre o aluno e o computador permite que a resposta seja dada por diversos tipos de movimento, como piscar de olhos, cliques com pés ou mãos e até por sopro, entre outros. “Pedimos para a criança selecionar uma bola, por exemplo, e ela tem de procurar a imagem entre várias outras figuras. Dependendo da escolha, o software produz luzes e sinais sonoros que apontam se a resposta está correta ou errada”, explica.
A professora conta que o Desenvolve é capaz de aprimorar noções de espaço, quantidade e tempo, além da percepção de objetos do cotidiano. “A criança aprende a ter mais interação com o mundo e desenvolve habilidades cognitivas que promovem a inclusão social e pedagógica”, completa. Além disso, a utilização do software contribui com a socialização, pois permite estimular o desenvolvimento de autonomia e independência nos jovens. Dessa forma, a possibilidade de inclusão escolar se torna mais viável.
Com recursos de baixo custo, o Desenvolve substitui a utilização de tecnologias importadas, caras e de difícil acesso. O primeiro projeto do Desenvolve foi criado em 2002, quando a professora elaborava sua dissertação de mestrado. Mas só em 2005, foi possível custear a criação e implementação do Desenvolve, quando o projeto venceu a categoria Inovação Social do Prêmio Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) de Inovação Tecnológica (etapa Norte). Vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a Finep garantiu a verba necessária, inclusive, para a aplicação prática do Desenvolve em 80 crianças e adolescentes, previamente selecionados.
Em 2007, representando a Associação de Assistência à Criança Deficiente da Amazônia (ACDA), Ana recebeu o Prêmio Direitos Humanos 2007, na categoria Garantia dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Concedida pelo governo federal, desde 1995, a premiação é dirigida a pessoas e organizações que realizam ações em favor dos direitos humanos. A edição de 2007 contou com a indicação de 286 projetos, divididos em 10 categorias.
Segundo a educadora, o software já está sendo utilizado em vários centros brasileiros de apoio a crianças e adolescentes com deficiências. O Desenvolve, além de diversos sistemas e documentos dirigidos a este público, pode ser encontrado no site do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta).
Universia publica revista Educação Brasileira, do CRUB
Volume 29 traz como tema "Educação Superior Brasileira: Novos Olhares"
Publicado em 21/11/2008 - 15:00
VEJAM MAIS EM : http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=16948
Da redação
O Universia disponibiliza, gratuitamente, para seus leitores o volume 29 da revista Educação Brasileira, editada pelo CRUB (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras). A edição, que tem como tema "Educação Superior Brasileira: Novos Olhares", traz artigos sobre o novo papel das universidades, a contribuição das instituições públicas paulistas e sobre o projeto OCW Universia.
Confira abaixo os artigos, clicando no título para leitura. Todos os textos estão em PDF.
- Capa e Sumário
- Editorial
- O ensino superior no Estado de São Paulo: contribuição das universidades públicas paulistas
Por Suely Vilela, reitora da USP (Unversidade de São Paulo)
- Conhecimento, inovação e o novo papel das universidades
Por Jorge Luís Nicolas Audy
- Gestão acolhedora: estabelecendo vínculos com a comunidade acadêmica
Por Dorilda Grolli, Lauraci Dondé da Silva, Tamara Polenz e Tania Scuro Mendes
- Planejamento estratégico como instrumento de gestão escolar
Por Cátia Deniana Firmino Perfeito
- Educação a distância: um modelo acadêmico
Por Pedro Ronzelli Júnior, José Augusto Pereira Brito e Solange Giardino
- OpenCourseWare Universia: oportunidade para docentes da Ibero-América
Por Alina Corrêa, diretora-geral do Universia Brasil
- Intervenções educativas em ambientes virtuais: investigando possibilidades metodológicas
Por Tania Scuro Mendes
- Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Para fazer o download da edição completa, clique aqui (em arquivo .zip).
Novas regras aproximam mestrado profissional do mercado
Com mudanças, número de mestres no País deve aumentar
Publicado em 10/09/2009 - 09:00
VEJAM MAIS EM : http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=16948
Exigências para mestrados profissionais
- apresentar estrutura curricular objetiva e enfatizar a articulação entre conhecimento atualizado, domínio da metodologia e aplicação orientada para o campo de atuação profissional;
- ter tempo de titulação de no mínimo um e no máximo dois anos;
- possibilitar a inclusão de atividades curriculares estruturadas das áreas das Ciências Sociais Aplicadas correlatas com o curso, tais como legislação, comunicação, administração e gestão, ciência política e ética;
- conciliar a proposta ao perfil dos candidatos e ao curso;
- ter corpo docente integrado por doutores, profissionais e técnicos com experiência em pesquisa aplicada ao desenvolvimento e à inovação;
- apresentar normas bem definidas de seleção dos docentes responsáveis pela orientação dos alunos;
- comprovar carga horária docente e condições de trabalho compatíveis com as necessidades do curso;
- prever a defesa apropriada na etapa de conclusão do curso;
- prever a exigência de apresentação de trabalho de conclusão de curso, tais como dissertação, revisão sistemática, artigo, patente, registros de propriedade intelectual, projetos técnicos, etc.
Clique aqui e confira a íntegra da Portaria Normativa Nº 7, de 22 de junho de 2009.
Por Larissa Leiros Baroni
Após 11 anos da implantação dos primeiros mestrados profissionais no Brasil, a modalidade stricto sensu ganha regras de credenciamento e de avaliação próprias distintas das utilizadas atualmente para o mestrado acadêmico. O vínculo e as influências deste, até então muito fortes no processo de construção dos programas profissionalizantes, foram quebrados a partir da publicação da Portaria Normativa nº 7, no último dia 22 de junho. A medida adotada pelo MEC (Ministério de Educação) promete expandir esse tipo de mestrado, ainda inexpressivo, no País.
Segundo a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) os cursos de mestrado profissional representam apenas 9,41% das pós-graduações stricto sensu por ela recomendados. Dos 2.793 programas avaliados, 260 são voltados à formação de mestres profissionais. A maior concentração da modalidade está no Sudeste, que mantém 141 opções. Na seqüência aparecem as regiões Sul (55), Nordeste (39), Centro Oeste (18) e, por fim, a Norte (7).
Na opinião do presidente da Câmara de Educação Superior do CNE/MEC (Conselho Nacional de Educação), Paulo Barone, a expansão do mestrado profissional no Brasil foi emperrada pelas fortes influências que a modalidade sofreu dos programas acadêmicos. "O curso não tinha identidade própria. Portanto, não era compreendido por algumas áreas do conhecimento, tais como o Direito e a Educação", relata ele, bastante otimista em relação às novas normas. "Os estímulos previstos tendem, no entanto, a mudar o quadro da modalidade no Brasil", acredita.
Estímulos que, segundo Barone, passam pela flexibilidade na concepção dos mestrados. "Cada comitê de área irá criar as normas de acordo não só com as necessidades científicas e acadêmicas, mas principalmente vinculadas à aproximação das demandas do mercado de trabalho. As especificidades de cada setor serão preservadas", descreve o presidente.
De acordo com o ministro da educação, Fernando Haddad, o viés acadêmico na avaliação será abolido a partir da criação de uma área específica na Capes para analisar o mercado profissional. "Por falta de parâmetros, houve a proliferação de cursos de pós-graduação lato sensu no País que poderiam ser regidos pelas normas do mestrado profissional. O procedimento atrasa a trajetória de muitos profissionais que se vêem obrigados a fazer especialização e, ao decidirem caminhar em direção ao doutorado, necessitam passar pelo mestrado acadêmico", justifica Haddad, em entrevista ao site do ministério.
Apesar da possibilidade de algumas especializações se transformarem em mestrados profissionais, a pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de janeiro), Angela Uller, garante que uma modalidade não substitui a outra. Segundo ela, os cursos lato sensu são feitos para executivos que não têm interesse de seguir para o doutorado ou não têm disponibilidade para dedicação intensiva ao estudo, como exige o mestrado profissional. "São itens distintos no cardápio de formação das instituições de Ensino", compara.
Os ganhos da criação de uma área específica para avaliação dos cursos de mestrado profissional serão mútuos. De um lado, a academia poderá ampliar a interação com o mundo do trabalho. Do outro, os alunos que terão a oportunidade de consolidar a formação e, caso necessário, seguir direto para o doutorado. O Governo, segundo Barone, também terá benefícios. "A iniciativa nos ajudará a alcançar, com vantagem, as metas do plano anual da pós-graduação por meio da ampliação do número de mestres e doutores formados", pontua.
Novas regras
Dentre as principais normas prevista na portaria nº 7, destacam-se as possibilidades de trabalhos de conclusão de curso, que vão além da dissertação. "As alternativas incluem a produção de patentes, registros de propriedades intelectuais, projetos técnicos, publicações tecnológicas, desenvolvimento de aplicativos, materiais didáticos e instrucionais e a produção artística", apresenta o ministro.
Para a coordenadora do Projeto de Mestrado Profissional da ESPM (Escola de Propaganda e Marketing) de Porto Alegre, Iara Silva, a medida aproxima o programa das necessidades do mundo dos negócios. "O objetivo do curso não é produzir ciência, mas conhecimento aplicado, o que pode trazer mudanças para o mercado de trabalho", enfatiza ela que também acredita no aumento da aplicabilidade dos projetos desenvolvidos pelos novos mestres.
A composição do corpo docente é outra novidade. A mudança, de acordo com a coordenadora adjunta do mestrado profissional em Ensino de Ciência e Matemática da PUC-Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Agnela Giusta, representa o alinhamento da finalidade da modalidade com sua avaliação. "Não havia congruência entre esses elementos. Por que, por exemplo, exigir a publicação de artigos científicos se a produção técnica de peso seria muito mais útil para contribuir com a formação desses mestres?", questiona.
As novas regras, no entanto, permitem que o quadro de professores dos mestrados profissionais não seja composto exclusivamente por mestres e doutores, como é exigido nos programas acadêmicos. A formação docente, segundo Haddad, será mista. "Uma fração dos profissionais deverá ter reconhecida experiência profissional e a outra parcela será composta por professores portadores do título de doutor. Mesmo os titulados deverão ter formação específica na área do mestrado profissional", explica.
A medida, a princípio, poderá provocar desconfiança por partes de alguns setores, conforme diz o presidente da Câmara de Educação Superior. "Há pessoas que erroneamente associam a qualidade de um curso com a titulação dos seus docentes", aponta Barone que garante que a formação do corpo-docente dos mestrados profissionais não comprometerá o ensino do programa. "Além disso, a Capes, na função de guardiã, irá resguardar a qualidade de todos os programas stricto sensu brasileiros, inclusive os de mestrado profissional", diz.
Agnela concorda com ele e diz que o doutorado não coincide com competência. "Existem habilidades fora das titulações também. E as instituições precisam ter bom senso para explorar as duas possibilidades de expansão do aprendizado", recomenda. O mestrado profissional deve ter a visão científica dos titulados, mas também precisa dos conhecimentos práticos de um profissional com vasta experiência no mercado de trabalho. "Não quer dizer, no entanto, que esse professor sem titulação seja leigo e não tenha instrução", completa.
Com a diferenciação das regras entre mestrados acadêmicos e profissionais, muitas áreas podem ser beneficiadas. No caso da Saúde, por exemplo, qualificam-se para o oferecimento dos mestrados profissionais os programas de residência médica ou multiprofissional. "A medida irá abreviar a formação dos médicos, que geralmente precisam fazer a residência e, caso queiram optar pela carreira acadêmica, passar pelo mestrado acadêmico e só depois seguir para o doutorado", diz Barone.
O título de mestre obtido nos mestrados profissionais recomendados e avaliados pela Capes e credenciados pelo CNE terão validade nacional. E, de acordo com a portaria, os mestres terão os mesmos direitos concedidos aos portadores da titulação nos cursos de mestrado acadêmico. "A modalidade visa capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional avançada, além de contribuir para o aumento da competitividade e produtividade de empresas, organizações públicas e privadas", explica o pró-reitor de pós-graduação da UFSCar (Universidade de São Carlos), Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira.
Apresentação de propostas
As propostas de cursos de mestrado profissional deverão ser apresentadas à Capes mediante preenchimento do formulário APCN-MP (Aplicativo para Cursos Novos - Mestrado Profissional), disponível no site da agência. O calendário para a submissão dos projetos, referente ao ano acadêmico 2009, já está encerrado. A abertura do próximo processo de avaliação está prevista para dezembro de 2009.
De acordo com Barone, as propostas poderão ser encaminhadas pelas instituições de Ensino - públicas ou privadas -, centros de pesquisas e empresas. Os cursos de mestrado profissional já existentes devem providenciar, ao longo do triênio, as mudanças e atualizações que se mostrem necessárias para adequação ao novo regulamento.
O presidente da Câmara de Educação Superior do CNE acredita que a repercussão da portaria será maior entre os centros de pesquisas e as instituições privadas de Ensino. "A IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) levarão um pouco mais de tempo para atender a essa demanda, principalmente por causa da tradição do mestrado profissional", supõe Barone. "Os verdadeiros reflexos, no entanto, só serão colhidos em médio prazo, assim que os primeiros cursos forem avaliados e os primeiros mestres forem formados", acrescenta.
Exigências para mestrados profissionais
- apresentar estrutura curricular objetiva e enfatizar a articulação entre conhecimento atualizado, domínio da metodologia e aplicação orientada para o campo de atuação profissional;
- ter tempo de titulação de no mínimo um e no máximo dois anos;
- possibilitar a inclusão de atividades curriculares estruturadas das áreas das Ciências Sociais Aplicadas correlatas com o curso, tais como legislação, comunicação, administração e gestão, ciência política e ética;
- conciliar a proposta ao perfil dos candidatos e ao curso;
- ter corpo docente integrado por doutores, profissionais e técnicos com experiência em pesquisa aplicada ao desenvolvimento e à inovação;
- apresentar normas bem definidas de seleção dos docentes responsáveis pela orientação dos alunos;
- comprovar carga horária docente e condições de trabalho compatíveis com as necessidades do curso;
- prever a defesa apropriada na etapa de conclusão do curso;
- prever a exigência de apresentação de trabalho de conclusão de curso, tais como dissertação, revisão sistemática, artigo, patente, registros de propriedade intelectual, projetos técnicos, etc.
Clique aqui e confira a íntegra da Portaria Normativa Nº 7, de 22 de junho de 2009.
Apesar do potencial, EAD ainda não atrai deficientes
Para alunos, modalidade não elimina obstáculos do ensino convencional
Publicado em 13/07/2009 - 13:00
VEJAM MAIS EM : http://www.universia.com.br/ead/materia.jsp?materia=17846
Por Larissa Leiros Baroni
Embora o setor de EAD (educação a distância) tenha crescido 200% nos últimos quatro anos, conforme dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distância, ele ainda não atende aos mais de 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência - o que representa cerca de 14% da população do País. Segundo o censo da Educação Superior de 2007, dos 300 mil alunos da graduação a distância, apenas 137 são portadores de necessidades especiais.
Os maiores beneficiados são os portadores de baixa visão, que representam 38,68% do montante total. Em seguida, aparecem os classificados como deficientes físicos, aqueles com algum tipo de paralisia física (29,19%), cegos (17,51%), deficientes auditivos - casos em que a surdez é parcial (7,29%), surdos (3,64%), deficientes mentais (2,18%), os alunos com múltipla deficiência (0,72%) e aqueles com transtornos globais de desenvolvimento (0,72%). A inserção dos chamados estudantes especiais é maior na região Sudeste do Brasil. Em seguida aparece a região Sul, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, de acordo com o censo 2007, não há nenhum aluno portador de deficiência em cursos superiores a distância.
Alunos portadores de necessidades especiais matriculados em graduações a distância
Brasil
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Total
137
19
0
56
51
11
Surdocegueira
0
0
0
0
0
0
Surdez
5
1
0
0
4
0
Deficiência Auditiva
10
0
0
3
6
1
Cegueira
24
1
0
12
6
5
Baixa Visão
53
1
0
22
30
0
Deficiência Física
40
15
0
16
5
4
Deficiência Múltipla
1
0
0
1
0
0
Deficiência Mental (Intelectual)
3
1
0
2
0
0
Altas Habilidades / Superdotação
0
0
0
0
0
0
Transtornos Globais de Desenvolvimento
1
0
0
0
0
1
Fonte: Censo de 2007 - Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação)Fonte: Censo de 2007 - Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação)
"Os números ainda são inexpressivos se comparado ao potencial da modalidade", garante o presidente da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), Fredric Litto. Para a gestora da CVA-Ricesu (Comunidade Virtual de Aprendizagem - Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior), Rose Mary Almas de Carvalho, a facilidade do acesso às aulas, a ausência de locomoção contínua e as novas tecnologias transformaram a EAD em alternativa para os deficientes brasileiros. "A educação a distância pode aproximar ainda mais esses alunos da formação", acredita ela.
No entanto, ainda são poucos os estudantes que recorrem à EAD. Nos cursos a distância da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da UCG (Universidade Católica de Goiás), por exemplo, não há nenhum aluno portador de deficiência matriculado. De acordo com Sérgio Roberto Franco e Rose Mary, responsáveis pelos departamentos de EAD das respectivas instituições, a ausência desses alunos não está relacionada a normas institucionais.
Mesmo acreditando na força da modalidade para a inclusão dos alunos especiais na graduação, Franco - que também é presidente da Unirede (Universidade Virtual do Brasil - consórcio de 80 instituições públicas de Ensino Superior) - afirma faltar consciência à sociedade brasileira. "São poucos os estudantes que reconhecem a EAD como modalidade de primeira categoria. Principalmente porque, infelizmente, a grande expansão do setor nos últimos anos está associada a baixa qualidade", lamenta ele.
Assim como Franco, Masako Masuda, presidente do Cederj (Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que atende 26.093 universitários - apenas dez deles portadores de necessidades especiais - também acredita na relação entre baixa procura e falta de reconhecimento. Ela acrescenta, porém, a ausência de estratégias institucionais direcionadas a essa população como fator complementar. "Não há políticas que aproximem estudantes com deficiências da EAD. As instituições, em geral, não estão preparadas para dar atendimento integral a eles", afirma ela.
Masako reconhece deficiências no próprio Cederj. "A fundação está se preparando para atender a esses alunos. Oferecemos plataformas que fazem a tradução sonora direta dos materiais escritos. Além disso, oferecemos a Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas aulas presenciais e profissionais de apoio para atender os estudantes com necessidades especiais", diz ela. Masako garante, no entanto, que ainda há muito a ser feito para efetivar a inclusão. "Atendemos da melhor forma possível quem nos procura, mas para que a iniciativa se torne estratégica é preciso avançar muito", admite ela.
As dificuldades são vivenciadas na prática pelo estudante de Pedagogia da Cederj, Silvan Lemos da Costa, 25 anos, que optou casualmente pelo curso a distância. "Como não fui aprovado no sistema presencial, segui esse caminho", conta. Segundo ele, não são poucas as barreiras enfrentadas, mas ele especula que talvez sejam as mesmas do ensino presencial. "Todos os conteúdos são adaptados em áudio, o que dificulta o aprendizado, pois tenho que guardar informações de seis matérias exclusivamente na cabeça", declara ele.
Costa sente falta de materiais em braile para dar suporte aos estudos. "O pólo, por exemplo, não têm impressora especial para braile. Também não há instrutores de informática para auxiliar na utilização dos softwares. Sem contar que o conversor de áudio tem voz aguda e difícil de entender", afirma o estudante. Apesar das dificuldades, o rapaz diz contar com o apoio tanto de tutores como dos colegas de classe.
Previsto em lei
Ainda que o MEC (Ministério da Educação) não mantenha campanhas de inserção de alunos especiais na modalidade a distância, a coordenadora geral de articulação das políticas de inclusão no sistema de ensino da SEESP (Secretaria de Educação Especial), Sinara Pollom Zardo, garante que uma série de medidas resguardam o acesso desses estudantes à modalidade. "A legislação brasileira trabalha nessa direção e obriga as instituições de ensino a dinamizar plataformas, flexibilizar a didática e respeitar as especificidades dos alunos para garantir educação efetiva a todos", declara ela.
Os direitos são assegurados desde 1999, quando foi criada a Portaria nº 1.679. Enquanto para inclusão de deficientes auditivos são necessários intérpretes e dos deficientes visuais, no mínimo, sala de apoio equipada com máquina de datilografia ou computador com impressora braile, no caso dos deficientes físicos é exigida acessibilidade aos pólos presenciais. A obrigatoriedade, segundo Franco, está relacionada ao reconhecimento dos centros de ensino espalhados pelo Brasil. "Rampas de acesso ou elevadores, banheiros adaptáveis e outros fatores que garantem o acesso de portadores de deficiências físicas fazem parte dos pré-requisitos para a autorização do funcionamento dos pólos", diz ele.
Para Litto as melhores universidades brasileiras estão adequadas aos fatores de inclusão social. "Mas ainda há instituições que aprendem a ter atitudes inclusivas", reconhece ele. A grande dificuldade, de acordo com Rose Mary, está na formação de professores e tutores, que não estão preparados para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. "Esse problema não é exclusividade da EAD e também está presente no ensino tradicional", relata a gestora da CVA-Ricesu. "A mudança de cenário depende da formação dos novos professores e da especialização dos profissionais que já estão na academia", sugere ela.
O processo, segundo Sinara, é natural e gradativo, já que demanda transformações culturais tanto das instituições como dos professores. "Transformações que iniciaram com o aumento da procura de deficientes por ensino especializado, o que já é realidade na educação presencial e que naturalmente se transportará também para a EAD", aposta.
Na opinião do presidente da Abed, enquanto a legislação impulsiona a inclusão social no Ensino Superior tradicional, emperra a procura de portadores de necessidades especiais pela modalidade a distância. "A lei brasileira ainda é muito atrasada e exige aulas presenciais também na EAD", critica Litto. Para ele, a obrigatoriedade da locomoção diminui as possibilidades para deficientes.
Sinara não acredita, no entanto, que a obrigatoriedade de aulas presenciais tenha tanta influência no baixo índice de estudantes especiais na EAD. De acordo com ela, a falha está mais associada à questão de acessibilidade tanto da modalidade presencial como no modelo a distância. "Muitos alunos especiais deixam as aulas ao perceber que as instituições não estão preparadas para lhes dar o apoio necessário", revela ela. "Não são as aulas presenciais, mas as condições de acesso ao pólo (que contribuiriam para a evasão de alunos deficientes)", acrescenta.
Publicado em 13/07/2009 - 13:00
VEJAM MAIS EM : http://www.universia.com.br/ead/materia.jsp?materia=17846
Por Larissa Leiros Baroni
Embora o setor de EAD (educação a distância) tenha crescido 200% nos últimos quatro anos, conforme dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distância, ele ainda não atende aos mais de 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência - o que representa cerca de 14% da população do País. Segundo o censo da Educação Superior de 2007, dos 300 mil alunos da graduação a distância, apenas 137 são portadores de necessidades especiais.
Os maiores beneficiados são os portadores de baixa visão, que representam 38,68% do montante total. Em seguida, aparecem os classificados como deficientes físicos, aqueles com algum tipo de paralisia física (29,19%), cegos (17,51%), deficientes auditivos - casos em que a surdez é parcial (7,29%), surdos (3,64%), deficientes mentais (2,18%), os alunos com múltipla deficiência (0,72%) e aqueles com transtornos globais de desenvolvimento (0,72%). A inserção dos chamados estudantes especiais é maior na região Sudeste do Brasil. Em seguida aparece a região Sul, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, de acordo com o censo 2007, não há nenhum aluno portador de deficiência em cursos superiores a distância.
Alunos portadores de necessidades especiais matriculados em graduações a distância
Brasil
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Total
137
19
0
56
51
11
Surdocegueira
0
0
0
0
0
0
Surdez
5
1
0
0
4
0
Deficiência Auditiva
10
0
0
3
6
1
Cegueira
24
1
0
12
6
5
Baixa Visão
53
1
0
22
30
0
Deficiência Física
40
15
0
16
5
4
Deficiência Múltipla
1
0
0
1
0
0
Deficiência Mental (Intelectual)
3
1
0
2
0
0
Altas Habilidades / Superdotação
0
0
0
0
0
0
Transtornos Globais de Desenvolvimento
1
0
0
0
0
1
Fonte: Censo de 2007 - Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação)Fonte: Censo de 2007 - Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação)
"Os números ainda são inexpressivos se comparado ao potencial da modalidade", garante o presidente da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), Fredric Litto. Para a gestora da CVA-Ricesu (Comunidade Virtual de Aprendizagem - Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior), Rose Mary Almas de Carvalho, a facilidade do acesso às aulas, a ausência de locomoção contínua e as novas tecnologias transformaram a EAD em alternativa para os deficientes brasileiros. "A educação a distância pode aproximar ainda mais esses alunos da formação", acredita ela.
No entanto, ainda são poucos os estudantes que recorrem à EAD. Nos cursos a distância da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da UCG (Universidade Católica de Goiás), por exemplo, não há nenhum aluno portador de deficiência matriculado. De acordo com Sérgio Roberto Franco e Rose Mary, responsáveis pelos departamentos de EAD das respectivas instituições, a ausência desses alunos não está relacionada a normas institucionais.
Mesmo acreditando na força da modalidade para a inclusão dos alunos especiais na graduação, Franco - que também é presidente da Unirede (Universidade Virtual do Brasil - consórcio de 80 instituições públicas de Ensino Superior) - afirma faltar consciência à sociedade brasileira. "São poucos os estudantes que reconhecem a EAD como modalidade de primeira categoria. Principalmente porque, infelizmente, a grande expansão do setor nos últimos anos está associada a baixa qualidade", lamenta ele.
Assim como Franco, Masako Masuda, presidente do Cederj (Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que atende 26.093 universitários - apenas dez deles portadores de necessidades especiais - também acredita na relação entre baixa procura e falta de reconhecimento. Ela acrescenta, porém, a ausência de estratégias institucionais direcionadas a essa população como fator complementar. "Não há políticas que aproximem estudantes com deficiências da EAD. As instituições, em geral, não estão preparadas para dar atendimento integral a eles", afirma ela.
Masako reconhece deficiências no próprio Cederj. "A fundação está se preparando para atender a esses alunos. Oferecemos plataformas que fazem a tradução sonora direta dos materiais escritos. Além disso, oferecemos a Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas aulas presenciais e profissionais de apoio para atender os estudantes com necessidades especiais", diz ela. Masako garante, no entanto, que ainda há muito a ser feito para efetivar a inclusão. "Atendemos da melhor forma possível quem nos procura, mas para que a iniciativa se torne estratégica é preciso avançar muito", admite ela.
As dificuldades são vivenciadas na prática pelo estudante de Pedagogia da Cederj, Silvan Lemos da Costa, 25 anos, que optou casualmente pelo curso a distância. "Como não fui aprovado no sistema presencial, segui esse caminho", conta. Segundo ele, não são poucas as barreiras enfrentadas, mas ele especula que talvez sejam as mesmas do ensino presencial. "Todos os conteúdos são adaptados em áudio, o que dificulta o aprendizado, pois tenho que guardar informações de seis matérias exclusivamente na cabeça", declara ele.
Costa sente falta de materiais em braile para dar suporte aos estudos. "O pólo, por exemplo, não têm impressora especial para braile. Também não há instrutores de informática para auxiliar na utilização dos softwares. Sem contar que o conversor de áudio tem voz aguda e difícil de entender", afirma o estudante. Apesar das dificuldades, o rapaz diz contar com o apoio tanto de tutores como dos colegas de classe.
Previsto em lei
Ainda que o MEC (Ministério da Educação) não mantenha campanhas de inserção de alunos especiais na modalidade a distância, a coordenadora geral de articulação das políticas de inclusão no sistema de ensino da SEESP (Secretaria de Educação Especial), Sinara Pollom Zardo, garante que uma série de medidas resguardam o acesso desses estudantes à modalidade. "A legislação brasileira trabalha nessa direção e obriga as instituições de ensino a dinamizar plataformas, flexibilizar a didática e respeitar as especificidades dos alunos para garantir educação efetiva a todos", declara ela.
Os direitos são assegurados desde 1999, quando foi criada a Portaria nº 1.679. Enquanto para inclusão de deficientes auditivos são necessários intérpretes e dos deficientes visuais, no mínimo, sala de apoio equipada com máquina de datilografia ou computador com impressora braile, no caso dos deficientes físicos é exigida acessibilidade aos pólos presenciais. A obrigatoriedade, segundo Franco, está relacionada ao reconhecimento dos centros de ensino espalhados pelo Brasil. "Rampas de acesso ou elevadores, banheiros adaptáveis e outros fatores que garantem o acesso de portadores de deficiências físicas fazem parte dos pré-requisitos para a autorização do funcionamento dos pólos", diz ele.
Para Litto as melhores universidades brasileiras estão adequadas aos fatores de inclusão social. "Mas ainda há instituições que aprendem a ter atitudes inclusivas", reconhece ele. A grande dificuldade, de acordo com Rose Mary, está na formação de professores e tutores, que não estão preparados para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. "Esse problema não é exclusividade da EAD e também está presente no ensino tradicional", relata a gestora da CVA-Ricesu. "A mudança de cenário depende da formação dos novos professores e da especialização dos profissionais que já estão na academia", sugere ela.
O processo, segundo Sinara, é natural e gradativo, já que demanda transformações culturais tanto das instituições como dos professores. "Transformações que iniciaram com o aumento da procura de deficientes por ensino especializado, o que já é realidade na educação presencial e que naturalmente se transportará também para a EAD", aposta.
Na opinião do presidente da Abed, enquanto a legislação impulsiona a inclusão social no Ensino Superior tradicional, emperra a procura de portadores de necessidades especiais pela modalidade a distância. "A lei brasileira ainda é muito atrasada e exige aulas presenciais também na EAD", critica Litto. Para ele, a obrigatoriedade da locomoção diminui as possibilidades para deficientes.
Sinara não acredita, no entanto, que a obrigatoriedade de aulas presenciais tenha tanta influência no baixo índice de estudantes especiais na EAD. De acordo com ela, a falha está mais associada à questão de acessibilidade tanto da modalidade presencial como no modelo a distância. "Muitos alunos especiais deixam as aulas ao perceber que as instituições não estão preparadas para lhes dar o apoio necessário", revela ela. "Não são as aulas presenciais, mas as condições de acesso ao pólo (que contribuiriam para a evasão de alunos deficientes)", acrescenta.
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