Eleita melhor jogadora do campeonato mundial do esporte, Inge Huitzing oferece palestras e treinamentos em três unidades do GEO
Inge Huitzing apresenta o basquetebol em cadeira de rodas no GEO Félix Mieli Venerando (Foto: André Redlich/Comitê Rio 2016)
O Comitê Olímpico da Holanda realiza nesta semana sua quinta visita ao Rio de Janeiro como parte de um intercâmbio entre o país e o projeto municipal Ginásio Experimental Olímpico (GEO), que reúne escolas de tempo integral com intensa educação esportiva. A jogadora de basquetebol em cadeira de rodas Inge Huitzing, um dos principais nomes da seleção holandesa, é a estrela da comitiva, que nesta terça-feira (12) esteve no GEO Félix Mieli Venerando (Caju), nesta quarta-feira no Dr. Sócrates (Pedra de Guaratiba) e amanhã estará no Juan Antonio Samaranch (Santa Teresa).
“Estou adorando, é ótimo poder sentir a alegria das crianças e passar mensagens de coletividade e superação”, disse Inge, que defendeu a Holanda nos Jogos Paralímpicos Pequim 2008 e Londres 2012, onde conquistou a medalha de bronze.
Inge não tem deficiência, mas mobilidade reduzida. Ela chegou a integrar a seleção nacional de basquetebol, mas seguidas lesões nos joelhos (principalmente o esquerdo, operado três vezes) a levaram a competir no esporte em cadeira de rodas. A atleta consegue ficar em pé, mas, em média, não mais que 15 minutos, evitando caminhar longas distâncias. Apesar do problema nos joelhos, Inge obteve conquistas importantes na nova modalidade, sendo eleita a melhor jogadora do último Campeonato Mundial Feminino de Basquetebol em Cadeira de Rodas.
“Demorou um tempo para me adaptar, mas hoje é normal. É a mesma reação que vejo nos alunos; eles estranham no começo, mas depois tudo vira motivo de diversão”, conta Inge, que, além de conduzir práticas de basquetebol junto às crianças, também conversou com a coordenação da escola sobre os desafios da educação física.
Na última ação do intercâmbio, em novembro de 2014, a Holanda trouxe ao Rio atleta Marlou van Rhijn, velocista campeã Paralímpica e bicampeã mundial. Agora, além da equipe esportiva, a comitiva contou com membros da área acadêmica: a Universidade de Utrecht enviou um professor e duas alunas para estudarem a importância do esporte como fator de transformação social.
“Pode parecer surpreendente, mas percebo os alunos daqui mais disciplinados do que as turmas da mesma idade na Holanda. As crianças levam a sério o que é dito pelos atletas e se aplicam nos exercícios. Como resultado, os atletas também se envolvem ainda mais no processo e conseguem se divertir numa situação que, a princípio, poderia ser difícil, que é a comunicação com crianças que não falam a sua língua”, explicou Frank van Eekeren, professor do curso de Políticas Governamentais de Utrecht, enquanto apontava para a quadra do GEO onde a técnica da seleção holandesa de basquetebol em cadeira de rodas, Irene Slooff, orientava cerca de 20 alunos numa atividade.
“Eu adoro basquetebol, mas nunca tinha visto alguém jogando em cadeira de rodas. É bem diferente, mas foi muito legal. Agora quero ver nos Jogos Paralímpicos”, contou a estudante Kaylane Vitória, de 12 anos, ela própria uma aspirante a atleta:
“Disputei o último Estadual de Luta Olímpica (juvenil; categoria entre 59kg e 63kg) no ano passado e fiquei em 2º. Agora estou treinando para ficar em 1º!”, diz Kaylane, já comemorando, sorridente.
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