sexta-feira, 12 de abril de 2013

Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, é reprovado em acessibilidade



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Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, é reprovado em acessibilidade

Fonte: O Globo
Foto. Karen (à esquerda) e Linda no Maracanãzinho: de olho na inclusão O Globo / Marcos Tristão  Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/aeroporto-internacional-tom-jobim-reprovado-em-acessibilidade-8063327#ixzz2Pzhar68S  © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
RIO – A chegada ao Rio, semana passada, de uma delegação de especialistas em acessibilidade vinda de Chicago — considerada uma das cidades mais acessíveis do mundo — começou com uma aula sobre como fazer um aeroporto pouco amigável para pessoas com deficiência. No desembarque, os quatro cadeirantes do grupo se depararam com um elevador que comportava apenas uma cadeira de rodas por vez, poucos banheiros adaptados e falta de sinalização.
Considerando que em 2016 desembarcarão no Aeroporto Internacional Tom Jobim cerca de 4.200 atletas paralímpicos — dos quais metade é usuária de cadeira de rodas —, a delegação considerou que é fundamental fazer mudanças até lá.
Karen Tamley, cadeirante e comissária do Escritório Para a Pessoa com Deficiência da prefeitura de Chicago desde 2005, lembrou que o aeroporto é o lugar onde se tem a primeira impressão da cidade:
— Quando acontecerem os Jogos Paralímpicos, serão centenas e centenas de pessoas desembarcando com cadeiras de rodas e precisando do acesso ao elevador. Com vários voos chegando ao mesmo tempo, se formará uma fila enorme para usá-lo. Isso gerou comentários no nosso grupo.
Já a advogada e ex-atleta paralímpica Linda Mastandrea, que também usa uma cadeira de rodas, sentiu falta de uma sinalização melhor indicando o caminho mais acessível:
— Se não tivéssemos alguém nos guiando pelo aeroporto, acho que seria difícil encontrar o caminho até o elevador e a saída.
A delegação veio ao Rio como parte de um programa de intercâmbio, “Os esportes e a pessoa com deficiência”, promovido pela organização WorldChicago. Na cidade, o grupo visitou lugares como a Vila Olímpica do Complexo do Alemão, o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e o Maracanãzinho, onde se reuniu com o secretário estadual de Esporte e Lazer, André Lazaroni.
Karen e Linda comentaram a possibilidade de aproveitar a preparação olímpica para tornar as cidades mais acessíveis e inclusivas. Segundo Karen, o tripé básico é oferecer transporte público adaptado, ruas e calçadas amigáveis para pessoas com deficiência, além de garantia de acesso aos espaços públicos, como museus, parques e restaurantes. Nesse sentido, a cidade que cumpriu melhor a tarefa, na opinião delas, foi Barcelona.
— Muitas cidades trabalharam no passado recente para melhorar a vida das pessoas com deficiência durante os Jogos e depois. Mas Barcelona foi o primeiro exemplo de real melhora na acessibilidade física da cidade, das atrações turísticas, dos transportes, da praia — diz Linda.
Críticas aos Jogos na China
Quanto a experiências negativas em sedes dos Jogos, Karen e Linda criticaram o excesso de instalações temporárias das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Para elas, ao fim do evento, as pessoas com deficiência “foram colocadas de volta em casa”.
Em 2007, Chicago, que perdeu a disputa com o Rio para sediar os Jogos, recebeu o prêmio Accessible America Award, da National Organization on Disability (Organização Nacional da Deficiência). A cidade tem 100% de sua frota de ônibus adaptada para toda forma de deficiência, além de serviços como aluguel de bicicletas adaptadas e telefones amplificados para moradores com dificuldades auditivas. No Rio, a promessa é ter a frota de ônibus totalmente adaptada até o segundo semestre de 2014.
Já no Aeroporto Internacional, abril de 2014 é o prazo para conclusão das obras nos terminais 1 e 2 que, segundo sua assessoria, “incluem intervenções que facilitarão o trânsito de pessoas com deficiência (…), como a instalação de piso tátil, balcões de check-in acessíveis e balcões de atendimento com posições de acessibilidade”, além de mais banheiros adaptados. Serão ainda adquiridas oito plataformas elevatórias para acessibilidade.

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