sábado, 12 de dezembro de 2009

Natação Paraolimpica em piscina curta - Rio de Janeiro



Brasil em alto nível
Campeonato Mundial de Natação no RJ


Crédito: Saulo Cruz

Comandados pela dupla Andre Brasil e Daniel Dias, o Brasil terminou o Campeonato Mundial Paraolímpico em Piscina Curta, no Parque Aquático Julio Delamare, com 44 medalhas no total, sendo 20 de ouro. Para manter a tradição, Daniel (S5) e Andre (S10) venceram e bateram recordes mundiais em suas provas individuais neste sábado, último dia de competições, mas a vitória mais emocionante foi de Carlos Farremberg, o Carlão, nos 100m livre na classe S13, para deficientes visuais.

Ao final de sete dias de provas, o Brasil terminou em quarto lugar no quadro de medalhas, empatados em número de ouros com os Estados Unidos.

A Rússia ficou em primeiro, com 52 medalhas (34 ouros, 12 pratas e seis bronzes), seguida por Austrália, com 55 (23 ouros, 18 pratas e 14 bronzes), Estados Unidos, com 51 (20 ouros, 20 pratas e 11 bronzes) e Brasil, com 44 (20 ouros, 10 pratas e 14 bronzes).

No último Mundial de piscina de 50 metros, em 2005, o Brasil ficara na quinta colocação.

Na prova mais emocionante do dia, com direito a muita vibração e choro da família na torcida, Carlão assumiu a liderança nos últimos cinqüenta metros e ainda bateu o recorde mundial, com o tempo de 53s52.

"Quando saí da piscina ouvi que tinha ficado em terceiro, depois do anúncio oficial percebi que tinha ganhado e batido o recorde. Ainda não caiu a ficha. É a primeira vez que quebro um recorde mundial, disse Carlão, muito emocionado, abraçado pelo pai Ernest, a mãe Maria Lúcia e mulher Tatiana".

Daniel Dias e Andre Brasil cumpriram exatamente o que prometeram: venceram e bateram recordes mundiais em todas as provas que disputaram, sendo responsáveis por 15 medalhas de ouro. Daniel terminou a competição com oito ouros, enquanto Andre conquistou sete. Neste sábado, quem vibrou primeiro foi Daniel, vencendo os 200m livre, com o tempo de 2m29s85, na segunda prova do programa. Andre, por sua vez, não deu chances aos adversários nos 100m livre, estabelecendo a nova marca para a distância com 48s70.

“O campeonato foi fantástico em todos os aspectos, e o Brasil muito bem. Terminei esta prova muito cansado, mas depois de sete dias de competição, nadando todo dia, não tinha outra forma. Mesmo assim estou muito feliz com o tempo e com o recorde nesta prova”, disse Daniel, que entre todas vitórias elegeu a dos 100m peito como a mais gratificante. “Teve um gosto especial por ter me dado a oportunidade de vencer o espanhol que me derrotara em Pequim. Foi uma prova especial."

“Estou satisfeito porque consegui alcançar meu objetivo em termos de vitórias, mesmo assim, a satisfação não foi total, pois nos 50m e nos 100m livre eu queria ter feito tempos ainda melhores. Neste último dia eu sabia que o maior adversário seria o cansaço. Entre eliminatórias e finais, entrei na água 16 vezes”, disse Andre, que chegou a passar mal no final das competições neste sábado.

Murilo Barreto, treinador da seleção brasileira, também comemorou o resultado:

“Foi muito além do imaginávamos. Creio que por ser no Brasil, com apoio da família e da torcida, os atletas se superaram. É importante destacar a preparação que foi feita durante todo o ano, essencial para termos os resultados que vimos aqui."

Para Marcos Malafaia, presidente do Instituto Superar e do Comitê Organizador, o Mundial foi um divisor de águas no esporte paraolímpico brasileiro:

“O Mundial foi uma realização histórica para o esporte paraolímpico brasileiro e alcançou todos os nossos objetivos. A partir de hoje existe um novo parâmetro para eventos paraolímpicos no Brasil. Alcançamos nossos objetivos de qualidade tanto na parte técnica, para atletas e participantes, quanto para público e convidados. Queremos que outras competições aconteçam na cidade.”

Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro e membro do Comitê Executivo do Comitê Paraolímpico Internacional, acredita que o Mundial é uma boa sinalização para os Jogos Paraolímpicos de 2016.

“É uma grande satisfação, poucas semanas depois de o Rio ganhar a disputa pela sede dos Jogos de 2016, ter a certeza de que podemos entregar um evento de altíssimo nível. Foi um excelente primeiro passo rumo a 2016”.

Das 21 finais disputadas no último dia do Mundial Paraolímpico de Natação apenas em uma prova, o 200 metros medley feminino classe SM13, não houve quebra de recorde mundial.

Os nadadores que mais contribuíram para este feito foram os australianos. O país, que disputava a terceira posição no quadro de medalhas com o Brasil, faturou seis medalhas de ouro - com cinco recordes mundiais: no revezamento 4x100m Medley - Masculino 34 pontos; nos 100 metros peito masculino, classe SB7; nos 100 metros livre masculino, classe S9; nos 50 metros borboleta masculino, classe S7 e nos 200 metros medley masculino, classe SM8; além de três pratas e um bronze.

Com esse desempenho, a Austrália assegurou a segunda colocação no quadro de medalhas com 23 ouros, 18 pratas e 14 bronzes.

Outros países que se destacaram neste sábado foram a Grã-Bretanha com quatro ouros, duas pratas e três bronzes e a Rússia com quatro ouros, cinco pratas e dois bronzes.

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