domingo, 31 de maio de 2009

Psicologia/Profissão - Profissionais aprendem com palhaços

A psicóloga Morgana Masseti, coordenadora do Centro de Estudos "Doutores da Alegria", avaliou a influência do grupo de palhaços sobre os profissionais de saúde em sua tese de mestrado e verificou que médicos e enfermeiras tornaram-se mais abertos ao conviverem com os "clowns".

Os profissionais de saúde são estimulados a brincar e levar alegria
para os pacientes, abrindo uma conexão com seu lado emocional. "Eles
percebem que podem tentar outra abordagem do paciente", afirma a psicóloga.

Os palhaços são vistos como pessoas que mudam a rotina do hospital,
afirma a psicóloga na tese. "Depois deles, pudemos pintar a parede,
fazer um monte de coisas que não podíamos fazer antes", disse
um médico no estudo.

O grupo, formado por atores especializados no teatro "clown" (mágica,
malabarismo, mímica, improvisação e música), é
pioneiro na aplicação do humor como recurso para auxiliar crianças
a superar o trauma de internações.

Especialista em psicologia hospitalar, Morgana reuniu um grupo de palhaços
e profissionais de saúde e colheu seus depoimentos, bases para o trabalho,
cujo título é "Boas Misturas". Em um primeiro estudo,
o "Soluções de Palhaço", já havia verificado
a melhora dos pacientes depois da atuação dos "Doutores da
Alegria".

Para Morgana, o principal problema dos profissionais de saúde está
em não valorizar pequenas ações que nada têm a ver
com a técnica médica, mas que podem ajudar o paciente . "Uma
série de problemas que ocorrem no hospital, como depressão, tem
relação com nossa incapacidade de estabelecer uma relação
com o paciente."

Hoje, os "Doutores da Alegria" dão cursos para residentes de
pediatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Fonte: Folha de SP, Caderno cotidiano,São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2001

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