Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
sexta-feira, 29 de maio de 2009
O que é Audição
http://www.dislexiadeleitura.com.br/artigos.php?codigo=41
Para conseguirmos ouvir necessitamos da integridade de todas as estruturas do no sistema auditivo. As estruturas envolvidas no processo da audição são didaticamente divididas em três grupos, o ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.
1- O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular e o canal auditivo.
2- O ouvido médio é formado pela membrana timpânica e, a cadeia ossicular ( martelo, bigorna e estribo).
3- O ouvido interno é composto pela cóclea e os canais semicirculares.
Como ouvimos os sons?
O pavilhão auricular é responsável por captar os sons provenientes do ambiente, que são conduzidos pelo canal auditivo até chegar a membrana timpânica. O tímpano recebe então esta vibração vinda das ondas sonoras e, a transmite aos ossículos, movendo o martelo que faz vibrar a bigorna e por sua vez vibra o estribo. O estribo está anatomicamente ligado à cóclea pela janela oval (pequeno orifício), que lhe transmite o sinal elétrico. A cóclea está conectada ao nervo vestíbulo-coclear, VIII par craniano, que envia a este o impulso nervoso. O impulso nervoso é conduzido ao centro de audição do córtex cerebral, que é responsável por interpretar estes sinais nervosos.
O que é Processamento Auditivo Central (PAC)?
“Processamento auditivo se refere aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir.”
É o processo de decodificação das ondas sonoras desde a orelha externa até o córtex cerebral, ou seja, a capacidade de analisar, associar e interpretar as informações sonoras que nos chegam pelo sentido da audição.
Quais são as habilidades auditivas centrais testadas?
Como ainda não conseguimos identificar com detalhes como o sistema auditivo realiza o processamento auditivo, identificamos algumas habilidades que devem ser testadas:
Atenção seletiva: é a capacidade de selecionar estímulos, é avaliado através de estímulos verbais de escrita dicótica.
Detecção do som: é a capacidade de perceber, identificar a presença de um som , é avaliado através de audiometria , discriminação vocal , timpanometria e pesquisa de reflexo.
Sensação sonora: é quando um estímulo é recebido pelo sentido da audição , é quando o indivíduo tem a sensação se o som é alto ou baixo , forte ou fraco ,longo ou curto.
Discriminação: é o processo de detectar diferenças entre os estímulos sonoros.
Localização: é saber local da origem do som, é avaliado através da localização sonora em cinco direções.
Reconhecimento: requer aprendizado, é avaliado através de logoaudiometria pediátrica, para o reconhecimento de frases na presença de mensagem.
Compreensão: dar significado ao som escutado.
Memória: arquivar informações e recuperá-las quando houver necessidade , é avaliado através de memória seqüencial para sons verbais (pa ,ta, ca) e não verbais (guizo, coco, sino, agogô).
O que é um distúrbio do processamento Auditivo Central (DPAC)?
“É uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas”; mesmo com audição normal, é totalmente diferente de perda auditiva. Em geral encontra-se associado a dificuldades de aprendizagem.
Crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem tem dificuldades em vários aspectos do processamento auditivo lingüístico e apresentam falhas cognitivas .É possível que comprometimentos lingüísticos ou cognitivos possam ser resultantes de problemas perceptuais.
Sintomas do Distúrbio do processamento Central Auditivo (DPAC):
- Apresenta dificuldade em manter atenção aos sons;
- Dificuldade em escutar em ambientes ruidosos;
- Dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita;
- Dificuldade em compreender o que lê;
- Necessidade de ser chamado várias vezes ("parece" não escutar);
- Não entende o que foi dito;
- Solicita com freqüência a repetição das informações: Ah? O quê? Pode repetir?
- Dificuldade em entender expressões com duplo sentido ou piadas ou idéias abstratas;
- Dificuldade ao dar um recado ou contar uma história;
- Problemas de memória para nomes, datas, números e etc;
- Dificuldade em acompanhar uma conversa, aula ou palestra com outras pessoas falando ao mesmo tempo;
- Problemas de fala (troca /L/R/S/E/CH/), principalmente os sons /R/ e /L/;
- Alterações de pronúncia;
- Dificuldade em localizar a origem dos sons.
- Dificuldades com o significado das palavras;
- Inversões de letras;
-Dificuldade em associar letras do alfabeto com seus respectivos sons;
- Rendimento escolar Inferior em leitura, gramática, ortografia, matemática;
- Dificuldade em aprender uma língua estrangeira.
O que pode causar o DPAC?
- Genética, um grande número de casos é hereditário, pais e filhos apresentam características semelhantes;
- Otites freqüentes durante os 3 (três) primeiros anos de vida (Processos alérgicos respiratórios, tais como sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão comumente associados);
- Permanência em UTI-Neonatal por mais de 48 horas;
- Experiências auditivas insuficientes durante a 1ª infância.
Os sintomas comportamentais de crianças encaminhadas para a avaliação do PAC:
Crianças com alteração de comportamento, de atenção e dificuldades auditivas não orgânicas.
Crianças com suspeita de distúrbio de aprendizagem, cuja queixa é apresentada pelos pais ou professores.
Crianças encaminhadas por apresentarem distúrbio de comportamento social.
Laura Niquini de Faria Fonoaudióloga do Hospital de Olhos -CRFa. 6143/MG
Referências Bibliográficas:
1 CIASCA, S. M. (org.) Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, 220p.
2 MÖOJEN, S. M. P. Caracterizando os Transtornos de Aprendizagem. In: BASSOLS, A. M. S. e col. Saúde mental na escola: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.
3 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
4 http://www.nimh.nih.gov/publicat/learndis.htm
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