sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Brasil financia tecnologia para pessoas com deficiência

Pesquisa científica

Com apoio do MCTI, grupos em universidades criam equipamentos que ampliam habilidades funcionais da pessoa com deficiência
por Portal BrasilPublicado24/09/2015 08h34Última modificação24/09/2015 19h03
Foto: Iano Andrade/Portal BrasilO Professor Dr. Emerson Fachin Martins (à direita) coordena o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação (NTAAI) da UnB
O Professor Dr. Emerson Fachin Martins (à direita) coordena o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação (NTAAI) da UnB
O Brasil tem, segundo dados doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de habitantes com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental. Mas a rotina desses brasileiros pode ser melhorada com o uso da tecnologia assistiva (TA), como são chamados os equipamentos, recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais da pessoa com deficiência. 
Parte da tecnologia assistiva desenvolvida no Brasil é resultado de pesquisas financiadas pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e órgãos e instituições parceiras. Dentro desse contexto, foram catalogados mais de 1.500 produtos tecnológicos nos últimos anos.
Atualmente, o MCTI, o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) custeiam 71 grupos de pesquisa em Tecnologia Assistiva.
Juntos, os dois primeiros editais para tecnologia assistiva somam R$ 40 milhões, sendo que um deles distribuiu bolsas para mestrandos e doutorandos em 45 instituições de pesquisa e ensino superior.
Agora, um terceiro edital, que será lançado até o final de 2015, contará com aporte de R$ 25 milhões. “Será priorizado na seleção quem tiver produtos em desenvolvimento”, adianta Eron Bezerra, Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis/MCTI).
“Não se trata de um assunto marginal, que diz respeito a uma camada minoritária da população”, reforça o secretário sobre a importância do desenvolvimento em assistividade. Tanto que, em julho, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que visa a igualdade de condições e direitos.
Laboratório
Na Universidade de Brasília (UnB) pode ser encontrado um dos grupos contemplados por edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-MCTI) para a consolidação de Núcleos em Tecnologia Assistiva.
Coordenado pelo Professor Dr. Emerson Fachin Martins, o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação (NTAAI) é formado por estudantes de diferentes cursos que trabalham numa série de projetos.
Na avaliação do professor, graduado em fisioterapia e com mestrado e doutorado em neurociência, o Brasil tem grande potencial de crescer em Tecnologia Assistiva. “O que temos de melhor é a criatividade e a determinação dos pesquisadores brasileiros”, afirma.
Entres os desafios, conta Emerson, está fazer a manutenção das atividades. “Temos que captar recursos e administrar a gestão para garantir os trabalhos de pesquisa.”
Outra questão é fazer com que essa tecnologia saia dos laboratórios das universidades e chegue às pessoas. “Precisamos de mais parcerias com as indústrias, são elas que transformam os projetos em produtos disponíveis no mercado”, comenta.
Uma das próximas iniciativas da Secretária de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social é um seminário, em Brasília, que será realizado entre 23 e 26 de novembro, com local ainda não definido.
“Será uma oportunidade de os pesquisadores se encontrarem e a sociedade conhecer os projetos e produtos que estão sendo desenvolvidos pelos contemplados nos editais”, comenta Eron Bezerra.
Também até o final do ano, será realizada reunião do Comitê Internacional de Tecnologia Assistiva, grupo comandado pela Secis e integrado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pelos ministérios da Saúde, da Educação, da Fazenda, do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior e do Planejamento, Orçamento e Gestão.

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