domingo, 24 de novembro de 2013

Fãs de Jordan superam deficiência e vencem na vida através do basquete

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Pernambucanos Glebe e Luciano, da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, se preparam para encarar o México, em Petrópolis, pelo Desafio Internacional

Por Rio de Janeiro
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Eles transformaram a deficiência em combustível para a superação. Glebe Candido e Luciano Felipe da Silva nasceram em Pernambuco e são fãs do ex-jogador de basquete Michael Jordan. Por causas diferentes, tiveram histórias de vida parecidas. Glebe foi vítima de paralisia infantil, gerada por uma poliomielite, aos nove meses de idade, que o deixou com a perna direita atrofiada. Luciano teve que amputar parte de sua perna direita devido a um câncer no tornozelo, quando tinha 20 anos. 
Hoje, Glebe e Luciano são jogadores da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Com as mãos, construíram uma vitoriosa trajetória no esporte. E na vida. Neste sábado, eles voltam a vestir o verde e amarelo. O compromisso é contra a seleção do México, no Desafio Internacional, às 11h, no ginásio da Universidade Católica de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, em duelo que terá transmissão do SporTV.
Luciano Felipe da Silva basquete em cadeira de rodas (Foto: Reprodução Facebook Luciano Felipe da Silva)Luciano arremessa em partida dos Jogos Parapanamericanos de Guadalajara, no México, em 2011
(Foto: Reprodução Facebook)

As câmeras, aliás, não serão uma novidade para Glebe, que já fez uma participação na novela “Malhação”, da TV Globo, em que intepretava um personagem que ajudava o protagonista a lidar com a deficiência.
Glebe Candido, da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, com Leandrinho (Foto: Reprodução / Facebook )Glebe posa sorridente com Leandrinho 
(Foto: Reprodução / Facebook )
- Eu fazia um atleta que não se sentia inferior às pessoas que podem andar – contou Glebe.
Aos 35 anos, ele defende o clube paulista Magic Hands. No dia a dia, a maior dificuldade é a locomoção pela cidade de São Paulo, onde mora.
- Há poucos ônibus adaptados, e as calçadas não têm rampas.
O armador da seleção é cadeirante por opção, já que consegue andar com muletas.
- Quando cheguei a São Paulo, fui fazer um teste físico e decidi ir de muletas. Peguei o metrô no horário de pico e foi uma experiência ruim. Não tinha espaço no chão para apoiar a muleta, de tão cheio que estava. Desde então, decidi passar a usar a cadeira. As pessoas respeitam mais. Para mim, é mais prático andar com a cadeira pela cidade – contou Glebe.
Já para Luciano, que usa uma prótese, o principal problema após a cirurgia foi outro.
- No início, foi difícil porque tive que lutar contra meu próprio preconceito. Não sabia como as pessoas reagiriam, mas eu tenho cabeça boa e estou superando isso – disse o jogador, de 34 anos.
O pai de João Felipe, de seis anos, sonha participar das Paralimpíadas, no Rio de Janeiro, em 2016. Para ele, porém, a medalha de ouro já foi alcançada.
- A maior conquista é estar no esporte, o que mudou para melhor o modo de enxergar a vida – disse o pivô, que atua no Águias, de São Paulo, clube pelo qual tem quatro títulos nacionais.
REENCONTRO
 Luciano Felipe da Silva, basquete em cadeira de rodas (Foto: Divulgação)Luciano com a camisa preta, do Águias
(Foto: Divulgação)
Na Copa América deste ano, em Bogotá, na Colômbia, o Brasil bateu o México no jogo de estreia, por 79 a 76. O oponente, no entanto, acabou levando a melhor e terminou a competição em terceiro lugar, garantindo a vaga para o Mundial da Turquia, em 2014. Já o Brasil ficou em quinto e aguarda um convite da Federação Internacional para disputar a competição do ano que vem. Apenas os quatro primeiros garantiram a vaga.
Glebe está empolgado para a partida deste sábado.
- Estou animado para esse jogo, porque o México é uma seleção que tem nos incomodado. Apesar de termos vencido em Bogotá, perdemos para eles na mesma competição há dois anos. E agora eles também se classificaram para o Mundial de 2014.

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