sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ATRASO NA LINGUAGEM - CONHEÇA UM POUCO


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Linguagem e seu desenvolvimento

A CRIANÇA COM PROBLEMAS NA LINGUAGEM

O que é a linguagem?

A linguagem é um instrumento utilizado para a comunicação que consiste num conjunto de símbolos, combinados de forma sistemática e orientado para armazenar e trocar informações.

Como ocorre o desenvolvimento da linguagem?

O desenvolvimento desta complexa função, ocorre espontaneamente e por etapas, existindo diferenças nas velocidades e estilos de aquisição, bem como nas diferentes culturas e línguas.

O recém nascido apresenta já capacidade para descriminar sequências de sons, distinguir a voz da mãe e o idioma materno de outro idioma. Ao longo do 1º ano de vida a criança começa a emitir vocalizações, diferentes do grito ou choro, posteriormente diz sà labas simples ou repetidas e, mais tarde, palavras já perceptà veis e com significado. Surge, depois, a combinação de 2 ou mais palavras formando frases. Durante o processo de desenvolvimento, em regra, a compreensão precede a expressão, isto é, uma criança compreende uma palavra alguns meses antes de a dizer. Durante a infância ocorre um aperfeiçoamento da articulação das palavras e da estrutura gramatical das frases, e ao longo de toda a vida um alargamento do vocabulário.

Para o desenvolvimento da linguagem é necessário que a criança tenha um nível cognitivo adequado, a audição mantida, o aparelho fonatório (estruturas envolvidas na fala) à ntegro, seja convenientemente estimulada e tenha vontade de comunicar. Deste modo é de esperar que uma criança com um atraso de desenvolvimento, surda, com paralisia cerebral, autismo ou um ambiente pouco estimulante possa apresentar uma alteração da linguagem.

Como distinguir problemas da linguagem e da fala?

É importante distinguir os problemas da linguagem, daqueles que dizem respeito à fala, isto é, os aspectos mecânicos da produção das palavras, como o ritmo do discurso ou a articulação das palavras. Na gaguez existe um comprometimento do ritmo do discurso, podendo estar presente em crianças com 3-4 anos de idade. As alterações da articulação das palavras, como omissão ou troca de sons, prejudicam a inteligibilidade. Muitas crianças apresentam erros articulatórios, porém, por volta dos 5-6 anos eles desaparecem.

As alterações da fala e da linguagem são as perturbações do desenvolvimento mais frequentes nas crianças em idade pré-escolar. O atraso ou perturbação da linguagem atingem cerca de 5-10% das crianças nessa faixa etária. Utiliza-se o termo Atraso de Linguagem quando a aquisição se faz de forma tà pica, embora mais tarde do que a idade habitual para cada etapa. A expressão Perturbação Especà fica do Desenvolvimento da Linguagem (PEDL) fica reservada para a situação em que este se processa de modo atà pico e não é devida às situações acima referidas, uma vez que estão assegurados os pré-requisitos necessários.
Existem ainda situações mais raras, em que há uma regressão da linguagem e a criança perde capacidades que já tinha previamente adquirido.

Quais as causas dos problemas da linguagem?


Entre as causas mais frequentes de Atraso da Linguagem encontram-se o défice de audição, o atraso de desenvolvimento, a prematuridade, o autismo e a falta de estimulação. Noutras circunstância pode ocorrer o chamado mutismo selectivo, em que a criança só fala em determinados ambientes, por exemplo não fala na escola e comunica normalmente em casa.
Por outro lado, as PEDLs são essencialmente devidas a factores genéticos, tal como foi demonstrado em estudos efectuados em gémeos. Perante o mesmo ambiente familiar, nos gémeos verdadeiros (monozigóticos – têm os mesmos genes) se um deles tem PEDL, a probabilidade de o irmão também ter é de 100%, enquanto que nos gémeos falsos (dizigóticos – têm genes diferentes) é de 50%. Estas perturbações não resultam de lesões visà veis na estrutura do cérebro, mas no modo de funcionamento dos circuitos cerebrais que envolvem as áreas da linguagem.
A regressão da linguagem pode ser causada por uma doença metabólica ou um tumor no Sistema Nervoso Central, um sà ndrome epiléptico especà fico denominado Landau-Kleffner ou determinados quadros de autismo.

Quando suspeitar de um problema na linguagem?
São considerados sinais de alarme no desenvolvimento da linguagem, que merecem a referência a um centro diferenciado / consulta de Desenvolvimento ou Neuropediatria:

não palrar consoante / vogal aos 8 meses e não apontar aos 12 meses
não dizer nenhuma palavra aos 16 meses, não fazer expressões de 2 palavras aos 2 anos e não construir frases aos 3 anos
linguagem incompreensà vel para os pais aos 2 anos e para estranhos aos 3 anos
“falar por falar” e não “para comunicar” aos 2 anos
não contar uma história aos 3 anos
defeitos na articulação das palavras aos 6 anos
suspeita de regressão da linguagem em qualquer idade
Quando se coloca a hipótese de perturbação da linguagem deve ser realizada uma avaliação da audição, nà vel cognitivo, desenvolvimento da linguagem e motor, integração social e comunicação. Raramente é necessário efectuar exames de diagnóstico como TAC, Ressonância magnética ou EEG, excepto se há história de epilepsia, regressão da linguagem ou alterações no exame neurológico.
Perante uma criança com menos de 3 anos, que tenha um atraso na linguagem, com bom desenvolvimento psicomotor, uma boa compreensão verbal, boas capacidades comunicativas e uma história familiar de aquisição tardia, pode ser mantida uma atitude de mera vigilância sem necessidade de intervenção imediata.

Qual deve ser a intervenção?

Não existem medicamentos para estas situações e a intervenção deve ser multidisciplinar e adaptada a cada criança. Consiste na reeducação e treino em terapia da fala e num enquadramento escolar adequado. Sempre que necessário deve-se recorrer a técnicas de comunicação total e linguagem gestual, na medida em que facilitam a linguagem oral e não prejudicam o seu desenvolvimento.
É fundamental prevenir e tratar os problemas emocionais e o isolamento associados a este tipo de perturbações.
Qual é o prognóstico?

O prognóstico das PEDLs é muito variável. Quando o diagnóstico é feito na idade pré-escolar, cerca de 37% das crianças recuperam antes dos 6 anos. Porém, estas crianças consideradas recuperadas apresentam alterações em testes verbais quando são avaliadas aos 15 anos. Os problemas da linguagem associam-se por vezes a dificuldades de aprendizagem, nomeadamente da leitura e escrita, perturbações emocionais e do comportamento e, mais tarde, dificuldades de inserção social e profissional.

Bibliografia

Martins IP. Psicologia, Vol XVI (1), 2002, pp.27-50
Rapin I. Practitioner Review: developmental language disorders: a clinical update. Journal of the Child Psychology and Psychiatry 1996, 37, 643-655
Sheridan MD. From birth to five years – Children developmental progress: London, 1975

Rita Lopes da Silva

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