Ministério do Trabalho lança o site PcD Legal
Posted: 24 May 2013 05:53 AM PDT
O site PCD Legal, uma biblioteca virtual com conteúdo acessível a todos com o objetivo de oferecer o conhecimento sobre temas importantes para o desenvolvimento da cidadania. Para assegurar que a mensagem alcance todos os brasileiros, foi desenvolvido um espaço bilingue. Isso quer dizer que, a qualquer momento, o usuário pode optar por um dos dois idiomas oficiais do Brasil: português ou Libras (Lingua Brasileira de Sinais).
Você poderá utilizar os seguintes recursos para acessar as informações:
Ampliação e redução de fonte.
Inversão de contraste de fundo de tela.
Conteúdo em áudio gravado por locutores profissionais.
Conteúdo em vídeo (Libras).
Preparação descritiva para leitores de HTML (sintetizadores de voz).
Visando permitir a mobilidade do usuário e acesso à informação mesmo quando estiver sem conexão com a internet, todo o conteúdo estará disponível para download nos formatos de áudio, vídeo (libras) e textos. Assim, você poderá fazer suas consultas no dispositivo que melhor atender (MP3 player, TV, computador, tablet, smartphone ou celular).
Acesse e baixe o conteúdo no formato que você preferir e compartilhe essa informação com todos. Socialize o conhecimento, ajude a tornar a cultura acessível a todos.
Clique aqui e acesse o site.
Blog do Prof de Ed. Física MSc SERGIO CASTRO,da Pós Graduação em Educação Especial e Tecnologia Assistiva da Universidade Cândido Mendes(AVM) ;Ex-professor da Universidade Estácio de Sá e Ex-Coordenador de Esportes para Pessoas com Deficiências (PcD) do Projeto RIO 2016 da SEEL RJ ,destinado a fornecer informações sobre pessoas com deficiência(PcD) e com Necessidades Educativas Especiais(PNEE), bem como a pessoas interessadas nesta área ( estudantes, pais, parentes, amigos e pesquisadores)
sábado, 25 de maio de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Educação física adaptada em universidades públicas paulistas
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Livro estuda implicações curriculares e formação profissional | |||||||||||||||
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Cuidado com as informações sobre nanismo
É fato que pessoas com nanismo e familiares já passaram muito tempo realizando pesquisas sobre a deficiência
na internet. Na verdade, é sempre bom tomar cuidado com todo material
encontrado a respeito do nanismo. Muitos artigos e matérias sobre o
assunto, são muito assustadores num primeiro momento. Muitos revelam o lado negativo e os transtornos da deficiência, outros levam o tema ao ridículo.
Nós do Nanismo em Foco já tivemos muitas
experiências sobre isso e já encontramos muito material questionando a
deficiência de vários modos. Sabemos que a acondroplasia é tipo mais comum de nanismo. As características físicas e algumas deformidades apresentadas em pessoas com nanismo, podem sim ocasionar uma série de problemas, mas cada pessoa tem um ”modo particular” de desenvolver ou não tais problemas.
Não significa que a pessoa terá necessariamente todos os problemas da deficiência.
Além de entender que uma deficiência não é o mesmo que estar doente,
pessoas com nanismo e outras deficiências devem estar atentas e
atualizadas para que tomem o conhecimento real desse universo que nos
cerca. O que nós esperamos é que a sociedade esteja cada vez mais consciente e informada sobre o nanismo, contribuindo assim para a inserção dessas pessoas na sociedade.
E você, o que pensa sobre este assunto?
Ergonomia das roupas para pessoas com nanismo
Não é novidade que nós, pessoas com
nanismo, temos dificuldades em comprar itens do nosso vestuário. De
camisas a calças dos mais diversos tipos, o fato é que o mundo da moda
não está preparado para esses clientes que tem características bem
específicas. Todo portador de nanismo tem que ter uma fiel costureira,
para sempre dar um jeitinho nas roupas que acabaram de ser compradas.
Ergonomia para roupas das pessoas com nanismo
Corta daqui, costura dali, tira um
botão, coloca outro, folga, aperta, experimenta, tira de novo…Aahhhhh!
Não sei para as mulheres com nanismo,
mas pra nós homens é uma verdadeira chatice! Ou vai me dizer que você
não fica profundamente aliviado quando experimenta uma roupa que sirva
perfeitamente em você de primeira?! Podemos dizer que essa dificuldade para encontrar roupas para pessoas com nanismo acabou virando rotina, pois já estamos acostumados a lhe dar com esses problemas relacionados a ergonomia para pessoas com nanismo.
Diante desse cenário, algumas pessoas se
preocupam realmente com essa necessidade e procuram alguma forma de
melhorar a situação do vestuário para pessoas com nanismo. Recentemente a estudante de moda Ana Paula Hoffling, entrou em contato conosco levantando a questão da ergonomia das roupas consumidas por pessoas com nanismo,
tema de seu trabalho de conclusão de curso. Como o tema é bastante
interessante e do interesse de todos nós, estamos colocando o
questionário de seu TCC aqui no Nanismo em Foco e esperamos a participação de todos os nossos leitores.
Como participar da pesquisa?
Pra participar é muito fácil! Basta baixar os dois questionários que disponibilizamos nos links abaixo:
Você deverá responder os dois questionários e encaminhar para o Nanismo em Foco através do e-mail contato@nanismoemfoco.com, ou diretamente para a Ana Paula através do annahoffling@gmail.com.
Caso tenham alguma dificuldade quanto a nomenclatura das medidas, a Ana
escaneou as páginas de um livro que explicam com mais detalhes cada uma
delas. Para fazer o download dessas páginas clique aqui. Se tiver qualquer outra dificuldade, entre contato conosco ou através da página do Nanismo em Foco no Facebook.
Crianças: o que estão aprendendo sobre nanismo?
Já havia algum tempo que estava
querendo postar um artigo sobre esse assunto. Hoje aconteceu comigo duas
situações completamente opostas, que me fez levantar a seguinte
questão: O que as crianças de hoje estão aprendendo sobre pessoas com nanismo,
ou qualquer outra deficiência? Será que estão tendo acesso a informação
adequada de acordo com a idade que se encontram? O papel é dos pais ou
da escola quando o assunto é respeito às pessoas com deficiência?
O respeito às pessoas com deficiência deve vir desde cedo
Vou relatar agora pra vocês as duas
situações que aconteceram comigo hoje, quando saía do meu trabalho. A
primeira aconteceu imediatamente após a minha saída, quando fui à uma
farmácia para comprar um remédio. Quando estava chegando em frente ao
estabelecimento, encontrei uma menininha que aparentava ter mais ou
menos 5 anos. A criança estava acompanhada da babá e conforme fui me
aproximando, ela me encarou com uma cara de medo e olhou para a babá
como quem diz “E agora?”.
Quando olhei para a babá, peguei ela falando “Cuidado! Ele vai te pegar“.
A moça ficou muito sem graça quando viu que eu estava olhando pra ela
no exato momento em que ela amedrontava a menina. Na hora confesso que
fiquei tão sem reação, que agora analisando com mais detalhes a
situação, me arrependo de não ter conversado com a babá.
A segunda situação aconteceu quando eu
já estava no ônibus. Me sentei e vi que ao meu lado se encontrava uma
mãe junto com seu filho de 2 anos e 10 meses. O menino me abordou como
se eu fosse o novo amiguinho de escola dele. Claro que depois vieram
perguntas como “Você é grande?” e “O seu pé é
pequeno?”, mas fiquei impressionado com a espontaneidade da criança
durante o resto do bate-papo. Quando chegou o ponto dele, eu já sabia
que se chamava Tales, tinha 2 anos, não gostava de tomar remédio, tinha
uma bota do Ben 10, carregava um gatinho de verdade na sua bolsa, ontem
tinha uma namorada que chamava Isabella e a de hoje ele nem se lembrava
mais do nome.
Esses dois contrastes me fizeram pensar se as crianças de hoje estão tendo a educação correta à respeito das pessoas com deficiência.
Uma boa parte das crianças que se deparam durante o dia comigo, ou com
outras pessoas com nanismo, sentem medo. Uma coisa que é absolutamente
normal quando se trata de algo novo, uma característica até então
desconhecida. Mas onde está a falha (se é que podemos chamar assim) que
faz esse medo persistir ou se transformar em deboche?
Se as escolas são as responsáveis pela formação de caráter
dos futuros adultos desse país, por que não ensinar as crianças desde
cedo a respeitarem as diferenças entre sexo, raça, cor, condição
financeira, cargo, idade, condição física ou mental? Se os pais também
partilham dessa responsabilidade, por que não falar sobre as pessoas com
deficiência quando as crianças começarem a questionar sobre as pessoas
não serem iguais?
Eu acredito que o respeito às pessoas com deficiência pode, e deve, ser ensinado desde cedo. Muita coisa poderia ser diferente se os pais começassem a trabalhar
em suas crianças o respeito ao coleguinha que tem autismo ou alguma
outra deficiência mental, física, auditiva ou visual. Se o prazer em
ajudar o próximo a pegar alguma coisa que estivesse fora do alcance,
atravessar a rua, resolver alguma dificuldade intelectual, fosse
disseminado de pai para filho. Se o respeito e o amor ao próximo fossem
ensinados como a matemática e suas contas de adição e subtração.
Homem que não se move e nem fala ‘escreve’ livro piscando os olhos
Posted: 22 May 2013 03:48 AM PDT
Devido
a uma esclerose, Ailton Vilela vive em uma cama, em Goiânia. ‘Quero
passar uma mensagem de esperança através do livro’, declara.O ex-garçom Ailton Vilela, de 47 anos, não fala e nem se movimenta, mas isso não foi uma barreira para que ele “escrevesse” o livro “A Fabilidade dos Projetos Humanos”. A publicação foi possível porque a irmã e enfermeiras que cuidam dele buscaram um método para ajudá-lo a se comunicar com o piscar dos olhos, pois, conforme a letra que quer dizer, ele pisca. Assim, letra por letra, o livro foi feito.
Ailton vive em uma cama na casa dele. A imobilidade é consequência de uma esclerose, que ele descobriu ter aos 40 anos, logo depois que se casou. Desde então, Ailton teve uma mudança radical de vida. A doença rara foi se desenvolvendo e há cinco anos ele não se movimenta e depende de aparelhos para respirar. Também faz cinco anos que o filho dele, Samuel, nasceu. Como ele já estava nessa situação, o ex-garçom nunca conseguiu tocar no filho, o que lhe causa tristeza.
Mulher que só mexe olhos e queixo defende doutorado na USP
Sugestão Cultural – Filme: O Escafandro e a Borboleta
Falar com os olhos: A síndrome do Encarceramento
Apesar dos problemas físicos, Ailton não perdeu a memória. Sabendo disso, a irmã que cuida dele, Jackeline Vilela, e duas enfermeiras pensaram em como poderiam ajudá-lo a se expressar. Elas fizeram uma tabela com números e com todas as letras do alfabeto, dispostas em seis linhas e seis colunas. Conforme a quantia de vezes que ele pisca, ele indica a localização da letra que ele quer usar. Foi piscando letra por letra que ele escreveu as 89 páginas da obra “A Fabilidade dos Projetos Humanos”.
A publicação foi lançada no último dia 17 de maio, em Goiânia. A obra conta um pouco da vida de Ailton. “Através do livro ele explica como tudo começou e como foi a trajetória da doença. Ele quer passar uma mensagem de esperança. Embora ele esteja acamado, doente, ele não deixa de lutar”, declara a irmã de Ailton. Piscando, o próprio autor do livro reforçou o teor da mensagem: “Apesar de tudo, eu sou feliz e quero passar uma mensagem de esperança através do livro”.
A história do ex-garçom é exemplo para muitas pessoas. A enfermeira Eliane Mendes Ribeiro, que ajuda a cuidar dele, ressalta a força que Ailton possui para continuar a viver. “É uma pessoa iluminada por Deus. No estado em que ele se encontra, ele ainda encontra força pra escrever um livro e passar uma mensagem de fé e esperança pra gente”, declara.
Livro de 89 páginas foi lançado em Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Fonte: G1terça-feira, 21 de maio de 2013
A INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM ESCOLA INCLUSIVA: um estudo de caso
http://slt.ifsp.edu.br/portal/images/stories/socio/socio/NAPNE/publicacoes-educ-especial/cp128607.pdf
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Piauí como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em
Educação, sob orientação da Profª. Drª. Ana Valéria Marques Fortes Lustosa.
Linha de pesquisa: Educação, movimentos sociais e políticas públicas.
RESUMO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Piauí como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em
Educação, sob orientação da Profª. Drª. Ana Valéria Marques Fortes Lustosa.
Linha de pesquisa: Educação, movimentos sociais e políticas públicas.
RESUMO
A inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular é uma realidade que tem como
parâmetros pressupostos legais e humanos, ou seja, é uma questão de direito e de respeito à
diversidade. No entanto, como a prática de atender à diversidade exige dos gestores e
educadores escolares conhecimento acerca dos processos de desenvolvimento humano,
principalmente quando tratamos dos alunos com deficiência intelectual, há uma necessidade
de estudos e pesquisas na área, de modo a compreender como esses educandos estão sendo
acompanhados nas escolas regulares. Nesse sentido, considera-se que, no processo de
inclusão, a melhor forma de conseguir o desenvolvimento do ensino e, conseqüentemente, da
aprendizagem é através da relação com o outro, ou seja, da interação. A partir dessa
compreensão, surgiu o interesse em realizar esta pesquisa, que teve por objetivo investigar a
interação entre professor e aluno com deficiência intelectual em escola inclusiva, verificando
em que medida essa interação contribui para a inclusão desse aluno. Optou-se pela abordagem
qualitativa, especificamente pelo estudo de caso, sendo os sujeitos desta pesquisa duas
professoras e três alunos com deficiência intelectual. Como instrumentos de coleta de dados
foram utilizados uma ficha de caracterização dos alunos partícipes da pesquisa, entrevista
semi-estruturada com os professores e observação não-participante. A análise dos dados foi
feita a partir da análise de conteúdo de Bardin (1994) e do sistema de tabulação de freqüência
das ações, de Silva e Aranha (2005). Como referencial teórico, os seguintes autores deram
subsídios à pesquisa: Beyer (1996, 2005), Coll (2000), Cardoso (2003), Fierro (1950),
Mantoan (2000, 2003, 2004, 2006), Mazzotta (2005), Piaget (1976 ,1985), Pessotti (1984),
Prioste, Raiça e Machado (1999), Palácios (1995) Silva e Aranha(2005), Solé e Coll (1995),
Sassaki (2005, 2007),Vygotsky (1998, 2004),dentre outros. Os resultados do estudo
demonstram que os professores acreditam que a inclusão constitui-se em direito e que deve
ser operacionalizada pelas escolas, destacando a importância da formação dos professores.
Compreendem também que a interação entre professor e aluno com deficiência intelectual é
fator fundamental nesse processo. No entanto, foi observado que, embora tenha ocorrido uma
quantidade razoável de interações, o tempo dessas interações ainda é muito reduzido, e,
conforme os estudos de autores na área, a exemplo de Vygotsky (1998), faz-se necessário
considerar não só a quantidade das interações, mas a qualidade das mesmas, tendo em vista
que os alunos com deficiência intelectual precisam de um apoio mais direcionado, pois 9
apresentam dificuldades em acionar seus próprios recursos cognitivos, quando comparados
com os educandos da sua mesma faixa etária. Assim, acredita-se que redimensionar essas
interações, no sentido de alcançar a melhor participação desses alunos nas atividades
propostas, constitui fator essencial para a inclusão dos educandos, especialmente daqueles
com deficiência intelectual.
PALAVRAS-CHAVE: Deficiente intelectual. Interação. Inclusão.
sábado, 18 de maio de 2013
AUTISMO - Bruna Linzmeyer interpreta jovem autista em 'Amor à Vida'
Novo instrumento reduz tempo de aprendizado de braille
Posted: 17 May 2013 03:07 PM PDT
Desenvolvido por empresa apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, objeto facilita a escrita e a leitura em braille
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – A empresa Tece, fundada por uma bióloga que fez mestrado em Educação e atualmente realiza doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), desenvolveu uma nova versão de um instrumento de escrita manual para deficientes visuais – chamado reglete positiva – que diminui em 60% o tempo de aprendizado do sistema de escrita e leitura braille.
Apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, a empresa já iniciou a comercialização do produto no Brasil e tem planos de exportá-lo.
“Ao todo, o processo de desenvolvimento do produto e de testes em instituições que atendem pessoas com deficiência visual levou seis anos”, disse Aline Picolli Otalara, fundadora da empresa, à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisadora, a reglete convencional existe desde 1837, quando o francês Louis Braille (1809-1852) apresentou a primeira versão do instrumento, composto por duas placas de metal ou plástico, do tamanho de pequenas réguas escolares, fixas uma na outra por meio de uma dobradiça na lateral esquerda e com um espaço entre elas para permitir a introdução de uma folha de papel.
A placa superior possui diversos retângulos vazados, correspondentes aos espaços de escrita em braille (denominadas celas braille). Já a placa inferior tem celas braille com seis pontos côncavos (em baixo relevo) em cada uma delas.
Ao introduzir um instrumento (chamado punção) com uma ponta côncava dentro de cada retângulo vazado da placa superior da reglete, pressiona-se a folha de papel entre as duas placas contra os pontos côncavos dispostos na placa inferior para formar o símbolo braille correspondente às letras, números ou qualquer outro caractere que se deseja escrever. Com a folha virada do lado contrário ao que foi inserida na reglete, os deficientes visuais conseguem identificar, por meio da leitura tátil, os pontos em relevo formados pela pressão exercida pela punção na folha de papel.
Um dos problemas apresentados por esse dispositivo convencional, no entanto, é que, em razão de os pontos serem escritos em baixo relevo e a leitura ser realizada em alto relevo, a escrita é iniciada do lado direito e os caracteres são escritos espelhados de modo que, quando a folha é virada para a leitura (realizada da esquerda para direita), os caracteres estejam do lado correto.
Além disso, no Sistema Braille diversas letras são o reflexo invertido de outras. “Isso gera um esforço maior de quem está aprendendo o sistema braille, porque ele tem de aprender um alfabeto para ler e outro para escrever”, afirmou Otalara.
A fim de solucionar o problema, em 2007, por meio de um projeto apoiado pelo PIPE, a empresa fundada pela pesquisadora desenvolveu uma reglete esteticamente similar ao instrumento convencional, que possibilita escrever os pontos já em alto relevo.
Para isso, ao contrário da reglete convencional, a placa inferior do instrumento possui os seis pontos em cada cela braille na forma convexa (em alto relevo). Para marcá-los, a Tece desenvolveu um instrumento de punção similar a uma caneta sem ponta e com concavidade fechada que, ao ser pressionado sobre a folha de papel entre as duas placas da reglete, forma os pontos já em alto relevo.
Dessa forma, o usuário pode começar a escrever da esquerda para a direita, porque não é necessário virar a folha para ler o que foi escrito. Além disso, precisa aprender um único alfabeto tanto para ler como para escrever em braille.
“Nós desenvolvemos ao longo do projeto diversos protótipos do produto para avaliar alguns problemas técnicos causados por essa inversão na escrita braille”, disse Otalara.
Desafios
Um desses problemas técnicos, segundo a pesquisadora, é que os seis pontos em cada cela braille são muito próximos uns dos outros. Ao marcar um ponto convexo com a punção com a cavidade fechada para fazer um símbolo braille já em alto relevo, se formava um ponto “fantasma” que gerava dificuldade de leitura pelos deficientes visuais.
Na primeira fase do projeto, os pesquisadores da empresa criaram diversos protótipos, com diferentes distâncias entre os pontos, e realizaram uma série de testes de leitura dos textos escritos com o novo instrumento.
“O surgimento desses ‘pontos fantasmas’ foi o fator que tinha impedido, até então, o desenvolvimento desse material”, disse Otalara. “Todas as tentativas anteriores de desenvolver uma reglete que já escreve em alto relevo fracassaram porque não conseguiram superar essa etapa”, afirmou.
Curso na Unesp
Por meio de outro projeto, também com apoio do PIPE, a empresa realizou um curso de Sistema Braille para avaliar o tempo de aprendizado dos participantes por meio da reglete que desenvolveram.
O curso foi realizado com alunos do curso de licenciatura em pedagogia da Unesp de Rio Claro porque, de acordo com Otalara, era difícil encontrar alunos com deficiência visual que ainda não tivessem tido contato com a reglete comum. Por outro lado, os estudantes de pedagogia representam o maior público usuário desse tipo de material.
“Há um número muito maior de professores aprendendo Sistema Braille do que, de fato, deficientes cegos”, estima a pesquisadora.
Os pesquisadores constataram que, com a reglete que desenvolveram, foi possível reduzir em 60% o tempo de aprendizado do Sistema Braille pelos futuros educadores. Com isso, de acordo com Otalara, é possível diminuir o investimento em formação de professores, facilitar o aprendizado e aumentar o interesse do público, em geral, em aprender o Sistema Braille.
“Há uma impressão muito negativa sobre o Sistema Braille. As pessoas já imaginam que é difícil aprender e, quando viam que tinham de aprender a escrever ao contrário, o estigma, principalmente por parte de professores e crianças, aumentava ainda mais”, disse Otalara.
O produto foi batizado pela empresa de “reglete positiva”, porque, no ensino de braille, os pontos em baixo relevo, que não aparecem no momento da escrita, são chamados pontos negativos. Já os pontos em alto relevo – legíveis e sensíveis ao toque com a folha virada do lado contrário ao que os pontos foram marcados pela punção escrita – são chamados de pontos positivos.
Máquina de escrever em braille
Alguns dos resultados do projeto da reglete positiva serão utilizados pela empresa para desenvolver, também com apoio do PIPE, uma máquina de escrever em braille.
Muito utilizado por pessoas com deficiência visual tanto em sala de aula como no mercado de trabalho, o equipamento é relativamente caro – custa em torno de R$ 2 mil –, ainda não há nenhum fabricado no Brasil e sofreu poucas variações desde que foi criado.
A empresa brasileira pretende desenvolver uma versão nacional do produto, torná-lo mais viável economicamente e melhorar alguns aspectos técnicos, como peso e design, para diminuir o esforço do usuário para manuseá-lo e transportá-lo.
Para desenvolver o protótipo, a empresa fez uma parceria com o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, de Campinas, que possui um centro de prototipagem e um laboratório de tecnologia assistiva.
As seis teclas correspondentes aos pontos braille e o material impresso pelo equipamento seguirão o padrão da reglete positiva desenvolvida pela empresa.
Apesar de ser um pouco maior do que o utilizado na escrita em braille em baixo relevo (negativa), o novo padrão facilita a leitura tátil.
“Como os pontos são um pouco mais ‘gordinhos’, eles são mais parecidos com o braille impresso em livros”, comparou Otalara. “Por isso, são mais fáceis de serem lidos por meio da leitura tátil”, afirmou.
O desenvolvimento da reglete positiva resultou em um pedido de patente, que está em processo de avaliação. O produto é vendido no site da empresa – que possui recursos de navegação para pessoas com deficiência visual – e em lojas especializadas.
Fonte: http://agencia.fapesp.br/
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARTICIPAM DE CAPACITAÇÃO EM ESPORTE ADAPTADO
Com o apoio o apoio do Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB), a Federação Baiana de Desporto de Participação realiza desta sexta-feira a domingo (17 a 19), no Campus da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), em Jacobina, as ‘Clínicas e Jogos de Esporte Adaptado’ - uma série gratuita de capacitações em modalidades esportivas voltadas para profissionais de educação física, técnicos, voluntários e estudantes que atuam com pessoas com deficiência.
A iniciativa prossegue nos dias 26 a 28 deste mês, em Alagoinhas, e entre 26 e 28 de julho, em Teixeira de Freitas. As inscrições podem ser realizadas pelo e-mailfbdp01@gmail.com.
Na quarta-feira (15), como parte do projeto aconteceu um festival de natação para pessoas com deficiência, com a participação de mais de 40 alunos de diversas instituições da capital e Simões Filho, incluindo das Escolinhas da SUDESB, que praticam o esporte no núcleo de Pituaçu.
Segundo o professor de educação física, Cristiano Weslley, por meio “de eventos como este, nós mostramos que eles são capazes de realizar atividades de qualquer tipo, desde que respeitem as suas limitações. Ao fim da competição todos saem premiados e satisfeitos com a integração e o lazer”.
Nos meses de junho e agosto outros eventos deverão acontecer em Salvador. De acordo com o presidente da Federação, Audival Júnior, a ideia é incentivar o paradesporto na Bahia com atividades de socialização. “A nossa proposta é reunir os alunos para a prática de futebol de areia”. Mais informações aqui, pelo telefone 71 9185.2942 ou e-mailfbdp01@gmail.com.
A iniciativa prossegue nos dias 26 a 28 deste mês, em Alagoinhas, e entre 26 e 28 de julho, em Teixeira de Freitas. As inscrições podem ser realizadas pelo e-mailfbdp01@gmail.com.
Na quarta-feira (15), como parte do projeto aconteceu um festival de natação para pessoas com deficiência, com a participação de mais de 40 alunos de diversas instituições da capital e Simões Filho, incluindo das Escolinhas da SUDESB, que praticam o esporte no núcleo de Pituaçu.
Segundo o professor de educação física, Cristiano Weslley, por meio “de eventos como este, nós mostramos que eles são capazes de realizar atividades de qualquer tipo, desde que respeitem as suas limitações. Ao fim da competição todos saem premiados e satisfeitos com a integração e o lazer”.
Nos meses de junho e agosto outros eventos deverão acontecer em Salvador. De acordo com o presidente da Federação, Audival Júnior, a ideia é incentivar o paradesporto na Bahia com atividades de socialização. “A nossa proposta é reunir os alunos para a prática de futebol de areia”. Mais informações aqui, pelo telefone 71 9185.2942 ou e-mailfbdp01@gmail.com.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Livro "PESQUISA NACIONAL DE TECNOLOGIA ASSISTIVA"
GALVÃO FILHO, T. A., GARCIA, J. C. D. Pesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva. São Paulo: Instituto de Tecnologia Social - ITS BRASIL e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI/SECIS, 2012, 68 p., ISBN: 978-85-64537-04-0.
BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO EM:
MATEMÁTICA PARA CEGOS: MULTIPLANO
http://deficienciavisualsp.blogspot.com.br/
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Ações inclusivas,
Inclusão e Deficiência Visual
NOVA LEI: DIREITO DE AUTISTAS
LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3° do art. 98 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990
Para consultar o texto original, abra a página:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3° do art. 98 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990
Para consultar o texto original, abra a página:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
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Inclusão e Autismo
O que toda Pessoa com Deficiência deve saber sobre, Sexualidade, Parte 2.
Posted: 17 May 2013 07:11 AM PDT
Olá pessoal da paz, estamos aqui hoje para
mais um capitulo da nossa série especial: O que toda Pessoa com Deficiência
deve saber sobre, Sexualidade, Parte 2. Nesse capitulo vamos tratar do tema: Mitos e verdades sobre a sexualidade das pessoas com deficiências, se
você ainda não leu o primeiro capitulo da série acompanhe aqui.
É
comum às pessoas, inclusive os familiares, acharem que as pessoas com deficiência
é um ser assexuado, que não tem sentimento e que os desejos são incontroláveis.
Pensam que as pessoas com necessidades especiais não vai conseguir ter uma
relação sexual “normal”. Por isso as famílias querem superproteger os filhos,
não permitindo que eles vivenciem sentimentos importantes, fazendo com que o
sujeito se anule.
Todo
ser humano tem sexualidade, sendo ou não pessoas com necessidades especiais. A
sexualidade e tudo que lhe acompanha, como o sentimento, o desejo, o erotismo,
as relações afetivas, enfim tudo isso faz parte da nossa existência. É um erro
as pessoas acreditarem que a pessoa com deficiência não tem ou não pode ter uma
vida sexual.
As
famílias precisam lidar com a sexualidade da pessoa com deficiência, igual
lidam com a sua e com a de qualquer outro filho, orientar, conversar, conhecer
as verdadeiras necessidades daquela pessoa com deficiência, saber que ela tem
sentimentos, tem desejos, a deficiência é algo que a pessoa tem, mas não a
impedi de se relacionar afetivamente. Esse é o maior mito sobre sexualidades
das pessoas com deficiências, inclusive existem pessoas com deficiência que
acredita, incorpora, e aceita passivamente esse erro que a sociedade impõe. Já
que é tão difícil para a sociedade aceitar que todos, sem exceção, têm
sexualidade. Então cabem as pessoas com necessidades especiais a mostrar a sua
sexualidade, os seus desejos e sentimentos.
Têm
outros mitos sobre sexualidades das pessoas com deficiências, vamos citar
alguns e falar um pouco deles. Pessoas com deficiência são pouco atraentes,
indesejáveis e incapazes de conquistar um parceiro amoroso e manter um vínculo
estável de relacionamento amoroso e sexual. Este mito foi criado pelo senso-comum,
ficou como verdade, sendo assim a pessoa com deficiência é indesejável e não
pode ter um relacionamento amoroso e sexual. O mito pode ser de fato um mito
para algumas pessoas com deficiência, pois esta tem uma vida amorosa comum.
Já
para outras pessoas com deficiência o mito não é mito, mas sim a realidade,
isto porque estas pessoas se escondem atrás da sua própria deficiência, isso é
algo que costuma acontecer muito. No entanto é preciso lidar consigo mesmo,
depois disso vamos poder encarar o mundo de frente e aproveitar. O sujeito
sofreu uma lesão na medula, logo ele não tem vida sexual! ERADO, se a gente
sabe apenas que ele é cadeirante, não podemos ir tirando conclusões da nossa
cabeça, sem nenhum respaldo para isso.
Vamos
lá, a pessoa com lesão na medula pode ter uma disfunção neuromuscular ou obstruções
recorrentes de infecções urinárias e por isso ter a disfunção sexual
(BIERING-SORENSEN; SONKSEN, 1988; MAIOR, 2001). “A ejaculação retrógrada, que é
bastante comum entre os lesados medulares, acontece pelo fato de que no homem o
canal que encaminha o esperma é o mesmo da urina, então o esfíncter que deveria
se manter fechado no momento da ejaculação não o faz, permitindo a passagem de esperma
para a bexiga. Como a urina não constitui meio apropriado para os
espermatozoides, eles acabam perdendo suas funções. Nesse caso, o esperma é
excretado no momento do esvaziamento da bexiga” (CAVALCANTE ET al., 2007). Mas
também a gente sabe que tem todo um lado que vem do cérebro, emocional, como,
estímulos visuais, auditivos, por fantasiais. Tem também aqueles estímulos do
contato físico, enfim sexo não é somente algo biológico como muitos pensam. O
que varia de pessoa para pessoa é a ereção psicogênica, pois isso dependerá do
nível da lesão e a questão da fertilidade também. No entanto a vida sexual
existe sim, ninguém deixa de ter vontades, desejos!Ter ou não sensibilidade.
Todas
as pessoas têm sensibilidade, o que pode acontecer é que quem sofre lesão na
medula corre o risco de perdera-la, mas mesmo essas pessoas podem sentir algo
no corpo, como calor e arrepios, isso porque ela tem outros mecanismos, o
sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao
controle da vida vegetativa, responsável pelas funções como a respiração, circulação
do sangue, controle de temperatura e digestão.
Vaso sanitário com abertura frontal é um erro, não é norma!
Posted: 17 May 2013 04:36 AM PDT
Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do site Rede Saci.
A confusão que se faz entre pessoas com deficiência e doentes é ainda tão forte que levou os vasos hospitalares para os espaços públicos
Por Izabel de Loureiro Maior*
Muito já se falou e discutiu acerca da bacia sanitária com fenda frontal (vulgo “vaso com buraco”) que apareceu e foi se alastrando por banheiros de uso público, ditos “adaptados” ou “acessíveis”. Como a venda dessas peças continua a todo vapor, ocorreu-me insistir no assunto. Vocês podem imaginar qual a causa da minha decisão: como se não bastasse cair nos buracos das calçadas, surge o buraco dos banheiros “adaptados”.
Ninguém conhecia a razão do desenho e da sua utilidade. Em vários sites e blogs, encontrei reclamações dos usuários cadeirantes e também de pessoas idosas. Mesmo quem não tem deficiência anda reclamando do desconforto e a situação desagradável de ver a urina escorrer para fora do vaso com buraco. Convenhamos que, além do odor e da falta de higiene causada, chão molhado é tudo o que uma pessoa andante com deficiência menos deseja.
A origem de tal “design” pode ser a necessidade hospitalar de outra pessoa auxiliar na higiene do paciente. Considerando essa utilidade, o ambiente é o de internação e nunca os shoppings, hotéis, aeroportos, terminais rodoviários e mesmo restaurantes.
A confusão que se faz entre pessoas com deficiência e doentes é ainda tão forte que levou os vasos hospitalares para os espaços públicos, acompanhando a pessoa que tem o direito de viver plenamente no ambiente externo.
A convivência social, pelo menos para a maioria dos cadeirantes, se dá com banheiros que estejam de acordo com o Decreto nº 5.296/2004 e a norma NBR:ABNT 9050, a qual, por força de lei, é a regra para as adaptações. Quanto mais desenho universal, tanto mais acessibilidade para todos.
Conseguir banheiros com as dimensões de espaço, barras de apoio adequadamente dispostas na altura e seguindo as normas técnicas, é uma raridade, infelizmente. O direito à acessibilidade é constantemente violado.
Entretanto, os vasos com buraco se impõem, apesar de terem um preço muito elevado. Fazendo o certo dentro da norma, gasta-se menos. A bacia deve ser elevada para corresponder à altura do assento da cadeira de rodas. O tampo também não pode ter abertura na frente, o que também reduz o custo.
Encontrei no site desenhouniversal.com, destinado aos profissionais da área e usuários, uma longa discussão de 2012, contando as desventuras causadas pela bacia sanitária com abertura frontal. Não houve defesa para a peça. Trata-se de um erro tão grande e grave que conseguiu um raro consenso entre nossos pares. O vaso furado machuca, é arriscado, faz as pernas caírem dentro dele e não é higiênico, já que a urina vai para o piso com grande frequência.
Para salvaguardar a segurança dos munícipes, a CPA da cidade de São Paulo baixou a Resolução CPA/SMPED 016/2012, proibindo a fenda frontal nos vasos. O texto diz:
“Esta comissão RESOLVE APROVAR: Características das Bacias Sanitárias para Sanitários Acessíveis:
1. Somente podem conferir caráter de acessibilidade nos sanitários de uso público e coletivo aqueles com bacias sanitárias com as seguintes características:
a) Altura entre 0,43m e 0,45m, medida a partir do piso acabado até a borda superior sem o assento. Com assento, esta altura deve ser de no máximo 0,46m.
b) Não possuírem abertura frontal.
É impressionante que uma resolução tenha que proibir certa louça sanitária que, de forma surreal, está prejudicando e arriscando a integridade de muita gente. Uma ideia errônea sai muito caro para os dois lados, compradores e usuários, sendo que o maior prejuízo é para as pessoas com deficiência.
Essa e outras resoluções são necessárias porque a falta de acessibilidade é uma deficiência do ambiente e sua ausência limita a atividade e restringe a participação social de milhões de pessoas com deficiência. É uma barreira equivocadamente colocada, o que significa discriminação.
Todo esse desconforto reflete a importância do lema “Nada sobre nós sem nós”, definidor da autonomia e capacidade de fazer escolhas. Este é um dos princípios gerais da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A convenção e seu protocolo facultativo foram ratificados, no nosso país, sem reservas e com equivalência à emenda constitucional, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e promulgado pelo Decreto nº 6.949/2009. Nenhuma convenção da ONU alcançou esse “status” antes.
Temos direitos e garantias de defesa do exercício dos nossos direitos. Será que teremos de apelar ao Comitê da Convenção para fazer valer nossos direitos?
Sei que ainda não é o caso. Antes, as fábricas de louças sanitárias devem ser instruídas a separar a linha hospitalar da linha de produtos para pessoas com deficiência; os arquitetos e donos de estabelecimentos precisam ser obrigados a seguir literalmente a NBR:ABNT 9050/2004, na qual não consta bacia sanitária com fenda frontal. Cabe aos órgãos fiscalizadores das prefeituras exigir o cumprimento da norma técnica e não aprovar as instalações com essas peças incorretas. Se nada for feito, o assunto vai chegar ao Supremo. Não se deve deixar impune o “faz de conta” da fiscalização, que não se importa com a acessibilidade dos ambientes. A norma existe como padrão que engloba os itens referentes a todos os tipos de deficiência. Não se devem inventar adaptações porque o resultado é quase sempre errado. É a norma que precisa ser aplicada e cobrada.
* Médica fisiatra e docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultora em inclusão social, políticas públicas e acessibilidade. Foi coordenadora da CORDE e Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência de 2002 a 2010
A matéria abaixo foi extraída do site Rede Saci.
A confusão que se faz entre pessoas com deficiência e doentes é ainda tão forte que levou os vasos hospitalares para os espaços públicos
Por Izabel de Loureiro Maior*
Muito já se falou e discutiu acerca da bacia sanitária com fenda frontal (vulgo “vaso com buraco”) que apareceu e foi se alastrando por banheiros de uso público, ditos “adaptados” ou “acessíveis”. Como a venda dessas peças continua a todo vapor, ocorreu-me insistir no assunto. Vocês podem imaginar qual a causa da minha decisão: como se não bastasse cair nos buracos das calçadas, surge o buraco dos banheiros “adaptados”.
Ninguém conhecia a razão do desenho e da sua utilidade. Em vários sites e blogs, encontrei reclamações dos usuários cadeirantes e também de pessoas idosas. Mesmo quem não tem deficiência anda reclamando do desconforto e a situação desagradável de ver a urina escorrer para fora do vaso com buraco. Convenhamos que, além do odor e da falta de higiene causada, chão molhado é tudo o que uma pessoa andante com deficiência menos deseja.
A origem de tal “design” pode ser a necessidade hospitalar de outra pessoa auxiliar na higiene do paciente. Considerando essa utilidade, o ambiente é o de internação e nunca os shoppings, hotéis, aeroportos, terminais rodoviários e mesmo restaurantes.
A confusão que se faz entre pessoas com deficiência e doentes é ainda tão forte que levou os vasos hospitalares para os espaços públicos, acompanhando a pessoa que tem o direito de viver plenamente no ambiente externo.
A convivência social, pelo menos para a maioria dos cadeirantes, se dá com banheiros que estejam de acordo com o Decreto nº 5.296/2004 e a norma NBR:ABNT 9050, a qual, por força de lei, é a regra para as adaptações. Quanto mais desenho universal, tanto mais acessibilidade para todos.
Conseguir banheiros com as dimensões de espaço, barras de apoio adequadamente dispostas na altura e seguindo as normas técnicas, é uma raridade, infelizmente. O direito à acessibilidade é constantemente violado.
Entretanto, os vasos com buraco se impõem, apesar de terem um preço muito elevado. Fazendo o certo dentro da norma, gasta-se menos. A bacia deve ser elevada para corresponder à altura do assento da cadeira de rodas. O tampo também não pode ter abertura na frente, o que também reduz o custo.
Encontrei no site desenhouniversal.com, destinado aos profissionais da área e usuários, uma longa discussão de 2012, contando as desventuras causadas pela bacia sanitária com abertura frontal. Não houve defesa para a peça. Trata-se de um erro tão grande e grave que conseguiu um raro consenso entre nossos pares. O vaso furado machuca, é arriscado, faz as pernas caírem dentro dele e não é higiênico, já que a urina vai para o piso com grande frequência.
Para salvaguardar a segurança dos munícipes, a CPA da cidade de São Paulo baixou a Resolução CPA/SMPED 016/2012, proibindo a fenda frontal nos vasos. O texto diz:
“Esta comissão RESOLVE APROVAR: Características das Bacias Sanitárias para Sanitários Acessíveis:
1. Somente podem conferir caráter de acessibilidade nos sanitários de uso público e coletivo aqueles com bacias sanitárias com as seguintes características:
a) Altura entre 0,43m e 0,45m, medida a partir do piso acabado até a borda superior sem o assento. Com assento, esta altura deve ser de no máximo 0,46m.
b) Não possuírem abertura frontal.
É impressionante que uma resolução tenha que proibir certa louça sanitária que, de forma surreal, está prejudicando e arriscando a integridade de muita gente. Uma ideia errônea sai muito caro para os dois lados, compradores e usuários, sendo que o maior prejuízo é para as pessoas com deficiência.
Essa e outras resoluções são necessárias porque a falta de acessibilidade é uma deficiência do ambiente e sua ausência limita a atividade e restringe a participação social de milhões de pessoas com deficiência. É uma barreira equivocadamente colocada, o que significa discriminação.
Todo esse desconforto reflete a importância do lema “Nada sobre nós sem nós”, definidor da autonomia e capacidade de fazer escolhas. Este é um dos princípios gerais da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A convenção e seu protocolo facultativo foram ratificados, no nosso país, sem reservas e com equivalência à emenda constitucional, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e promulgado pelo Decreto nº 6.949/2009. Nenhuma convenção da ONU alcançou esse “status” antes.
Temos direitos e garantias de defesa do exercício dos nossos direitos. Será que teremos de apelar ao Comitê da Convenção para fazer valer nossos direitos?
Sei que ainda não é o caso. Antes, as fábricas de louças sanitárias devem ser instruídas a separar a linha hospitalar da linha de produtos para pessoas com deficiência; os arquitetos e donos de estabelecimentos precisam ser obrigados a seguir literalmente a NBR:ABNT 9050/2004, na qual não consta bacia sanitária com fenda frontal. Cabe aos órgãos fiscalizadores das prefeituras exigir o cumprimento da norma técnica e não aprovar as instalações com essas peças incorretas. Se nada for feito, o assunto vai chegar ao Supremo. Não se deve deixar impune o “faz de conta” da fiscalização, que não se importa com a acessibilidade dos ambientes. A norma existe como padrão que engloba os itens referentes a todos os tipos de deficiência. Não se devem inventar adaptações porque o resultado é quase sempre errado. É a norma que precisa ser aplicada e cobrada.
* Médica fisiatra e docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultora em inclusão social, políticas públicas e acessibilidade. Foi coordenadora da CORDE e Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência de 2002 a 2010
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