quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Você conhece a Síndrome Pós Polio?


Publicado em 23 outubro 2014 por Damião Marcos
Síndrome Pós-Pólio A Poliomielite, também chamada de Paralisia Infantil, é uma doença viral onde o poliovírus infecta o indivíduo através do contato com muco ou catarro de outras pessoas infectadas, entrando no corpo, pela boca ou nariz começando a se multiplicar na garganta e no intestino, sendo espalhado através do sangue e sistema linfático.


Essa patologia afeta o sistema nervoso e pode levar a uma paralisia parcial ou total do corpo.

A pólio foi uma epidemia mundial entre os anos de 1840 e 1850. A partir do desenvolvimento da vacina a incidência da poliomielite reduziu bastante e após diversas campanhas ela foi extinta em alguns países, no entanto ainda ocorrem surtos da doença e após ser infectado pelo vírus da poliomielite e ter desenvolvido uma forma aguda ou não aparente da patologia, o indivíduo pode apresentar a Síndrome Pós-Pólio ou SPP.

O Que é a SPP?

A SPP é uma doença do neurônio motor, sendo uma desordem do sistema nervoso que acomete indivíduos que tiveram poliomielite, cerca de 15 anos depois.

A Síndrome apresenta um quadro de sinais e sintomas diferentes da Pólio, sendo eles: Fraqueza muscular progressiva, dores musculares e articulares, cãibras, dores de cabeça, distúrbios do sono, depressão, ansiedade, cansaço excessivo e menor capacidade funcional, sendo que algumas pessoas podem desenvolver uma dificuldade na deglutição e na respiração.

Existem várias hipóteses para a causa da Síndrome Pós-Pólio, no entanto a mais aceita entre a comunidade científica é a de que ela não é causada por uma reativação do vírus, mas sim pelo desgaste dos neurônios motores próximos aos que foram danificados ou destruídos pelo poliovírus, através do seu uso excessivo ao longo dos anos.

Considerando que, o vírus da poliomielite pode danificar até 95% dos neurônios motores e destruir pelo menos 50% deles, assim, os neurônios sobreviventes – embora danificados – tentam compensar o dano causado ao aparelho muscular e se ramificam para alcançá-los e ativar esses músculos que perderam sua inervação. Dessa forma o corpo tem sua função neuromuscular recuperada de forma parcial ou total.

Um único neurônio pode se ramificar para conectar até 10 vezes mais neurônios do que a formação original e assim reestabelece a função motora que foi perdida ao mesmo tempo em que fica sobrecarregado após anos de “trabalho extra” e começa a degenerar.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Síndrome Pós-Pólio é feito por exclusão, diferenciando esta patologia de outras doenças que podem apresentar sintomas semelhantes, no entanto, existem alguns critérios para fundamentar o diagnóstico, sendo eles: confirmação de poliomielite prévia com perda de neurônios motores, período de recuperação funcional, início de novas complicações, sintomas persistentes há mais de um ano e sinais de denervação encontrados por meio da eletroneuromiografia.

É possível prevenir?

Sim. A prevenção da SPP deve começar na fase aguda da poliomielite, evitando uma atividade física intensa desnecessária.

Tem tratamento?

Através da Fisioterapia é possível realizar a recuperação do paciente por meio de exercícios hidroterapêuticos; atividade aeróbica leve e exercícios em solo com pouca carga, evitando sempre a fadiga muscular e o supertreinamento.

Para o tratamento da dor, podem-se utilizar recursos térmicos, como as compressasquentes e de gelo e terapias localizadas. Caso haja deformidades físicas, estas também devem ser tratadas pelo Fisioterapeuta para evitar um desequilíbrio funcional. Mas nenhum tratamento segue uma “receita de bolo”, é necessário que oprofissional conheça seu paciente e suas necessidades para escolher adequadamente quais atividades serão realizadas, quais órteses serão prescritas, entre outras coisas.

O cuidado com o paciente com SPP deve ser multidisciplinar, indo além dos médicos e do fisioterapeuta, acrescentando o tratamento com fonoaudiólogos e nutricionistas, quando este apresentar disfagia, por exemplo. E além da assistência física, também se faz importante o acompanhamento psicoterapêutico e psicossocial dos pacientes, tratando assim da saúde como um todo.

Fonte: Site/Blog Deficenter

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