terça-feira, 26 de novembro de 2013

Autismo e a Comunicação

Autismo e a Comunicação

É sabido que as três principais características do autismo são os comportamentos estereotipados, um déficit na interação social, e dificuldades na comunicação, principalmente na fala. Este último pode estar presente de diversas formas e em diversos graus. Alguns autistas nunca falarão, por exemplo, já outros dominam a linguagem oral, mas tem dificuldade de transmitir aquilo que querem ao outro.
Pode-se definir comunicação como sendo a transmissão de uma informação. A partir disso, se pressupõe que o ato de se comunicar requer uma intencionalidade do ato. Mas, de forma alguma se comunicar está presente apenas no campo da oralidade. A linguagem em si exige que haja uma espécie de código conhecido pelas pessoas que estão querendo se comunicar para que haja o entendimento. Por isso que é possível falar através da linguagem de sinais, por exemplo.
E indo além disso, o olhar, as expressões faciais, podem dizer muito sobre o que estamos sentindo, por exemplo. E quando se trata de crianças, as expressões faciais são tudo o que temos para entender o que as mesmas estão tendo dizer. Procuramos informações na maneira que estão as sobrancelhas, olhos, a boca, enfim, a face e o próprio corpo são a forma que a criança tem para transmitir aquilo que ela sente.
Quando se trata de uma criança com Transtorno de Espectro Autista, observa-se que esse tipo de expressão é prejudicado. Há um comprometimento dessas expressões ou até mesmo a ausência das mesmas, e isso acontece tanto na hora da criança identificar os sentimentos das outras pessoas, como uma dificuldade de expressar seus próprios sentimentos.
Dentro do espectro autista podemos encontrar muitas crianças que apresentam a linguagem verbal, porém de caráter não funcional ou comunicativo, muitas delas apresentam a ecolalia, que é a repetição do que foi dito (BANDIM, 2010). Nessas crianças que conseguem desenvolver a fala, é comum que haja um prejuízo na capacidade de se iniciar ou de manter uma conversa.
E, como foi dito, muitas crianças terão a fala atrasada ou a total ausência da mesma. Em cerca de 10 a 25% dos casos, os pais relatam uma regressão no desenvolvimento da linguagem ou mesmo uma certa estagnação, manifestada pela cessação da fala após a criança ter adquirido 5 a 10 palavras (WENER E DAWSON, 2005)
Hoje já existem alguns tratamentos que visam uma melhora da comunicação. Além das técnicas que o fonoaudiólogo possa usar, temos o TEACCH, Treinamento e Ensino de Crianças com Autismo e Outras Dificuldades de Comunicação Relacionadas, que oferece estratégias cognitivas e comportamentais auxiliando os professores a intervir na habilidade do aluno de ter novas aquisições na área da comunicação.
Outro exemplo é o PECS, Sistema de Comunicação por Troca de Figuras, que consiste em um sistema de ensino que permite a criança se comunicar através de figuras. É um sistema que além do terapeuta, pais, professor e todos aqueles que convivem com a criança podem usar.
Os prejuízos na comunicação são os primeiros sinais que aparecem na criança com autismo. Isso porque, a falta de expressão facial, por exemplo, pode ser percebida em bebês de seis meses. E por mais que os pais queiram que seu filho desenvolva a linguagem verbal, em muitos casos, isso pode nunca acontecer. Mas, como foi dito, hoje já existem técnicas que podem auxiliar e tentar amenizar esses prejuízos, além de tentar dar uma melhor qualidade de vida para as pessoas com autismo.
Referências:
BANDIM, J.M., Autismo: Uma abordagem Prática. Bagaço. Recife, 2010
WENER, E. e DAWSON, G. Validation on the phenomenon of autistic regression using home videotapes. Arch Gen Psychiatry, 2005.

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