quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Projeto da Escola de Educação da UNIRIO avalia aplicação de políticas inclusivas em escolas de educação infantil

27/10/2010

O Projeto “Começar do Começo: A Parceria Universidade/Escola Promovendo a Inclusão”, coordenado pela Profa. Aliny Lamoglia, da Escola de Educação da UNIRIO, foi destaque em matéria do portal de notícias da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).




A pesquisa, realizada com recursos do edital de Apoio à Construção da
Cidadania da Pessoa com Deficiência, analisou a prática da educação
inclusiva junto a oito alunos especiais de ensino infantil, sendo quatro
deles de escolas públicas e outros quatro de escolas privadas.

Leia a matéria na íntegra a seguir.

Fonte: Faperj - dia 21/10/2010

Inclusão: realidade ainda distante do ideal
Por Vilma Homero

A pesquisa sugere que mediadores com preparo específico acompanhem o aluno
especial nas aulas

Num processo lento, a inclusão para crianças com necessidades especiais vem
aos poucos se concretizando. Mas, na prática, como isso vem funcionando?
Para entender o que realmente acontece, a psicóloga Aliny Lamoglia de
Carvalho, professora de Educação Inclusiva do curso de Pedagogia, da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), desenvolveu o
projeto “Começar do Começo: A Parceria Universidade/Escola Promovendo a
Inclusão”. Diante do cenário que se apresentou, Aliny passou a considerar a
necessidade, nas escolas regulares, de um programa de intervenção para que a
inclusão atenda individualmente cada um dos alunos incluídos.

Com uma equipe de quatro alunos de graduação em Pedagogia e recursos do
edital de Apoio à Construção da Cidadania da Pessoa com Deficiência, da
FAPERJ, a pesquisa propôs observar e gravar em vídeo o cotidiano de oito
alunos especiais da educação infantil: quatro de uma escola da rede pública
e outros quatro de um colégio particular. Os resultados foram bastante
significativos. “Nossa medida é o benefício para cada aluno. O que vimos nos
levou a concluir que devemos promover a inclusão sempre que for possível.
Mas também admitir que, em certos casos de comprometimento mais severo, nem
sempre a educação inclusiva é o melhor caminho. Não defendo a inclusão a
qualquer custo, mas um caminho que atenda as necessidades da criança. Acho
que, em alguns casos, temos que adotar o meio termo”, pondera.

Apesar da enorme distância que costuma separar escolas particulares de
públicas, nada garante que o resultado signifique grandes diferenças
práticas. Pelo que pôde observar no colégio particular analisado, por
exemplo, há infraestrutura adequada, com a presença de mediadores
individuais que acompanham todos os momentos da criança incluída. “Isso é
considerado como uma adaptação de grande porte. Mesmo assim, o que
percebemos é que nem sempre esse mediador está preparado (a) para lidar com
as situações que se apresentam em sala de aula ou atuar em benefício daquele
aluno”, fala.

Nos vídeos gravados, há várias situações em que Aliny e sua equipe puderam
perceber que, além da falta de um preparo específico, há também a
impossibilidade da criança em corresponder ao aprendizado num dado contexto
de interação pedagógica. É o caso de situações em que essa criança pode se
limitar a repetir um comportamento mecânico, sem qualquer significado para
ela. “Numa aula de inglês, por exemplo, uma criança com sério
comprometimento mental, com dificuldades de fala, não conseguirá acompanhar,
mesmo com a atuação do mediador. Nesse caso, acho que seria bem mais
proveitoso para aquele aluno se esse tempo for empregado para que, num
espaço separado, ele realize, com seu mediador, exercícios de estimulação de
linguagem”, fala. Para Aliny, essa é uma avaliação que deve ser feita caso a
caso.

Na escola pública analisada, considerada como referência também pelo projeto
que garantiu ao prédio sua total acessibilidade, as coisas não foram muito
diferentes. “Dada a falta de condições financeiras e de informação dos pais,
muitas vezes as crianças chegam sem qualquer tipo de diagnóstico sobre o
tipo de necessidade especial que apresentam. Com exceção da síndrome de
Down, que é muito visível pelo aspecto físico, a professora só saberá
identificar o aluno especial pelo comportamento ou por suas dificuldades no
aprendizado.”

Como, ao contrário da escola particular, não há mediadores nem outros
profissionais para ajudar em sala de aula, é a professora que terá que dar
conta da classe sozinha. “Caberá a ela lidar com turmas de 20 a 25 crianças,
em que pode haver uma ou outra especial. Isso certamente dificultará dar
qualquer atenção diferenciada a um determinado aluno, com necessidade
especial ou não”, diz Aliny. Mas também foi neste contexto que ela percebeu
o que há de melhor. “Vimos que, com um aluno hiperativo na turma, uma das
professoras dedicava um período de tempo depois das aulas a repassar com ele
o que fora ensinado. Mesmo com formação igual à da maioria, essa professora
demonstrava maior disponibilidade interna, maior esforço pessoal”, elogia.

No caso de crianças surdas ou cegas, a professora é taxativa: “Costumamos
encarar a surdez como uma deficiência menor, que não provocaria muitos danos
à vida de alguém. Mas para os que nascem surdos, ou perdem a audição nos
primeiros anos de vida, sem chegar a aprender a língua oral, isso é
determinante para os rumos de seu desenvolvimento.” Especialmente para os
casos de uma surdez severa, Aliny propõe uma escola especializada, um
ambiente em que essa criança possa aprender a linguagem dos sinais, que lhe
propicie melhores condições de aprendizado. O mesmo vale para os casos de
cegueira.

Para Aliny, é preciso dar continuidade ao trabalho. O que para ela significa
voltar às escolas e fazer interferências, sugerindo mudanças para que a
inclusão aconteça de fato. “Queremos, por exemplo, mostrar o que foi visto e
propor uma preparação específica para ajudar professores e mediadores a
lidar com esses alunos. Mesmo que seja em alguns momentos comuns, todos se
beneficiam. O que queremos é que as crianças incluídas sejam, de fato,
beneficiadas.”



Links relacionados:
Fonte: http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6745


Codeço
mãe do Rafael (5a) e da Joana (10a)
http://carlacodeco.multiply.com
Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ

VEJAM AINDA :  http://topicosemautismoeinclusao.blogspot.com/2007/07/escola-inclusiva-do-sculo-xxi-as.html

Nenhum comentário: