sábado, 2 de fevereiro de 2013


01/02/2013 12h03 - Atualizado em 01/02/2013 18h47

Sucuri x Pantera Branca: MMA de anões faz sucesso no interior do Acre

'Gigantes' das artes marciais levam bom público ao ginásio de Sena Madureira. Cachê é pequeno, mas banca cerveja do fim de semana

Por Eduardo DuarteRio Branco (AC)
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Longe do badalado circuito nacional do MMA e dos eventos milionários do UFC, a cidade de Sena Madureira, distante 144 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, tem o seu próprio'clube da luta'. O destaque, porém, não está no glamour dos contratos milionários. São os anões - Sucuri do Macauã, Pantera Branca e Nó de Pau - que fazem a festa de dezenas de pessoas que lotam o ginásio da cidade para torcer.
Card principal entre Nó de Pau e Sucuri do Macauã. Luta de anões em Sena Madureira, no Acre (Foto: Divulgação)Luta de anões em Sena Madureira, no Acre, atrai bom público no ginásio da cidade (Foto: Divulgação)
O idealizador do evento foi Jota Cavalcante, radialista da Rádio Difusora Acriana. Na década de 1980, em busca de uma atração para a cidade, resolveu promover uma luta de boxe entre os anões.
Pantera Branca e Nó de Pau, os anões lutadores de Sena Madureira (Foto: Eduardo Duarte / G1)Pantera Branca e Nó de Pau, anões lutadores
de Sena Madureira (Foto: Eduardo Duarte / G1)
- Era uma época em que o boxe estava em alta, todo mundo só falava nisso. Depois dessa febre, ficamos 11 anos sem fazer nada, mas aí veio o MMA, e os meninos toparam lutar de novo.
Com pouco mais de 38 mil habitantes, Sena Madureira é uma típica cidade do interior do Acre, onde a vida parece passar mais devagar. A economia gira em torno da agropecuária, dos produtos típicos da floresta, como a madeira, a extração do látex, a coleta da castanha e de um intenso movimento no porto fluvial às margens do Rio Yaco, afluente do Rio Purus, onde um dos anões lutadores, conhecido como Nó de Pau, tem seu ganha-pão.
Mesmo machucado, Nó de Pau continuou a luta de anões com Sucuri do Macauã no interior do Acre (Foto: Divulgação)Luta entre Nó de Pau e Sucuri do Macauã no interior do Acre (Foto: Divulgação)
Com 1,40m de altura, José Carlos da Silva Nascimento, de 38 anos, o Nó de Pau, trabalha como estivador no porto fluvial de Sena, onde chega a carregar cerca de 150 quilos, três vezes o seu peso, em fardos de mantimentos trazidos pelos barcos e levados até os caminhões.
Nó de Pau e Pantera Branca (Foto: Eduardo Duarte / G1)Nó de Pau x Pantera (Foto: Eduardo Duarte / G1)
- Eu não preciso treinar muito né?! Esse é o meu treino! Mas gosto de ficar treinando uns socos também - diz.
Nó de Pau foi morar ainda jovem na cidade. Ganhou o apelido quando trabalhava na extração de madeira em fazendas da região. Apesar do seu tamanho, não recusava trabalho pesado, e por isso foi comparado a um Nó de Pau, parte mais dura da madeira. Dedicado, o lutador deixa clara a sua paixão pelo ringue.
- A gente não ganha dinheiro com isso, faz porque gosta - diz Nó de Pau.
Pantera Branca faz coro e revela o destino do pouco que ganham nas lutas:
- O dinheiro é só para a gente tomar uma cerveja no fim de semana, e nem dá para o tira-gosto.
Pantera Branca é Jair Farias Ribeiro, 43 anos, 1,35m de altura e 69 kg, sonoplasta da Rádio Difusora. Funcionário do veículo de comunicação há 23 anos, topou o convite para fazer parte do espetáculo e não teme os fortes adversários.
- Não abro, não. Vou para dentro.
Sucuri do Macuã é o detentor provisório do cinturão de luta de anões em Sena Madureira no Acre (Foto: Divulgação)Sucuri do Macuã é o detentor provisório do cinturão de luta de anões em Sena Madureira (Foto: Divulgação)
No último evento, realizado há poucas semanas, quem levou o 'cinturão' foi Sucuri do Macauã, que venceu Pantera Branca e Nó de Pau por nocaute técnico. A organização estuda a data para a próxima edição dos combates.

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