quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Organização espera ainda mais atletas no Rio 2016 
29 de agosto de 2012  14h36  atualizado às 15h37

Com a reintrodução de atletas com deficiência intelectual, organizadores esperam mais participantes em 2016. Foto: Fernando Borges/Terra
Com a reintrodução de atletas com deficiência intelectual, organizadores esperam mais participantes em 2016
Foto: Fernando Borges/Terra
Funcionários da Paralimpíada dizem esperar que haja mais atletas com deficiência intelectual nos próximos Jogos, a serem realizados no Rio, em 2016. Esportistas com tal tipo de deficiência estavam fora do evento desde 2000, em Sidney, e voltam à disputa, em meio à confiança de que sua reintrodução no evento, em Londres, prosseguirá sem problemas.
Entretanto, o Comitê Paraolímpico Internacional admite que alguns atletas sempre vão tentar burlar o sistema de classificação dos Jogos, mais frequentemente descrito como sendo semelhante ao sistema de divisão por peso, aplicado no boxe.
Cada um dos 4,2 mil paratletas que competirão em Londres foram classificados de acordo com o impacto de sua deficiência no esporte que praticam, e agrupados em categorias para garantir uma disputa igualitária entre os oponentes. Há 10 tipos de deficiência em cada esporte paralímpico, mas apenas natação e eventos de atletismo de campo englobam todas elas.
De acordo com o The Guardian, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e a emissora Channel 4, que desenvolveram um novo sistema de gráficos, chamado Lexi, para explicar os critérios classificação, estão ansiosos para torná-lo o mais transparente e inteligível possível. Antes definidos por diagnósticos médicos, hoje os testes se baseiam nas limitações que uma determinada deficiência provoca no esporte praticado.
Com base em um sistema estabelecido pelo IPC, cada esporte classifica seus próprios atletas. Durante os Jogos, uma equipe de cerca de 80 classificadores vai trabalhar para observar as provas e garantir que os esportistas estão na categoria correta. A classificação pode ser contestada, tanto pelo atleta, quanto por adversários que sentirem que um rival esteja na categoria errada.
Em todos os Jogos Paralímpicos há controvérsias e dores de cabeça quando alguns atletas são reclassificados. Para Londres, ainda há 300 classificações pendentes antes da competição. Anne Hart, presidente do comitê de classificação do IPC, disse que alguns atletas sempre tentam enganar o sistema. A doutora contou que já cometeu erros, assim como já aconteceu com árbitros, e admitiu que o sistema não é 100% exato.
Apesar das tentativas de burlar as regras, Anne disse que foi ficando cada vez mais difícil haver fraudes, especialmente, porque os atletas continuam a ser observados durante a competição. Na atual edição da Paralimpíada, haverá um foco especial sobre os 120 paratletas com deficiência intelectual, que competem, pela primeira vez em 12 anos.
Após problemas em Sidney, um critério muito mais rigorosos foi desenvolvido pela INAS, a federação internacional de paratletas com deficiência intelectual. Nove testes determinam quais são os atletas com "déficit significativo" de QI. Os candidatos também passam por testes específicos de cada esporte, para verificar o impacto de sua deficiência na prática.
Professor Jan Burns, membro da Inas, disse que um dos maiores desafios é garantir que os testes foram aplicadas de forma consistente em todo o mundo.

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