quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aprimoramento Paraolímpico Inclusivo acontece de 30/06 a 02/07 em SAO PAULO

Paradesporto


Aprimoramento Paraolímpico Inclusivo acontece de 30/06 a 02/07

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O Comitê de Apoio ao Paradesporto, da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e o CENP - Coordenadoria de Normas Pedagógicas, realiza, de 30 de junho a 2 de julho de 2010, na cidade de Praia Grande, litoral paulista, uma atividade relacionada ao Plano de Ação Paradesportivo 2009-2010.



Trata-se do Programa de Desenvolvimento da Educação Física, Esporte e Lazer "Aprimoramento Paraolímpico Inclusivo". A atividade consiste em um Seminário que reunirá vários profissionais da área do Paradesporto. Participam os PCOPs - Professores, Coordenadores e Orientadores Pedagógicos das 91 Diretorias Regionais de Ensino, convocados pela Secretaria de Estado da Educação. Confira a programação.



Programação:

Dia: 30/06 - (Quarta feira)

Paradesporto e a Deficiência Auditiva

Professor Júlio César Prado Pereira de Souza

Aula Teórica: 8,30 horas / Turma A 10,30 horas / Turma B

Aula Prática: 14,00 horas / Turma A 16,00 horas / Turma B



Paradesporto e a Deficiência Intelectual

Professora Verena Junghanel Pedrinelli e Professor Vinicius Savioli

Aula Prática: 8,30 horas / Turma B 10,30 horas / Turma A

Aula Teórica: 14,00 horas / Turma B 16,00 horas / Turma A



Dia: 01/07 - (Quinta feira)

Paradesporto e a Deficiência Física

Professor Dr. Pedro Américo de Souza Sobrinho

Aula Teórica: 8,30 horas / Turma A 10,30 horas / Turma B

Aula Prática: 14,00 horas / Turma A 16,00 horas / Turma B



Paradesporto e a Deficiência Visual

Professor Antonio João Menescal Conde

Aula Prática: 8,30 horas / Turma B 10,30 horas / Turma A

Aula Teórica: 14,00 horas / Turma B 16,00 horas / Turma A



Dia: 2/07 - (Sexta feira)

Mesa Redonda: Paradesporto e os Alunos com Deficiência

Professor Dr. Pedro Américo de Souza Sobrinho - UFMG

Professor Antonio João Menescal Conde - MEC/IBC

Professor Júlio César Prado Pereira de Souza

Professor Vanilton Senatore - SEDPcD

Professor Dr. Sérgio Roberto Silveira - Mediador

8,30 às 11,30 horas / Turmas A e B



Realização:

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Comitê de Apoio ao Paradesporto

Secretaria de Estado da Educação

CENP - Coordenadoria de Normas Pedagógicas

BENEFICIOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Por causa dos altos custos dos tratamentos e serviços de adaptação, pessoas com deficiência contam com benefícios diversos: IPI reduzido, aposentadoria, algumas gratuidades e financiamentos especiais. Confira!

No quadro Fala Sério, o amputado Eliseu mantém uma rotina comum, exceto pelos quilômetros que corre, nada e pedala, todos os dias.

No quadro Fala Sério, o amputado Eliseu mantém uma rotina comum, exceto pelos quilômetros que corre, nada e pedala, todos os dias.

CENSO I B G E 2010

Depois de 10 anos, um novo censo demográfico começará a ser feito em todo Brasil em Agosto. A pesquisa realizada pelo IBGE vai reunir informações sobre a população brasileira, e os dados referentes às pessoas com deficiência serão coletados por amostragem.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Alteração da "Lei Pelé" é aprovada no Senado, mas sem o texto que criaria o "Monitor do Esporte"

Alteração da "Lei Pelé" é aprovada no Senado, mas sem o texto que criaria o "Monitor do Esporte"

Fonte: Abril.com.br

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Item que permitia que ex-atletas se tornassem monitores na respectiva modalidade desportiva foi retirado do texto pelo relator
A dois dias do início da Copa do Mundo, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou as alterações na Lei Pelé. A matéria segue, agora, para análise da Câmara dos Deputados.

Para garantir a aprovação nesta quarta-feira (9), o relator, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), retirou o ponto considerado mais polêmico: o que permitia que ex-atletas que tenham exercido a profissão durante, no mínimo, três anos consecutivos ou cinco alternados se tornassem monitores na respectiva modalidade desportiva. “Valorizamos o diploma e o profissional de educação física”, disse.

Outro ponto – o que tratava do tempo de exibição jornalística dos jogos por emissoras que não compraram o direito de transmissão – foi alterado. Inicialmente, o projeto previa 90 segundos de tempo. Uma emenda pedia a ampliação desse tempo para três minutos. Por meio de acordo, foi estabelecido que 3% do total da partida poderão ser transmitidos por outras emissoras.

Álvaro Dias lembrou que as alterações na Lei Pelé garantem a valorização do profissional e dos clubes formadores – que, em troca da garantia de que terá o atleta por pelo menos três anos depois de formado, terá de garantir a formação educacional do jovem.

As entidades responsáveis pela formação do atleta vão receber 5% do valor pago pela transferência nacional do atleta: 1% para cada ano de formação, dos 14 aos 16 anos e meio por cento para cada ano de formação dos 18 e 19 anos.

O projeto prevê ainda as hipóteses de nulidade do contrato firmado entre o atleta e o agente desportivo: em caso de restrição à liberdade de trabalho, quando houver obrigações consideradas abusivas ou tratarem de gerenciamento de carreira de atleta em formação menor de 18 anos.

Também está previsto o pagamento de indenização em caso de rescisão de contrato: no mínimo 100% do que o atleta teria direito até o final do contrato e no máximo 400 vezes o salário mensal, em caso de rompimento de contrato pelo clube.

O projeto exige transparência na prestação de contas dos clubes. Todos deverão divulgar os gastos e fazer auditorias em suas contas. Cai de 20% para 5% o percentual relativo ao direito de arena, que é o valor repassado aos sindicatos para transferir aos atletas com a venda da transmissão ou retransmissão dos jogos em que ele atua, seja como titular, seja como reserva.
VEJAM OUTRAS REPORTAGENS SOBRE ESTE ASSUNTO: http://www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=8974

Conheça os tipos de treinos usados na corrida

Conheça os tipos de treinos usados na corrida

Fonte: O2 por Minuto

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Glossário de treinamentos

Para quem olha de fora, a corrida pode parecer o simples movimento de sair de casa, percorrer alguns quilômetros e aproveitar todos os benefícios da atividade física. Entretanto, praticar este esporte vai muito além. Existem muitos treinos específicos para o desenvolvimento do atleta, amador ou profissional, como os intervalados, os longões, fartlek, subida e descida e regenerativo.

Desta forma, pode até parecer difícil escolher um apropriado para alcançar seus objetivos. Por isso, o O2 Por Minuto separou os principais treinamentos voltados para a corrida, suas especificidades e quando realizá-los.

Treinamento intervalado

O treinamento intervalado, também conhecido popularmente como treino de tiros, é um dos exercícios mais utilizados pelos corredores e também um dos mais cansativos. Com a meta de melhorar o desempenho do atleta nas provas, esse treino faz o corredor suar mais que o normal.

Ele consiste em uma corrida realizada em ritmo superior ao que o atleta está acostumado, aliada com intervalos já estabelecidos. Esse treinamento pode ajudar em muito o atleta aumentar sua velocidade habitual, expandir a capacidade muscular e cardiovascular, além de elevar, consequentemente, o VO2 Máx.

“O treino intervalado é um treinamento forte, no qual o corredor tem que dar o máximo de si. Depois de completar a distância estabelecida, há uma pausa um pouco maior, mas logo volta-se ao exercício”, explica Paulo Rennó, diretor técnico da Paulo Rennó Assessoria Esportiva.

Fartlek

Criado na década de 30, pelo treinador sueco Gösta Holmér, este treinamento é um dos mais usados e vantajosos até hoje. Vindo do sueco, Fartlek significa “brincadeira de correr”, tradução exata do treinamento em ação.

O fartlek não tem lugar definido, é um tipo de corrida que pode ser feita em qualquer terreno, seja ele asfalto, areia ou grama. Porém, nem tudo é brincadeira. As intensidades variam durante as passadas, ora forte ora baixa, melhorando a velocidade, o condicionamento, a força e a performance.

“No fartlek não tem nada de definido. O corredor pode correr a distância que quiser e aonde bem querer. A única regra a seguir é a intensidade das passadas”, afirma Enzo Amato, diretor técnico da Assessoria Esportiva que contém o seu nome.

Tempo Run

Muitas vezes confundido com os treinos intervalados, o foco do Tempo run é diferente dos outros treinamentos. Recomendável para atletas de intermediários e avançados, os tiros do tempo run são maiores e devem ser feitos no pace que o atleta deseja realizar a próxima prova.

Além de contribuir para a performance, esse treinamento também tem uma capacidade psicológica, que é estabelecer nova auto-estima para o corredor, que se sentirá mais confiante para a realização da prova.

“Esse exercício deve ser usado como parâmetro de avaliação de atletas, a partir do seu nível técnico, obtendo os resultados em médio a longo prazo. Os atletas saberão como será o ritmo da prova que disputarão”, frisa Sandro Figueiredo, diretor técnico do Treinamento Esportivo Sandro Performance.

Subidas e descidas

Além de seus fins para o desempenho, que ajudarão o atleta a correr melhor e mais rápido, o treinamento de subidas e descidas também contém fonte física e psicológica. “O condicionamento do atleta aumenta consideravelmente, além de aumentar sua segurança durante os treinos e provas”, afirma Rennó.

Correr na subida é importante para o desenvolvimento do atleta. Contudo, por ser um treinamento específico e desgastante, não deve ser praticado todos os dias, e sim uma vez por semana, com volume baixo, em pequenos tiros, com pausas.

Longão

Normalmente o último treino da semana, o longão é o exercício que tem a maior distância percorrida, já que no dia seguinte deve ocorrer uma folga ou um treino leve.

O longão é um treinamento mais lento, no qual enfrentar a distância é o maior objetivo e tem como o intuito a adaptação do corpo para a disputa de provas mais longas. Esse treinamento ensina a queimar corretamente a gordura corporal e aprender a poupar os estoques de glicogênio.

“O longão deve ser um treinamento cuidadoso, já que a velocidade do corredor não pode ser muito forte e nem muito baixa, pois assim o exercício não terá suas vantagens, que inclui a evolução muscular e cardiovascular”, afirma Amato.

Treinamento regenerativo

Na hora do descanso, para deixar o corpo novamente intacto, é mais válido o atleta não fazer nada ou correr? A resposta mais óbvia é a primeira, certo? Não é bem assim. O Treinamento regenerativo pode ser muito útil se feito de forma correta.

Este exercício é considerado um repouso ativo, ou seja, uma atividade de baixa intensidade ou caminhada, que auxilia na recuperação do corpo após um treinamento. Deve ser feito como forma de manter a atividade sem exagerar no treino.

“As maiores vantagens de aliar o treinamento regenerativo na planilha é o combate dele contra o ácido lático, que ajuda a combater as lesões musculares e na recuperação do sistema cardiovascular”, diz Paulo Rennó.

Por Maurício Belfante

Entenda a diferença entre isotônico e hidrotônico

Entenda a diferença entre isotônico e hidrotônico

Fonte: O2 por Minuto

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Entenda a diferença entre isotônico e hidrotônico e veja qual faz o seu perfil na hora da atividade física Uma dúvida frequente entre os esportistas é qual a melhor opção de bebida esportiva, as isotônicas ou as hidrotônicas. Mesmo com uma modificação pequena em suas composições, há sim diferença entre ambas. Entretanto, como são indicadas para o mesmo público-alvo, pode haver confusão na hora da escolha.

O isotônico é uma bebida energética formulada através de água, carboidratos e uma alta concentração de sais minerais, o que é essencial para quem pratica exercícios físicos em alta intensidade. Como está na mesma composição do organismo do ser humano, a reposição de eletrólitos é bem mais rápida que o normal. No mercado encontram-se nesse segmento as marcas Gatorade, Powerade e Marathon.

Já o hidrotônico é formada pelas mesmas substâncias que o isotônico, porém com menos eletrólitos, o que é mais indicado para atletas que fizeram um treinamento mais moderado, sem tanto desgaste físico e perda de água pelo suor. Esse repositor pode ser encontrado nas bebidas como o i9.

Ou seja, quem praticar exercícios mais intensos e que resultem em um desgaste muito grande, é recomendado o isotônico.

Para os exercícios mais moderados, mas que mesmo assim necessitem de uma reposição líquida de sais minerais, o hidrotônico é a melhor opção.

As funções

A prática de exercícios físicos traz ao atleta um desgaste natural, o que faz dos repositores líquidos uma ótima opção para o corpo manter-se equilibado. “Com a prática de exercícios perdemos sais minerais, como sódio e potássio, e ainda gastamos energia. Estes produtos servem para repor isso e manter nosso rendimento no exercício”, afirma Luís Ricardo de S. Alves, nutricionista esportivo da Nutrição Fácil.

Por causa do alto desgaste físico, a água pode não ser suficiente para recompor os sais minerais. “Quando corremos perdemos muito líquido pelo suor, e com ela também se vai os sais minerais. Então a água pode não ser suficiente para essa reposição, precisando dessas bebidas”, completa Ana Paula Souza, nutricionista da Clínica de Nutrição Santé.

Indispensável?

Para muitos atletas, os isotônicos e hidrotônicos são indispensáveis e estão presentes nas maiorias dos treinos e provas. Mas, eles são tão indispensáveis assim? Para o nutricionista Luís Ricardo eles não são tão insubstituíveis.

“Dependendo do tipo de treino e intensidade, os corredores não precisam deles em nenhum momento. Mas dependendo da prova, como uma maratona, esses produtos são indispensáveis, como também o uso de carboidratos”, diz.

Para o seu uso, fica a dica da Ana Paula sobre o momento certo de usufruí-los. “Eles podem ser ingeridos antes, durante e depois da prova. Se o atleta se alimentou antes, é melhor esperar para bebê-los após 40 minutos. Ao final do exercício também é recomendável para equilibrar o nível celular”, finaliza.

Por Maurício Belfante

sábado, 26 de junho de 2010

Saudades de sua voz

Saudades de sua voz




A vida cotidiana de Odele e sua filha Flavia – em coma há quase 12 anos, desde que seu cabelo foi sugado pelo ralo de uma piscina

Eliane Brum (texto) e Marcelo Min (fotos)



DE AMOR E SILÊNCIOS

Odele não sabe se Flavia ouve suas palavras ou percebe seus carinhos. Para ela, cuidar é a melhor forma de amarQuando Odele sonha com a filha, Flavia tem 10 anos. A menina de cabelos longos, encaracolados nas pontas, fala sem pausas. Gosta de partilhar seu dia, contar as aventuras na escola, tagarelar sobre o futuro precocemente dividido entre uma carreira de administradora e outra de modelo. Abraça e beija muito. Dança, canta e toca teclado. Sua voz povoa o sono da mãe. Quando Odele acorda, porém, o silêncio continua lá.



Deitada na cama do quarto ao lado, Flavia tem os olhos abertos. Não pode mais falar e, embora possa ver, Odele não sabe se vê. A menina calou-se aos 10 anos, quando seu cabelo foi sugado pelo ralo da piscina do edifício onde vivia, em São Paulo. Em dezembro, no mesmo dia do aniversário da mãe, fará 22. Há quase 12 anos, Odele só ouve a voz da filha em sonhos. Agora é a mãe que parece se afogar ao despertar submersa na ausência da filha. “Ela tinha voz de sino”, diz. É dessa voz de sino que Odele sente mais saudade.



Assim se inicia cada dia. E cada dia em que Flavia não acorda é uma perda para Odele. Quem vai imaginar que a voz da filha, que às vezes perturba com sua premência, será um dia a maior saudade da mãe? Que aquelas histórias de criança, contadas quando falta tempo à mãe, seriam pagas com metade de uma vida ou uma vida inteira, se a mãe soubesse que poderia perdê-las?



É uma existência de subtrações e de delicadezas, a dessas duas mulheres. Só faz sentido porque Odele conseguiu fazer da história de dor também uma narrativa de amor.



Flavia abre os olhos durante o dia e os fecha à noite. No coma vígil, os olhos são vigilantes apenas na aparência. Não há consciência da dor ou do prazer. Flavia não se move, mas se sobressalta com ruídos mínimos e esboça sinais de sofrimento. Para os médicos, são apenas reflexos involuntários. Mas como ter certeza sobre quanto ela percebe? Sentiria Flavia, de algum modo, a presença da mãe, o toque da mãe, o amor da mãe? São perguntas que Odele Souza se faz, aos 60 anos. E responde “sim” a todas elas. Como não?



Devastada pelo silêncio da filha, Odele criou uma voz para Flavia. Há três anos ela criou um blog chamado Flaviavivendoemcoma (flaviavivendoemcoma.blogspot.com). Não é um nome qualquer. Poderia ser Flaviaemcoma, mas Odele escolheu a palavra “vivendo” para colocar entre o nome da filha e o planeta inalcançável habitado por ela. Mesmo que não a alcance, para Odele sua filha vive. E, quando Flavia sorri, não é um reflexo involuntário.



Centenas de pessoas no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Colômbia, em Moçambique e na Espanha testemunham a delicada tessitura dos dias de Flavia e de Odele pela internet. E preenchem com suas vozes virtuais as paredes reais da casa de silêncios onde vive a “princesa adormecida”. Pelo blog é construída a narrativa amorosa da perda cotidiana de uma mãe diante da ausência do corpo presente da filha. “Construí para minha filha uma vida de detalhes”, diz Odele.



Tempos antes de calar-se no fundo da piscina, de onde foi arrancada pelo irmão, quatro anos mais velho, Flavia soube que a mãe de uma amiga presenteou a filha que menstruava pela primeira vez com um buquê de rosas vermelhas. Pediu: “Mãe, você me dá flores quando eu ficar mocinha?”. Odele prometeu. Imóvel e silenciosa, Flavia virou mulher sobre a cama. Cresceu 12 centímetros. Menstruou em coma, aos 13 anos. A mãe colocou rosas vermelhas a sua cabeceira.



No Dia das Mães, é Odele quem escreve à filha. “Vejo você em sua cama hospitalar, mas não sei onde você está, por isso, como há um ano, estou te escrevendo uma carta neste Dia das Mães em que eu adoraria receber o teu abraço, o teu sorriso, o teu carinho, mas tenho de me contentar com tua presença imóvel e silenciosa. É como se você não estivesse aqui. E lamento muito, filha, por nestes anos todos não ter conseguido entender o mistério do estado de coma, lamento por não entender o que ocorreu em seu cérebro, para saber exatamente onde você se escondeu, um lugar aonde nunca consegui chegar para te falar e fazer entender que, esteja onde estiver, você não está só, e que estou sempre por perto a lhe proteger.”



Há quase 12 anos, por volta das 18h30 de 6 de janeiro de 1998, Odele escrevia no computador quando ouviu os gritos do filho mais velho. Pensou: “O Fernando vai incomodar os vizinhos”. Quando olhou pela janela do 8º andar, viu Flavia estendida no deque da piscina do condomínio. A filha tinha descido duas horas antes, de maiô preto, a toalha sobre um ombro, para brincar com o irmão e alguns amigos na piscina de 95 centímetros de profundidade. A menina tinha 1,50 metro. “Tchau, Mami, tô indo pra piscina”, disse. Foi sua última frase.



Odele desceu pelas escadas. Correndo. Quando alcançou Flavia, ela já não estava lá. Só abriria os olhos 16 dias depois. Nunca mais daria qualquer sinal de consciência.



Meses depois, Odele começou a buscar as causas no fundo da piscina. Dividia seu dia entre os cuidados com a filha no hospital e o posto de secretária executiva numa multinacional. Voltava para casa, vestia um maiô e mergulhava na piscina, em pleno inverno, com uma boneca de longos cabelos. Noite após noite, investigava o ralo. A perícia da Justiça deu razão à mãe: a bomba de sucção instalada pelo condomínio era potente demais para as dimensões da piscina. Odele levou o condomínio e a fabricante do equipamento ao banco dos réus.



Quando a filha completou oito meses de coma, Odele disse ao médico que a levaria para casa. Se Flavia pudesse sentir o cheiro da comida, ouvir a voz do irmão, o som dos chinelos da mãe no assoalho, quem sabe não acabaria por despertar? Nesse tempo, Odele sentia tanta dor que, palavras dela, se confundia com a dor. “Eu era uma dor ambulante”, diz. “Observava o ipê florindo-se de amarelo na janela e sentia raiva. Por que só minha filha não floresceria?”



Odele descobriu que o tempo da solidariedade passara. Não porque as pessoas se tornaram indiferentes, mas porque é difícil suportar uma dor que não acaba. “A dor da gente precisa deixar de ser ostensiva para que não nos tornemos insuportáveis para o outro”, diz. “Depois de dois anos, amigos passaram a atravessar a rua quando me viam. Não eram más pessoas, apenas não sabiam mais o que me dizer.”



Um ano depois do acidente, apareceram os primeiros laudos médicos. E a palavra que, ainda hoje, devasta Odele: irreversível. A mãe recusou-se a aceitar. Iniciou uma busca em que caiu em mãos de todo tipo. Escreveu a um lama do budismo tibetano. Peregrinou por igrejas de denominações variadas e centros espíritas. Passou por médiuns com apregoados poderes de cura e também por médicos que ofereciam tratamentos “revolucionários”. Todos lhe prometeram um milagre, no mesmo tom casual com que garantiriam o nascimento do sol no dia seguinte.



Ao levar a fotografia de Flavia a um médium que diz incorporar um famoso médico alemão, Odele ouviu: “Que menina bonita. Vamos tirá-la do coma”. Ela acreditou. Sempre acreditava. Passou seis meses atravessando a cidade para receber injeções espirituais na nuca. Da médica de uma universidade paulistana, ela escutou: “Em 15 sessões ela já vai dar sinais de retorno”. Não havia “talvez”, “quem sabe”. Só certeza.



A cada sessão, Flavia era espetada com cerca de 30 agulhas de acupuntura. A Odele, a médica pedia que fincasse uma agulha em cada dedo da mão e do pé de Flavia até que brotasse uma gota de sangue: “Energia negativa”. “Eu espetava chorando”, diz.



Quando as 15 sessões terminaram, a médica disse: “E se você parar agora e ela despertar na 18ª?”. Odele já tinha “e ses” demais em sua vida. “E se o prédio não tivesse piscina? E se eu tivesse ido com Flavia tomar sorvete naquela tarde? E se...?” Sem poder suportar mais um, ela seguiu com o tratamento. Um dia a médica provocou uma queimadura na pele de Flavia. Só quando queimou a menina pela segunda vez, Odele entendeu que era hora de parar. Havia sido a 54ª sessão.

POR UMA LEI FEDERAL PARA A SEGURANÇA NAS PISCINAS.

POR UMA LEI FEDERAL PARA A SEGURANÇA NAS PISCINAS.










View Current Signatures - Sign the Petition





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To: Senadores e Deputados Federais da República Federativa do Brasil.

Excelentíssimos Senhores Senadores e Deputados Federais da República Federativa do Brasil.



POR UMA LEI FEDERAL PARA A SEGURANÇA NAS PISCINAS.

http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/


Eu, Odele Souza e todos os cidadãos (brasileiros em primeiro plano e por solidariedade universal, de outros países), que subscrevem, comigo, esta petição, solicitamos que seja criada uma LEI FEDERAL PARA A SEGURANÇA NAS PISCINAS, pelos motivos a seguir mencionados.

http://www.petitiononline.com/FSB2010/petition-sign.html




RALOS DE PISCINAS fora dos padrões de segurança, portanto, funcionando de forma irregular, vêm causando acidentes graves e fatais no Brasil e no mundo, conforme venho documentando no blog FLAVIA, VIVENDO EM COMA (http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com) criado por mim há três anos, e tendo como um dos objetivos alertar as pessoas para o perigo dos RALOS DE PISCINAS.



Minha filha Flavia, antes uma criança alegre e saudável, teve a vida tragicamente modificada, quando aos 10 anos, teve seus cabelos sugados por um RALO DE PISCINA, vendido, instalado e mantido de forma irregular. O sistema de sucção da piscina onde Flavia nadava, no condomínio onde morávamos em Moema – São Paulo, de acordo com a perícia técnica designada pela justiça, estava superdimensionado em 78%, portanto, totalmente fora dos padrões de segurança. A forte sucção do ralo prendeu Flavia pelos cabelos embaixo d’água causando seu afogamento e levando-a ao estado de coma vigil em que se encontra há 12 anos. Dos 10 aos 22 anos, Flavia tem vivido à margem da vida.



Infelizmente, nesses 12 anos em que Flavia está vivendo em coma, outros acidentes graves e fatais causados por RALOS DE PISCINAS, continuaram e continuam acontecendo em várias partes do mundo e em muitos estados brasileiros. Os acidentes causados por ralos de piscinas são devastadores. Causam a morte ou deixam graves seqüelas, como no caso de minha filha que após o acidente, passou a viver em coma vigil irreversível.



O acidente ocorrido com Flavia, além de documentado em seu blog, tem sido também mostrado por mídias como, por exemplo, TV Record –Domingo Espetacular – O Melhor do Brasil, Jornal da Record, TV Bandeirantes, Revista da Folha, Jornal O Globo, etc. e tem conscientizado pessoas sobre esse perigo tão silencioso quanto próximo de todos nós: OS RALOS DE PISCINAS IRREGULARES.



Em Junho de 2009, inspirado no caso de Flavia, o líder do PTB na Câmara de Santo André, em São Paulo, vereador Gilberto Wachtler, apresentou projeto de lei, visando à obrigatoriedade da adoção de normas técnicas da ABNT para os sistemas de recirculação e tratamento de água em piscinas. Aguarda-se para breve a aprovação desse projeto. Mas uma lei de abrangência nacional faz-se necessária. Precisamos de uma LEI FEDERAL que regulamente a venda, a instalação e a manutenção dos sistemas de sucção de piscinas. Somente com uma LEI FEDERAL aplicada com rigor e com punição exemplar para os infratores é que será possível evitar novas tragédias causadas por RALOS DE PISCINAS.



Esta petição será apoiada não só por cidadãos brasileiros (o seu alvo preferencial) como também está aberta para cidadãos de outros países. Assim sendo, para se avaliar a extensão da solidariedade internacional a esta petição, solicita-se a cada assinante o favor de indicar a localidade e país de origem.



Odele Souza, mãe de Flavia Souza Belo e autora do blog FLAVIA, VIVENDO EM COMA (http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com) e demais peticionários.




Sincerely,



The Undersigned

Saudades de sua voz


A vida cotidiana de Odele e sua filha Flavia – em coma há quase 12 anos, desde que seu cabelo foi sugado pelo ralo de uma piscina

Eliane Brum (texto) e Marcelo Min (fotos)



DE AMOR E SILÊNCIOS

Odele não sabe se Flavia ouve suas palavras ou percebe seus carinhos. Para ela, cuidar é a melhor forma de amarQuando Odele sonha com a filha, Flavia tem 10 anos. A menina de cabelos longos, encaracolados nas pontas, fala sem pausas. Gosta de partilhar seu dia, contar as aventuras na escola, tagarelar sobre o futuro precocemente dividido entre uma carreira de administradora e outra de modelo. Abraça e beija muito. Dança, canta e toca teclado. Sua voz povoa o sono da mãe. Quando Odele acorda, porém, o silêncio continua lá.



Deitada na cama do quarto ao lado, Flavia tem os olhos abertos. Não pode mais falar e, embora possa ver, Odele não sabe se vê. A menina calou-se aos 10 anos, quando seu cabelo foi sugado pelo ralo da piscina do edifício onde vivia, em São Paulo. Em dezembro, no mesmo dia do aniversário da mãe, fará 22. Há quase 12 anos, Odele só ouve a voz da filha em sonhos. Agora é a mãe que parece se afogar ao despertar submersa na ausência da filha. “Ela tinha voz de sino”, diz. É dessa voz de sino que Odele sente mais saudade.



Assim se inicia cada dia. E cada dia em que Flavia não acorda é uma perda para Odele. Quem vai imaginar que a voz da filha, que às vezes perturba com sua premência, será um dia a maior saudade da mãe? Que aquelas histórias de criança, contadas quando falta tempo à mãe, seriam pagas com metade de uma vida ou uma vida inteira, se a mãe soubesse que poderia perdê-las?



É uma existência de subtrações e de delicadezas, a dessas duas mulheres. Só faz sentido porque Odele conseguiu fazer da história de dor também uma narrativa de amor.



Flavia abre os olhos durante o dia e os fecha à noite. No coma vígil, os olhos são vigilantes apenas na aparência. Não há consciência da dor ou do prazer. Flavia não se move, mas se sobressalta com ruídos mínimos e esboça sinais de sofrimento. Para os médicos, são apenas reflexos involuntários. Mas como ter certeza sobre quanto ela percebe? Sentiria Flavia, de algum modo, a presença da mãe, o toque da mãe, o amor da mãe? São perguntas que Odele Souza se faz, aos 60 anos. E responde “sim” a todas elas. Como não?



Devastada pelo silêncio da filha, Odele criou uma voz para Flavia. Há três anos ela criou um blog chamado Flaviavivendoemcoma (flaviavivendoemcoma.blogspot.com). Não é um nome qualquer. Poderia ser Flaviaemcoma, mas Odele escolheu a palavra “vivendo” para colocar entre o nome da filha e o planeta inalcançável habitado por ela. Mesmo que não a alcance, para Odele sua filha vive. E, quando Flavia sorri, não é um reflexo involuntário.



Centenas de pessoas no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Colômbia, em Moçambique e na Espanha testemunham a delicada tessitura dos dias de Flavia e de Odele pela internet. E preenchem com suas vozes virtuais as paredes reais da casa de silêncios onde vive a “princesa adormecida”. Pelo blog é construída a narrativa amorosa da perda cotidiana de uma mãe diante da ausência do corpo presente da filha. “Construí para minha filha uma vida de detalhes”, diz Odele.



Tempos antes de calar-se no fundo da piscina, de onde foi arrancada pelo irmão, quatro anos mais velho, Flavia soube que a mãe de uma amiga presenteou a filha que menstruava pela primeira vez com um buquê de rosas vermelhas. Pediu: “Mãe, você me dá flores quando eu ficar mocinha?”. Odele prometeu. Imóvel e silenciosa, Flavia virou mulher sobre a cama. Cresceu 12 centímetros. Menstruou em coma, aos 13 anos. A mãe colocou rosas vermelhas a sua cabeceira.



No Dia das Mães, é Odele quem escreve à filha. “Vejo você em sua cama hospitalar, mas não sei onde você está, por isso, como há um ano, estou te escrevendo uma carta neste Dia das Mães em que eu adoraria receber o teu abraço, o teu sorriso, o teu carinho, mas tenho de me contentar com tua presença imóvel e silenciosa. É como se você não estivesse aqui. E lamento muito, filha, por nestes anos todos não ter conseguido entender o mistério do estado de coma, lamento por não entender o que ocorreu em seu cérebro, para saber exatamente onde você se escondeu, um lugar aonde nunca consegui chegar para te falar e fazer entender que, esteja onde estiver, você não está só, e que estou sempre por perto a lhe proteger.”



Há quase 12 anos, por volta das 18h30 de 6 de janeiro de 1998, Odele escrevia no computador quando ouviu os gritos do filho mais velho. Pensou: “O Fernando vai incomodar os vizinhos”. Quando olhou pela janela do 8º andar, viu Flavia estendida no deque da piscina do condomínio. A filha tinha descido duas horas antes, de maiô preto, a toalha sobre um ombro, para brincar com o irmão e alguns amigos na piscina de 95 centímetros de profundidade. A menina tinha 1,50 metro. “Tchau, Mami, tô indo pra piscina”, disse. Foi sua última frase.



Odele desceu pelas escadas. Correndo. Quando alcançou Flavia, ela já não estava lá. Só abriria os olhos 16 dias depois. Nunca mais daria qualquer sinal de consciência.



Meses depois, Odele começou a buscar as causas no fundo da piscina. Dividia seu dia entre os cuidados com a filha no hospital e o posto de secretária executiva numa multinacional. Voltava para casa, vestia um maiô e mergulhava na piscina, em pleno inverno, com uma boneca de longos cabelos. Noite após noite, investigava o ralo. A perícia da Justiça deu razão à mãe: a bomba de sucção instalada pelo condomínio era potente demais para as dimensões da piscina. Odele levou o condomínio e a fabricante do equipamento ao banco dos réus.



Quando a filha completou oito meses de coma, Odele disse ao médico que a levaria para casa. Se Flavia pudesse sentir o cheiro da comida, ouvir a voz do irmão, o som dos chinelos da mãe no assoalho, quem sabe não acabaria por despertar? Nesse tempo, Odele sentia tanta dor que, palavras dela, se confundia com a dor. “Eu era uma dor ambulante”, diz. “Observava o ipê florindo-se de amarelo na janela e sentia raiva. Por que só minha filha não floresceria?”



Odele descobriu que o tempo da solidariedade passara. Não porque as pessoas se tornaram indiferentes, mas porque é difícil suportar uma dor que não acaba. “A dor da gente precisa deixar de ser ostensiva para que não nos tornemos insuportáveis para o outro”, diz. “Depois de dois anos, amigos passaram a atravessar a rua quando me viam. Não eram más pessoas, apenas não sabiam mais o que me dizer.”



Um ano depois do acidente, apareceram os primeiros laudos médicos. E a palavra que, ainda hoje, devasta Odele: irreversível. A mãe recusou-se a aceitar. Iniciou uma busca em que caiu em mãos de todo tipo. Escreveu a um lama do budismo tibetano. Peregrinou por igrejas de denominações variadas e centros espíritas. Passou por médiuns com apregoados poderes de cura e também por médicos que ofereciam tratamentos “revolucionários”. Todos lhe prometeram um milagre, no mesmo tom casual com que garantiriam o nascimento do sol no dia seguinte.



Ao levar a fotografia de Flavia a um médium que diz incorporar um famoso médico alemão, Odele ouviu: “Que menina bonita. Vamos tirá-la do coma”. Ela acreditou. Sempre acreditava. Passou seis meses atravessando a cidade para receber injeções espirituais na nuca. Da médica de uma universidade paulistana, ela escutou: “Em 15 sessões ela já vai dar sinais de retorno”. Não havia “talvez”, “quem sabe”. Só certeza.



A cada sessão, Flavia era espetada com cerca de 30 agulhas de acupuntura. A Odele, a médica pedia que fincasse uma agulha em cada dedo da mão e do pé de Flavia até que brotasse uma gota de sangue: “Energia negativa”. “Eu espetava chorando”, diz.



Quando as 15 sessões terminaram, a médica disse: “E se você parar agora e ela despertar na 18ª?”. Odele já tinha “e ses” demais em sua vida. “E se o prédio não tivesse piscina? E se eu tivesse ido com Flavia tomar sorvete naquela tarde? E se...?” Sem poder suportar mais um, ela seguiu com o tratamento. Um dia a médica provocou uma queimadura na pele de Flavia. Só quando queimou a menina pela segunda vez, Odele entendeu que era hora de parar. Havia sido a 54ª sessão.

Conheça os códigos de restrição da Carteira de Habiltação Para Deficientes Físicos

Conheça os códigos de restrição da Carteira de Habiltação



A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para os deficientes físicos, normalmente, tem alguma restrição nas observações. A restrição nada mais é do que a indicação do que é necessário para que ele possa exercer o direito de dirigir.



Desde de 2008 a CNH não vai mais recebe a restrição por extenso e utiliza apenas um código. O intuito do Contran é que somente os agentes fiscalizadores tenham domínio do que se trata a observação.





Mas que código secreto é esse que somente os agentes fiscalizadores (leia-se Políca) sabe? VAmos ver abaixo o que significa cada letra:



A - Obrigatório o uso de lentes corretivas

B – Obrigatório o uso de prótese auditiva

C – Obrigatório o uso de acelerador à esquerda

D - Obrigatório o uso de veículo com transmissão automática

E - Obrigatório o uso de empunhadura/manopla/pômo no volante

F – Obrigatório o uso de veículo com direção hidráulica

G – Obrigatório o uso de veículo com embreagem manual ou com automação de embreagem ou com transmissão automática

H – Obrigatório o uso de acelerador e freio manual

I – Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel ao volante

J - Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel para os membros inferiores e/ou outras partes do corpo

K - Obrigatório o uso de veículo com prolongamento da alavanca de câmbio e/ou almofadas (fixas ) de compensação de altura e/ou profundidade

L - Obrigatório o uso de veículo com prolongadores dos pedais e elevação do assoalho e/ou almofadas fixas de compensação de altura e/ou profundidade

M – Obrigatório o uso de motocicleta com pedal de câmbio adaptado

N – Obrigatório o uso de motocicleta com pedal do freio traseiro adaptado

O – Obrigatório o uso de motocicleta com manopla do freio dianteiro adaptada

P – Obrigatório o uso de motocicleta com manopla de embreagem adaptada

Q – Obrigatório o uso de motocicleta com carro lateral ou triciclo

R – Obrigatório o uso de motoneta com carro lateral ou triciclo

S – Obrigatório o uso de motocicleta com automação de troca de marchas

T – Vedado dirigir em rodovias e vias de trânsito rápido

U – Vedado dirigir após o pôr-do-sol

V- Obrigatório o uso de capacete de segurança com viseira protetora sem limitação de campo visual

W - Aposentado por invalidez

X – outras restrições



Agora se sua carteira tiver alguma restrição, você já sabe o que significa.







FONTE: http://www.deficientefisico.com/conheca-os-codigos-de-restricao-da-carteira-de-habiltacao/









Última atualização em Dom, 13 de Junho de 2010 01:11



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Curso de Qualificação de Treinadores de Futebol: Inscrições abertas para o Nivel I até o dia 7 de julho

Curso de Qualificação de Treinadores de Futebol: Inscrições abertas para o Nivel I até o dia 7 de julho














A realidade do futebol mostra que a maioria dos treinadores que atuam na área é formada por ex-jogadores. Apesar da experiência prática, poucos são os que têm uma formação mais abrangente do esporte.



Com o intuito de qualificar esses profissionais é que o curso de Qualificação para Treinadores de Futebol Nível I, fruto de uma parceria entre o Instituto de Educação Continuada (IEC) da PUC Minas e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), está com inscrições abertas até o dia 7 de julho de 2010.



A iniciativa, que acontecerá de 16 a 25 de julho 2010, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), neste módulo, é direcionada a profissionais graduandos e graduados em Educação Física e ex- atletas de futebol, que desejam atuar como treinadores em escolas de iniciação ao futebol para crianças e adolescentes.



De acordo com o professor Osvaldo Rocha Torres, coordenador do curso, a idéia é qualificar o profissional que atua ou deseja atuar no futebol, em equipes de categorias de base, na condição de treinador, para uma prática profissional competente e atualizada. “Queremos promover o aperfeiçoamento do treinador, que já está atuando na profissão, para que ele tenha subsídios e formação para exercer o trabalho da melhor maneira. Para isso, dentro da parceria com a CBF, a PUC Minas é a responsável por toda a parte técnico–pedagógica, preparando os treinadores, para desenvolver trabalhos específicos em áreas do conhecimento como educação física, gestão, psicologia, legislação, dentre outras”.



As primeiras etapas, desse curso inédito no país, foram realizadas em julho de 2009 e janeiro de 2010, na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. A iniciativa envolveu profissionais brasileiros e também estrangeiros. Esse ano, ainda será realizada o Curso de Qualificação para Treinadores de Futebol Nível III, no período de 10 a 17 de dezembro de 2010. Saiba mais



Resgate



O curso Qualificação de Treinadores de Futebol é uma meta antiga da PUC Minas, que começou a sair do papel em 2004, passando a ser executado com a formação da primeira turma, em julho de 2009. “A idéia envolveu inúmeros profissionais da Universidade, durante todos estes anos, para que o projeto de formação de treinadores se tornasse pioneiro no país. Trabalhamos muito, agregando profissionais de várias áreas, uma vez que para desenvolver um trabalho de alta qualidade, com jovens em formação, é preciso ter treinadores com formação específica. A União das Federações Européias de Futebol (UEFA) já desenvolve este tipo de iniciativa para treinadores há mais de 20 anos. Na Europa, a categoria só pode exercer a função se tiver o certificado dos cursos. Aqui no Brasil estamos caminhando para isso”, relata o professor Osvaldo.



Marco Antônio Teixeira, secretário geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afirma que o convênio com a PUC Minas foi essencial para a criação do Sistema de Qualificação de Treinadores do Futebol Brasileiro e na sistematização do conhecimento e da cultura brasileira no esporte mais popular do país. “O Sistema de Qualificação de Treinadores do Futebol Brasileiro era um objetivo antigo da CBF e foi concretizado em 2009, com o convênio com a PUC Minas, uma das maiores instituições de ensino do país. O Brasil possui os melhores profissionais de futebol do mundo e este curso possibilitará a formação de mais treinadores qualificados em todos os níveis de atuação, desde escolinhas até a categoria profissional, colaborando com o desenvolvimento contínuo do esporte no Brasil”.

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Reabilitação e Traumato

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Vídeo explica como uma pessoa paraplégica, consegue realizar de forma autonôma, a transferência da cadeira de rodas para uma cadeira de banho localizada em uma banheira.

VEJA O   VÍDEO CONTENDO IMAGENS SOBRE O PROCESSO DE  TRANSFRERÊNCIA DE UMA CADEIRA DE RODAS PARA   BANHEIRA  E DA CAMA PARA A CADEIRA DE RODAS, EM : http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6722999087275585853





MAIS TRANSFERÊNCIAS:  


VEJAM MAIS TRNSFERENCIAS NO SITE DO YOU TUBE, EM : http://www.youtube.com/watch?v=F4gZ3Fxjn_w&feature=related

LESÕES DA MEDULA ESPINHAL


Lesões da Medula EspinhalE-mail

Trabalho realizado por:
Brena Guedes de Siqueira Rodrigues.
Caroline Silva Brito.
Cristiane Ferro Barros.

1. Revisão Anatômica:

1.1. Coluna Vertebral:


A coluna vertebral é a estrutura que promove sustentação para a postura ereta, constituindo uma manga protetora, porém flexível para a delicada medula espinhal, além de assegurar locais para a fixação de músculos e servir para transferir e atenuar cargas da cabeça e tronco e para os membros inferiores e vice-versa. (RASH, 1991).

Ela é composta por 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar a coluna flexível. Sendo que estão subdivididas em: sete cervicais (C1-C7), doze torácicas (T1-T12), cinco lombares (S1-S5) e quatro coccígeas.




A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas fisiológicas no plano sagital: cervical, torácica, lombar e sacra.

1.2. Medula Espinhal:

Para Gray (1971), a medula espinhal é uma longa massa, quase cilíndrica, levemente achatada no sentido ventrodorsal, de tecido nervoso, que ocupa aproximadamente os dois terços superiores do canal vertebral, isto é, ela estende-se geralmente do forame magno à primeira vértebra lombar, podendo ocorrer variações (média de 45 cm de comprimento).

Ao contrário do que ocorre nos hemisférios cerebrais, a substância cinzenta é encontrada no interior, circundada por substância branca. A medula espinhal tem, essencialmente, a mesma disposição em toda sua extensão.

Ligados a cada lado da medula espinhal há uma série de pares de nervos, as raízes espinhais, denominadas de ventral e dorsal, de acordo com sua posição. Geralmente há 31 pares, os quais compreendem 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 1 coccígeo. As raízes ventrais e dorsais correspondentes unem-se para formar um nervo espinhal.

As células da substância cinzenta da medula espinhal incluem: células motoras, cujos axônios saem pelas raízes ventrais e inervam a musculatura esquelética; células motoras cujos axônios saem pelas raízes ventrais e se dirigem aos gânglios autônomos e células sensitivas intercaladas, relacionadas com o mecanismos sensitivos e reflexos. A substância branca contém tratos ascendentes e descendentes. Alguns sobem ou descem do encéfalo, enquanto que outros estabelecem conexão entre células de vários níveis da medula.

O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por camadas de tecido não nervosos, chamadas em conjunto de meninges. Estas camadas, de fora para dentro, são a dura-máter, a aracnóide e a pia-máter (GRAY, 1971)


2. Incidência das Lesões Medulares:

Segundo a Spinal Injuries Association (SIA, 1995), estima-se que aproximadamente 13 pessoas por milhão da população do Reino Unido sofrem uma lesão da medula espinhal por ano.

A proporção entre casos masculinos e femininos é aproximadamente 5:1 e varia, consideravelmente, com a idade. A maior incidência é na faixa etária dos 20-39 anos (45%), seguida pela faixa dos 40-59 anos (24%), 0-19 anos (20%) e de 11% para pessoas com mais de 60 anos. Sendo que os dados de incidência e etiológicos variam de país para país (STOKES, 2000)

Nos EUA, são relatados cerca de 10.000 acidentes automobilísticos por ano, cuja principal conseqüência são lesões da medula cervical. E estes dados estatísticos respondem por 35 a 45% das lesões da medula espinhal deste país.

A incidência de lesões medulares traumáticas no Brasil é alta. Estima-se que ocorram cerca de 11.300 novos casos/ano, ou seja, 71 casos novos por milhão de habitantes. Esse número, em comparação à média mundial e a média de países como os EUA, é mais elevado.


3. Etiologia das Lesões Medulares:

Segundo Greve et al (2001), as patologias que acometem a medula espinhal podem ser classificadas, didaticamente, em:

> Traumáticas;

> Não Traumáticas:
* Congênitas;
* Degenerativas;
* Tumorais;
* Infecciosas;
* Doenças Neurológicas e Sistêmicas; e
* Doenças vasculares.


3.1. Lesões Traumáticas:

Estes tipos de lesões medulares são geralmente resultado de eventos catastróficos, cujas causas mais freqüentes são acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, quedas em atividades recreativas ou esportivas.

Podem ainda se dividir em:

* Choque Medular: é a perda de todas as funções neurológicas abaixo do nível da lesão medular, o que representa uma interrupção fisiológica e não anatômica da medula espinhal. Caracteriza-se pela paraplegia flácida e ausência de atividade reflexa e tem duração de aproximadamente 48 horas pós lesão;

* Lesão Medular Completa: nesse caso, as funções motora e sensitiva estão ausentes abaixo do nível da lesão;

* Lesão Medular Incompleta: pode haver alguma função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão;

* Síndrome Medular Anterior: é uma lesão incompleta, onde observa-se perda dos movimentos voluntários e sensibilidade dolorosa, porém, com preservação de sensibilidade tátil e vibratória;
* Síndrome Medular Posterior: é o oposta da síndrome medular anterior;

* Síndrome Central da Medula: caracteriza-se por tetraparesia de predomínio distal de membros superiores e anestesia suspensa (predomínio dos membros superiores e tórax, podendo estar preservada nos membros inferiores);

* Síndrome de Brown-Séquard: caracteriza-se por uma hemissecção da medula, com alterações da motricidade e sensibilidade profunda no mesmo lado da lesão e da sensibilidade dolorosa e térmica contrabatera;

* Síndrome do Cone Medular: caracteriza-se pela ausência de sensibilidade perineal, com perda de controle dos esfíncteres e alteração motora distal dos membros inferiores.


3.2. Lesões Não-Traumáticas:

* Congênitas: estão associadas às falhas de desenvolvimento de estruturas medianas e são as causas mais freqüente das anomalias congênitas do sistema nervoso central. Dividem-se em abertas (Mielósquise, Meningocele e Mielomeningocele) e fechadas (Espessamento do Filum Terminale, Lipomeningocele, Diastematomielia, Cistos Dermóide, Epidermóide e Teratomas, Malformações de Chiari);

* Degenerativas: acontece principalmente por espondilose cervical degenerativa;

* Infeções: infecções virais (poliomielite, herpes zóster, mielopatia espástica tropical), bacterianas (abscessos epidurais, tuberculose);

* Doenças Neurológicas e Sistêmicas: como esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou doenças reumáticas;

* Doenças Vasculares: acontecem por quadros isquêmicos da medula, geralmente pós-trauma.

* Tumorais: tumores como cordoma, osteossarcoma, tumores de células gigantes. Hemangioma, mieloma, metastáticos (pulmão, próstata e mama), linfoma, melanoma, meningioma, schwannoma, neurofibroma, carcinoma metastático, astrocitomas, ependinomas, gangliogliomas, carvernomas;





4. Terminologia das Lesões Medulares:

Segundo Stokes (2000), os termos utilizados para descrever os pacientes lesionados, baseiam-se no nível geral da coluna vertebral e da perda da função. São eles: Paraplegia e Tetraplegia.

> PARAPLEGIA:

Refere-se à deficiência ou perda da função motora e/ou sensorial nos segmentos torácico, lombar ou sacral (exceto o segmento cervical) da medula espinhal, decorrente de lesão dos elementos neurais internos do canal medular. A função dos membros superiores é preservada, mas o tronco, os membros inferiores e os órgãos pélvicos podem ficar comprometidos. O termo paraplegia também é empregado para as lesões da cauda eqüina e do cone medular, porém não deve ser usado para lesões do plexo lombosacro ou de nervos periféricos fora do canal medular (GREVE et al 2001).


> TETRAPLEGIA:

Antigamente era conhecida como quadriplegia, mas este termo vem sendo substituída. Tetraplegia é o termo usado para lesão da medula espinhal que causa perda ou disfunção sensitiva e motora nos segmentos cervicais (elementos neurais internos do canal medular). Ela promove diminuição da função motora e sensitiva dos membros superiores, membros inferiores e órgãos pélvicos.

Tetraplegia não pode ser usado como termo para descrever lesões do plexo braquial ou de nervos periféricos fora do canal medular:

> TETRAPARESIA E PARAPARESIA:

São termos que foram muito usados para descrever lesões incompletas, mas seu uso não é incentivado atualmente, por sua extrema imprecisão.(GREVE, 2001 e STOKES, 2000).


5. Lesões da Medula Espinhal por Acidente Automobilístico:

As lesões medulares causadas por acidentes automobilísticos podem acontecer em duas situações distintas: acidentes com indivíduos que faziam uso cinto de segurança no momento da colisão e; àqueles que não faziam uso deste mecanismo de segurança.


5.1. O Uso do Cinto de Segurança:

Desde o ano de 1994, quando foram instituídas as primeiras regulamentações estabelecendo sua obrigatoriedade, até a presente data, muitas vidas humanas foram salvas no trânsito graças ao uso do cinto. Além de evitar a mortalidade, a utilização deste equipamento pode evitar diversos tipos de lesões, que atingem tanto o motorista como os passageiros do veículo, quer estejam no banco dianteiro ou traseiro. Os ocupantes do automotor estão sujeitos a danos oculares, respiratórios, bucal, facial, dentre outros. Ademais é possível que o acidentado venha a sofrer lesões na coluna, podendo levá-lo à atrofia na estrutura motora, por conta de achatamento das vértebras (Segurança no Trânsito, 2002).

Porém, existem situações em que o uso do cinto é considerado o fator responsável por lesões, embora autoridades insistam em afirmar que isso é resultado da dimensão do impacto e que se não fosse utilizado, a gravidade da lesão seria maior (DETRAN – PR, 2002).

O impacto da colisão é resultado da primeira Lei de Newton – Lei da Inércia, que afirma que: “um corpo permanecerá em repouso ou movimento retilíneo uniforme com velocidade constante, se sobre ele não atuar nenhuma força externa. A tendência de permanecer em movimento ou repouso é denominada de inércia” (ENCICLOPÉDIA MELHORAMENTOS, 1995). Como o automóvel está em movimento quando ocorre a colisão, segundo a Lei, o(s) corpo(s) do(s) indivíduo(s) dentro do automóvel continuará(ão) em movimento, até que seja bruscamente interrompido pelo cinto de segurança. Com a interrupção, o(s) indivíduo(s) podem chocar-se severamente contra o encosto para cabeça, obrigatório em todos os veículos, levando assim, a uma lesão da coluna cervical.


6. Mecanismos da Lesão:

Diversos são os mecanismos, que freqüentemente combinados produzem lesões da medula espinhal. A esta lesão ocorre com mais freqüência a partir de forças indiretas produzidas pelos movimentos da cabeça e tronco, e com menor freqüência por lesão direta a uma vértebra. Os mecanismos comuns que operam na LME são: flexão, compressão, hiperextensão e flexão-rotação. Estas forças resultam numa fratura e/ou luxação. A intensidade e combinação de forças impostas têm influencias diretas no tipo e localização das fraturas, quantidade de deslocamento e extensão das lesões aos tecidos moles. A coluna vertebral demonstra graus.



diversos de suscetibilidade às lesões. Algumas áreas são inerentemente mais vulneráveis, devido a sua elevada mobilidade e relativa falta de estabilidade, comparativamente a outros segmentos da coluna. As regiões da coluna vertebral que demonstram a mais elevada freqüência de lesões estão situadas entre C5 e C7, na região cervical e entre T12 e L2 na região tóraco-lombar (SULLIVAN, 1993).

Segundo Kottke & Lehmann (2001), a fratura luxação da coluna cervical é uma conseqüência da flexão súbita e violenta ou, menos freqüente, da extensão e rotação ou forças horizontais. A fratura luxação vertebral pode resultar de um golpe direto ou de lesões por aceleração. Os acidentes com veículos motorizados constituem a principal causa de traumatismo na coluna cervical, com os acidentes de mergulho sendo a principal causa nas lesões esportivas.

Nos casos em que o exame radiológico não mostra nenhuma fratura ou luxação, mas há uma lesão medular substancial, essas lesões ocorrem por hiperextensão da coluna cervical em pessoas com espondilose. A medula espinhal, já comprometida por um estreito canal, é comprimida por um estreitamento adicional, causado pela hiperextensão da coluna cervical. Além disso, Hughes assinala, que pode ocorrer obstrução da artéria vertebral sem evidência radiológica de fratura, produzindo uma região central de isquemia ou infarto da medula cervical.
No caso de uma fratura luxação com dano a toda a espessura da medula, perde-se toda a função abaixo da lesão. Assim, há uma perda sensitiva e motora total na área do corpo do local da lesão para baixo.

Após a lesão, as alterações vasculares e biológicas levam a um completo infarto e necrose do segmento lesado. O mecanismo de redução do fluxo sangüíneo na medula espinhal após o trauma não é bem compreendido. De acordo com Tator, pode ser um efeito mecânico direto sobre os vasos sangüíneos ou pode haver uma explicação biomecânica. No momento da lesão não ocorre somente uma lesão direta dos axônios e vasos sangüíneos, mas ocorre também uma cadeira secundária de eventos, resultando em hipóxia, edema e infarto. Osterholm & cols., são de opinião que a liberação de norepinefrina no local da lesão causa intensa vaso contrição, levando a isquemia e necrose hemorrágica da medula.


6.1. Significado Funcional do Nível da Lesão Medular:

Embora possam ser mencionadas princípios gerais para o tratamento da lesão da medula, o programa específico para um paciente precisa ser modificado de acordo com o nível da lesão. Quanto mais baixo for o nível da lesão, maior a quantidade de força muscular disponível para o paciente na reabilitação. O conhecimento dos níveis críticos torna possível a predição da função final na ausência de complicações no indivíduo com lesão medular bem treinado e motivado.

> Quarto Nível Cervical:

Pacientes tetraplégicos nos quais o quarto segmento cervical está poupado tem bom uso dos esterno-mastóideos e trapézios e músculos paravertebrais cervicais superiores. Eles são incapazes de função voluntária nos membros superiores, tronco ou membros inferiores. Os membros superiores completamente paralisados podem ser apoiados em órteses de antebraços equilibrados.

> Quinto Nível Cervical:

Paciente com quinto segmento cervical funcional pode usar os músculos deltóide e bíceps para realizar as atividades da vida diária. A fraqueza parcial do deltóide e do bíceps pode fazer com que o uso de uma órtese de antebraço equilibrada para apoio do cotovelo e ombro, especialmente nos estágios iniciais do programa de reabilitação.

Paciente tetraplégico cuja lesão está abaixo do quinto segmento cervical podem se alimentar, realizar algumas atividades de toucador, ajudar a vestir o membro superior, ajudar a colocar a órtese, empurrar suas cadeiras de rodas por pequenas distâncias.

Pacientes com lesão dos quarto e quintos segmentos cervicais necessitam de ajuda para erguerem-se e ficarem em pé.

> Sexto Nível Cervical:

O paciente com lesão abaixo desse nível pode realizar todas as atividades do paciente com lesão mais alta e ainda é capaz de cooperar mais no vestir. A partir desse nível, os indivíduos devem ser capazes de dirigir um automóvel com controles manuais e equipamento adaptativos adicional.

> Sétimo Nível Cervical:

Os principais acréscimos funcionais são o uso do tríceps e dos flexores e extensores extrínsecos. Este paciente é capaz de transferir-se do leito par a cadeira e ainda pegar e soltar e gradamente objetos com a mão sem o uso de splints.


7. Quadro Clínico:

Imediatamente após uma LME, há um período de arreflexia denominado choque espinhal. Este período de depressão reflexa transitória não esta claramente compreendido. Acredita-se que resulte do próprio desligamento abrupto das conexões entre os centros superiores e a medula espinhal. Caracteriza-se pela ausência de toda atividade reflexa, flacidez, e perda da sensibilidade abaixo do nível da lesão. Pode prolongar-se de diversas horas até diversas semanas, mas tipicamente cede dentro de 24 horas. A resolução precoce do choque espinhal é um importante sinal prognóstico (SULLIVAN, 1993).

> Deficiências motoras e sensitivas: haverá uma perda completa ou parcial da função muscular abaixo do nível da lesão;

> Controle Térmico Prejudicado: há uma ausência de sudorese termo-reguladora, o que elimina os efeitos resfriadores evaporativos normais da perspiração em ambientes quentes;

> Deficiência Respiratória: varia consideravelmente, dependendo do nível da lesão. Nas lesões das partes elevadas da medula espinhal entre C1 e C3, inervação pelo nervo frênico e a respiração espontânea ficam significativamente prejudicadas ou se perdem;

> Complicações Pulmonares: broncopneumonia, embolia pulmonar;

> Espasticidade: decorre da liberação de arcos reflexos intactos do controle do SNC, caracterizando-se por hipertonicidade, reflexos hiperativos de estiramento.


8. Tratamento:

8.1. Imediato:

Segundo Sullivan (1993), durante a fase aguda da reabilitação enfatizam-se os cuidados respiratórios, a prevenção das complicações secundárias, a manutenção da amplitude de movimento, e a facilitação dos movimentos ativos na musculatura disponível. Stokes (2000), acrescenta aos cuidados, a monitoração do estado neurológico, o envolvimento ou instrução do paciente e seus familiares quanto aos cuidados básicos necessários em cada momento.

> Respiração:

Segundo Azeredo (2002), a lesão severa dos segmentos C3 a C5 ou acima, envolve os nervos frênicos, causando paralisia parcial ou completa do diafragma. Assim, como os hemidiafragmas não conseguem contrair-se de forma adequada, o gradil costal não se expande lateralmente durante a inspiração. Logo, pacientes com lesões altas, não conseguem contrair o diafragma e os intercostais, portanto, a respiração (desde a capacidade residual funcional até a capacidade pulmonar total) é realizada somente pelos músculos acessórios.

Além disso, a insuficiência respiratória é um quadro comum, devido a perda dos intercostais. Outras complicações mais comuns são a atelectasia e pneumonias.

Em pacientes cuja lesão é alta (C1-C2), é necessária a intubação imediata, de preferência ainda no local do acidente.

A retenção de secreções brônquicas é outro cuidado essencial. É importante que o profissional saiba reconhecer e prevenir este quadro, através de medidas como mudança de decúbito, drenagem postural, aspiração, espirometria de incentivo, tapotagem, vibração torácica, nebulização de oxigênio úmido, tosse assistida, entre outras.

Se as medidas preventivas falharem, é imprescindível a intubação e suporte ventilatório mecânico ao paciente.

Greve et al (2001) acredita no uso da estimulação diafragmática como forma de tentar resgatar o máximo de fibras musculares íntegras em pacientes com nível de lesão entre C4 e C5 com lesão incompleta;

> Circulação:

A inervação simpática para o coração faz-se através dos ramos cervical, torácico-cervical e torácico superior do tronco simpático. As lesões cervicais e torácicas podem produzir desnervação, com redução da capacidade de produzir a taquicardia necessária.

As principais alterações são trombose venosa e embolismo pulmonar, hipotensão postural, disreflexia autonômica. Nos dois primeiros, Greve et al (2001), defende a profilaxia medicamentosa (principalmente a heparina) e o uso de compressão pneumática externa. Já a hipotensão postural pode ser amenizada pela elevação do tronco de forma lenta até a posição sentada, dormir com a cabeceira elevada, elevação gradual do encosto da cadeira de rodas, treino em marcha ortostática, uso de meia elásticas compressivas. E a disreflexia autonômica pode ser controlada pelo esvaziamento vesical e intestinal e posicionamento adequado no leito.

> Cuidados Com a Pele:

A pele desnervada corre o risco de feridas por pressão em 20 a 30 minutos após a lesão. Quando isso acontece pode causar sofrimento e demora no processo de reabilitação, se aparecerem úlceras. A equipe clínica deve estar vigilante para proteger a pele e relatar qualquer marca avermelhada;

> Sistema Gastrointestinal:

A LME pode ocasionar distensão do íleo e gástrica, que restringe o movimento do diafragma, comprometendo ainda mais a respiração. É preciso colocar uma sonda nasogástrica para descomprimir caso não haja ruídos intestinais;

> Bexiga Urinária:

O choque de coluna causa retenção urinária. A bexiga deve ser, portanto, cateterizada rotineiramente, para monitorar o débito líquido e protege-la de lesões por superdistensão.


8.2. Pós-Imediato:

Durante esta fase do tratamento, terão continuidade muitas das atividades terapêuticas iniciadas durante o período agudo. Sullivan (1993) dá ênfase a permanência dos cuidados respiratórios, amplitude de movimento e no posicionamento. O paciente também estará envolvido num programa contínuo e expandido de exercícios resistidos para todos os músculos que permaneceram inervados. Esta fase do tratamento também enfatizará a requisição do controle postural e do equilíbrio, através de substituição ao nível do controle da parte superior do corpo da visão.

As atividades em colchonetes constituem um componente importantíssimo durante a fase de reabilitação. Tipicamente a seqüela de atividades progride desde a aquisição da estabilidade para determinada postura, avançando através da mobilidade controlada, até a habilidade no uso funcional. As atividades iniciais são bilaterais e simétricas. Em seguida, é feita uma progressão para a transferência de peso e para os movimentos na mesma posição (SULLIVAN 1993).

As atividades em colchonetes devem ser iniciadas tão logo o paciente seja liberado para a atividade. A progressão através da seqüência de atividades em colchonete leva a aumento da força e amplitude de movimento, melhora a percepção do novo centro de gravidade, promove a estabilidade postural, facilita o equilíbrio dinâmico. Também propicia a oportunidade de desenvolver os padrões funcionais de movimentos.

> Tratamento Respiratório:

De acordo com Sullivan (1993) os cuidados respiratórios irão variar segundo o nível da lesão e a situação respiratória do indivíduo. As metas primárias do tratamento são: melhoramento da ventilação, incremento da eficácia da tosse, prevenção do enrijecimento torácico e do surgimento de padrões respiratórios substitutos ineficientes. Dependendo de cada paciente, podem ser apropriadas as seguintes atividades terapêuticas: exercícios respiratórios profundos. Deve-se encorajar a respiração diafragmática. Para a facilitação do movimento diafragmático e para o aumento da capacidade vital, o terapeuta pode aplicar leve pressão, tanto durante a inspiração, quanto durante a expiração.

Exercício de fortalecimento, resistido progressivos podem ser empregados no fortalecimento do diafragma. Isto pode ser levado a cabo por contatos manuais sobre a área epigástrica, abaixo do xifóide, ou pelo uso de pesos. Estão também indicados os exercícios de fortalecimento da musculatura abdominal e acessória inervada. A mobilidade e a complacência da parede torácica podem ser facilitadas pelo alongamento manual dos músculos peitorais e de outros músculos da caixa torácica.

> Amplitude de Movimento e Posicionamento:

Enquanto o paciente encontra-se imobilizado no leito, diariamente devem ser completados exercícios integrais de amplitude de movimento. O posicionamento de splints para punhos, mãos e dedos é uma importante consideração inicial. O alinhamento dos dedos, polegar e punho precisam ser mantido para as atividades funcionais, ou para a aplicação futura de aparelhos dinâmicos (SULLIVAN, 1993)

> Fortalecimento:

Durante o curso da reabilitação toda a musculatura remanescente será fortalecida ao máximo. Contudo, durante a fase aguda certos músculos precisam ser fortalecidos de modo muito cuidadoso, para que sejam evitadas tensões no local fraturado. Uma importante consideração no planejamento dos programas dos exercícios durante a fase aguda consiste em enfatizar as atividades bilaterais de membro superior, porque tais atividades evitarão as tensões rotacionais assimétricas sobre a coluna vertebral.

Diversas formas de exercícios de fortalecimento são apropriadas durante esta fase inicial como movimentos bilaterais manualmente opostos em planos retilíneos; padrões bilaterais de facilitação neuromuscular proprioceptiva para os membros superiores e exercícios resistidos progressivos, usando pesos nos punhos, halteres. Nos casos de tetraplegia, a ênfase deve ser aplicada no fortalecimento do deltóide anterior, extensores dos ombros, bíceps e trapézio inferior. Se presentes os extensores radiais dos punhos, tríceps e peitorais devem ser enfatizados, porque serão de importância fundamental na obtenção de capacidade funcional.

> Orientação Para a Posição Vertical:

Sullivan (1993) ressalta que o paciente irá sofrer os sintomas de hipotensão postural, se a abordagem ao tratamento exigiu uma prolongada imobilidade. É extremamente efetiva uma aclimatação muito gradual as posturas verticais. O uso de uma cinta abdominal e de meias elásticas retardará a estase venosa. Durante o inicio do posicionamento vertical, bandagens elásticas são freqüentemente usadas em combinação com as meias elásticas.

Inicialmente, as atividades em posição vertical podem ser iniciadas pela elevação da cabeça (com relação á cama), progredindo para uma cadeira de rodas reclinável, com descansos elevados para os pés. O uso da prancha ortostática propicia outra opção para a orientação do paciente até uma posição vertical. Os sinais vitais devem ser cuidadosamente monitorados e documentados durante este período de aclimatação.

> Treino de Atividades da Vida Diária:

Greve et al (2001) cita que o treino visa proporcionar o mais alto nível de independência dentro das limitações e potencial de cada paciente, com o menor gasto energético possível. Como todas as outras fases do processo de reabilitação, o treino das AVD contará com o apoio de uma equipe multidisciplinar, que atuará em conjunto num objetivo sempre comum. As seguintes atividades são englobadas no treino das AVD:

- alimentação
- higiene
- vestuário (incluindo colocação e retirada de órteses)
- manejo de cadeira de rodas
- transferências

Greve et al (2001) comenta que o manejo de cadeira de rodas é treinado em terrenos planos, terrenos acidentados e rampas. É importante ressaltar que, no caso de tetraplégicos (C5-C6), o uso de pino nos sobrearos se faz necessário para melhor desempenho. O treino de transferências, com ou sem auxilio de tábua, se dá no mesmo plano (cadeira de rodas-cama-cadeira de rodas), em um plano mais baixo (cadeira de rodas-chão) e em um plano mais alto (chão-cadeira de rodas).

É importante destacar que o treino das atividades objetiva tornar o paciente mais independente, portanto o mais adaptado possível á sociedade e que, em todo momento, o terapeuta deverá ter o cuidado de treinar o paciente dentro das condições sociais que ele apresenta, ou seja, se lhe é possível executar as atividades no seu dia-a-dia, na sua casa, na comunidade em que vive e se as barreiras arquitetônicas, ou o espaço físico onde reside, lhe permitem colocar em prática o aprendido em terapia.

O treinamento das atividades deverá ser d forma fracionada, isto é, cada etapa da atividade proposta deverá ser treinada isoladamente como um exercício para que, posteriormente, integrado as etapas, a atividade seja como um todo.


9. Equipamentos Especiais:

Paraplégicos e tetraplégicos, em menor ou maior grau, em geral precisa de alguns equipamentos especiais: cadeira de rodas; cadeira higiênica com acento para banho e para as necessidades fisiológicas; coletor de urina; apoio macio para os cotovelos (caso dos tetraplégicos) - que evitam ferimentos (escaras). para diminuir suas dependências e evitar complicações cutâneas.

Continuam aumentando a variedade da cadeiras de rodas no mercado, incluindo até aqueles que possibilitam ao paciente a ortostase. Porém, é recomendável que no início, o paciente faça uso da chamada cadeira “padrão”, por esta oferecer maior apoio e estabilidade. Portanto, após uma avaliação precisa e abrangente, conclui-se qual o tipo mais adequado, que oferece uma posição sentada bem apoiada e com equilíbrio uniforme. É importante também, a avaliação de uma almofada adequada, que forneça um bom alinhamento pélvico e boa proteção para as áreas de pressão, evitando-se assim, escaras de pressão (STOKES, 2000).

A cadeira ideal precisa ser leve e resistente, como as fabricadas com alumínio, carbono ou titânio, materiais leves que dão durabilidade ao equipamento. Também deve ser fácil de dobrar.
Os paraplégicos podem dirigir automóveis desde que sejam adaptados às suas deficiências e autorizados pelo DETRAN.


10. Órteses na Lesão Medular:


10.1. Conceito:

Orthos, do grego, significa direito, reto. Podemos então conceituar órtese como um dispositivo exoesquelético que aplicado a um ou vários segmentos do corpo, tem a finalidade de manter o segmento na postura correta em uma posição de descanso, realinhamento ou atividade controlada (GREVE et al, 2001).


10.2. Indicações:

O uso de órteses em lesionados medulares vem sendo bem sucedido ao longo dos anos, porém, são mais indicadas nas lesões que geram paraplegia, isto se deve ao fato de nesses casos haver um número muito maior de músculos íntegros, que podem ser utilizados como apoio ou auxílio para aqueles que estão desnervados.

Porém, os pacientes tetraplégicos são candidatos ao uso de órteses, principalmente para os membros superiores.

Uma das órteses mais utilizadas é a bráquio antebráquio palmar, cuja finalidade é provocar uma discreta flexão de cotovelo, supinação de antebraço e manutenção de punhos e dedos em posição funcional. Isto, como forma de prevenir as conseqüências da posição mantida pelo tetraplégico (nível C4), quando mantido em supino ou sentado na cadeira de rodas (adução do braço, extensão do cotovelo, pronação de antebraço, punho a 0º, que provocarão desabamento do arcabouço ósseo da mão, hiperextensão das metacarpofalangeanas e flexão das interfalangeanas proximais e distais).

Colares cervicais também podem ser utilizados, com o objetivo de controlar, ainda que temporariamente, a instalação de deformidades posturais, tais como a cifose, lordose, escoliose ou combinadas, especialmente em pacientes que ainda se encontram em fase de crescimento

Tetraplégicos também as utilizam para serem colocados em posição ortostática, através das pranchas ortostáticas ou outros dispositivos pneumáticos, como forma de treinar a ortostase, distribuindo peso sobre as articulações e evitar infecções, principalmente urinárias (GREVE et al, 2002).

11. Perspectivas para a Regeneração Nervosa:


Antigamente, acreditava-se que o indivíduo que sofria uma lesão a nível cervical e vinha a apresentar como conseqüência uma tetraplegia, era um indivíduo que não deveria ser tratado, estava simplesmente condenado a passar o resto de sua miserável vida, daquela maneira. Mas graças a evolução da ciência, hoje é possível oferecer um pouco de esperança a estes indivíduos, embora a solução definitiva pareça estar bem distante.

Todo o esforço entretanto tem sido recompensado com importantes descobertas e uma delas sem dúvida é a elucidação do motivo que impede as células nervosas (neurônios) presentes no SNC (Sistema Nervoso Central = cérebro + medula) de se regenerarem após uma lesão.

Ao contrário dos neurônios espalhados pelas demais partes do corpo e capazes de se regenerar, as mesmas células quando no SNC não possuem essa capacidade, o que torna irreversíveis as lesões no cérebro e medula. E o motivo dessa incapacidade é a presença, nos neurônios do SNC, de uma proteína inibidora do crescimento do neurônios. A partir desse conhecimento, desenvolveu-se um anticorpo de modo a neutralizar a ação dessa proteína na medula e possibilitar a regeneração dos neurônios lesados (GREVE et al, 2001).


11.1. Tratamento Farmacológico:

Uma das drogas experimentadas é a metilprednisolona, que administrada dentro das primeiras oito horas pós-trauma é o primeiro agente farmacológico a demonstrar melhora significativa na recuperação do trauma raquimedular em seres humanos. A administração dessa droga retarda a degeneração axonal, reverte o acúmulo de cálcio intracelular e inibe a peroxidade lipídica, impedindo a ativação dos mecanismos de apoptose neuronal. Estima-se que promovam melhora de 20% na função, o que embora possa parecer pouco, para o paciente com lesão medular pode significar importante mudança na qualidade de vida e independência para suas atividades da vida diária(GREVE et al, 2001).

Outras drogas, como o gangliosídeo (GM-1) e a 4-aminopiridina, vêem sendo estudadas e mostrando perspectivas favoráveis.


11.2. Tratamento Cirúrgico:

Está claro que o tratamento cirúrgico, assim como o farmacológico, também é capaz de oferecer grandes melhoras para o paciente lesionado da medula espinhal.

A descompressão do canal vertebral por via anterior, mesmo em fase tardia, pode produzir melhora da circulação medular, comprometida pelo menor fluxo pela artéria espinal anterior, secundário aos fatores compressivos locais e, consequentemente, melhores resultados funcionais (GREVE et al, 2001).


11.3. Avanços da Ciência:

As células-tronco (células capazes de se replicar indefinidamente e de originar diversos tipos de tecidos do corpo), encontrada em diversos órgãos do corpo e, principalmente, em embriões, vêem se tornando alvo de estudo da Medicina, como solução para diversas patologias, entre elas, as lesões da medula espinhal.

O objetivo da experiência, que já foi realizadas em animais e bem sucedida, é que as células-tronco se diferenciem e reconstituam a região de comunicação entre o cérebro e os membros, interrompida pela lesão.

Portanto, o estudo consiste em realizar o implante de células-tronco de medula óssea na medula espinhal, e o resultado esperado é a recuperação parcial, com melhora no nível de atividade motora do indivíduo lesado. Os teste em cobaias humanas já tiveram início (GALILEU, set 2002).


Conclusão


Com a pesquisa realizada, podemos ressaltar a importância do planejamento da reabilitação a longo prazo, que envolve a orientação do paciente com o ato de lidar com a incapacidade durante toda a sua vida.

Os esforços devem centrar-se na reintegração à comunidade e nos métodos de manutenção dos estados de saúde e de funcionamentos ótimos, conseguidos durante a reabilitação.

É vital a freqüente e aberta comunicação entre os membros da equipe, o paciente e sua família, para a manutenção de uma abordagem organizada e altamente individualizada para a reabilitação e reintegração do paciente.

É função do fisioterapeuta, integrante da equipe de reabilitação, auxiliar o paciente e seus familiares nessa readaptação física, desde as etapas inicias da LME, executando treinamento motor, treinamento esfincteriano, prevenção e correção das complicações cárdio-respirátorios e músculos-esqueléticas, acompanhamento psicológico, orientação educacional e/ou profissional sobre a lesão medular, para torna-lo o mais independente possível, de acordo com seu potencial residual.


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