terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para trabalhar com Natação para Deficientes - Blog Dentro D′agua

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Pedagogia da Natação • 4229 visita(s)
Para trabalhar com Natação para Deficientes

A propósito de meu post da semana passada, onde listei algumas atitudes simples para viabilizar o trabalho de Natação para Deficientes, estive conversando com alguns alunos da EEFEUSP (alguns inclusive meus monitores e ex-monitores) e, como sempre, este assunto despertou intenso interesse, até pelo aspecto emocional que ele inevitavelmente carrega. Surgiu-me então a idéia de escrever algo sobre as características necessárias a quem gostaria ou pretenda um dia trabalhar com a chamada Natação Inclusiva.

Bastante ciente de minhas limitações nesta área, onde atuei muito pouco, procurei minha colega a Prof. Dra. Elisabeth de Mattos, professora de Educação Física e Terapeuta Ocupacional pela USP, especialista neste assunto e há muitos anos militando na Educação Física adaptada e no esporte para deficientes, notadamente a Natação. Ah! Minha ex-monitora também!

De nossa conversa (sempre mais curta do que gostaria) surgiu bem simplificadamente que há ao menos três características básicas que uma pessoa precisa apresentar para se dar bem no trabalho com deficientes, seja em que modalidade for:

A primeira é CAPACIDADE DE PERCEPÇÃO. Não apenas perceber a técnica exata dos movimentos executados e suas inúmeras variações (isso qualquer profissional da nossa área necessita desenvolver), mas também as nuances de comportamento pessoal e de reações emocionais que via de regra acompanham o gesto esportivo e que, no caso dos deficientes, tem uma importância capital em seu desempenho.

O profissional para trabalhar com deficientes deve ser um observador compulsivo e detalhista, para não deixar escapar nada que possa ser trabalhado em aula e transformado em melhoria técnica ou física. Esta capacidade perceptiva é até certo ponto treinável, mas quem a possuir já de forma inata terá amplas vantagens sobre alguém menos observador. Talvez aqui esteja boa parte da explicação de por que há tantas mulheres atuando neste setor: todas as pesquisas das neurociências indicam que as mulheres são bem mais observadoras que nós homens.

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